Quem sou eu

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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO





TRAPAÇAS DO DESTINO
CAUSA E EFEITO

Ela limpou suas lágrimas, com seu casaquinho bege de lã demostrando
que aquelas palavras não a atingiriam, pois partiam da boca
de um ser vil que não merecia vê-la sofrer para satisfazer seus
instintos. E, por um instante, com seu cérebro em ebulição,
se viu tomada por uma vontade de reação em defesa da sua
honra. Enquanto ele dirigia olhando para aquele ser frágil
ao seu lado aparentemente dominada, não imaginava que a
jovem maquinava naquele instante ou fosse capaz de alguma
atitude insensata. Mas ele estava enganado, pois ela pensava
em um ato mais extremo, que era provocar um acidente
naquela ladeira. Por alguns segundos, ela ficou meio fora
de si, avaliando os riscos e analisando essa possibilidade.
Percebeu que para isso bastaria puxar o volante e fazer com
que aquele canalha que a agredia com palavras pagasse o preço.

TRECHOS DE TRAPAÇAS DO DESTINO

“Será que ele sentirá a minha falta? Será
que, quando retornar da Europa, ele tentará saber do meu
paradeiro?”. Eram perguntas sem respostas, que ela fazia a si
mesma, buscando nas suas dúvidas uma ilusão momentânea.
Enquanto o motorista, mantinha a velocidade do carro meio
alucinado, e olhava para ela esperando outra reação, a jovem
vagavam em seus pensamentos em seu cérebro de menina
imatura maquinava algo para Alfredo, e olhando-o de rabo
de olho, pensava que se ele morresse teria o que merecia
tamanha a sua raiva dele, que se mostrava um sujeito sem

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O MENINO QUE QUERIA VOAR

NAS ASAS DA IMAGINAÇÃO.

TRECHOS DO LIVRO [ O MENINO QUE QUERIA VOAR]





Maravilha era emoldurada pela linda paisagem de montanhas, soberbamente coberta por nativas palmeiras Pati, cujo fruto as aves como juritis apreciavam. Os nativos faziam seus brincos e colares, e existia uma vegetação rica, habitada por várias espécies de animais. As raras flores maravilha nativas da região ,davam um colorido único, cobrindo todo o vale. As noites eram quase sempre claras, de um límpido céu azul, sem igual. Quando, no seu luminar, as estrelas brilhavam e pareciam cair sobre suas cabeças, aguçavam os desejos latentes de seus habitantes. Seus vales verdejantes nutriam os animais todos os dias do ano, e suas cachoeiras e rios, onde os índios se banharam por milhares de anos, ainda forneciam peixes em abundância. Todos que por ali passaram em busca de novos tempos ou habitaram através dos séculos nesse lugar ou que porventura exploraram suas riquezas foram acometidos de sonhos e quimeras. Isso porque nesse lugar habitavam os mais fortes desejos de voar nas mais altas nuvens, em busca de seus sonhos e realizações.
Desde quando se tornou o caminho do imperador na exploração do ouro, milhares de imigrantes chegaram a esta região em busca de riqueza, transformando suas florestas em pastos, e lavouras expulsando os nativos para longe. A pacata Maravilha e arredores, como Avelar e Paty do Alferes, acolhiam quase todas as etnias, de várias partes do mundo, como escravos oriundos da África para trabalhar no plantio da cana-de-açúcar e no plantio do café. Muitos migraram em busca de riquezas, outros chegavam contratados para gerenciar as fazendas dos alferes, homens ricos, donos das terras oriundas de doações do imperador. Eles mantinham a prosperidade do lugar e desenvolviam sua cultura. Com isso, a cidade crescia, atraindo novos moradores. As estradas que levavam ao centro de Paty do Alferes viviam congestionadas de charretes, disputando espaço com as boiadas em direção à estação de trem, por onde escoavam a produção agrícola e desembarcavam e novos imigrantes.
PARTE 2

domingo, 16 de novembro de 2014

TRECHOS DO LIVRO[ O MENINO QUE QUERIA VOAR[

Com um grito estarrecedor, misto de ódio e de dor, pegou a cabeça da
mula abraçando sobre seu peito e saiu em desatino,
gritando palavras em seu dialeto, que soavam proféticas.
Em seguida, embrenhou-se pela floresta deixando um
rastro de sangue no Morro do Fama, profanando aquele
lugar até então lugar de atos solene. Justino seguiu
invocando a ira dos deuses; ele praguejou, amaldiçoando-os.

Atordoados pelo inusitado evento, mas, insensíveis à
dor do escravo, os caçadores recobraram meio incrédulos
sua arrogância de exploradores e seguiram desconfiados,
olhando para floresta ao redor com o cheiro de sangue
queimado no ar


 .








A parteira, por mais alguns
minutos, seguiu forçando para baixo o bebê, tentando
posicioná-lo, pois parecia estar virado na posição contrária.
Procurando manter-se calma para não alarmar dona
Candida, a parteira pedia, a todo instante, que dona Cândida
respirasse fundo e tentasse ajudá-la nesse momento.
Exaurida, por horas de esforço, já não tinha mais voz para
responder aos pedidos da parteira. Mesmo assim, dona
Cândida, antes de um breve desmaio, reuniu toda sua
força. Às quatro horas, os pés da criança começaram a
aparecer. A parteira sorriu feliz por ver seu esforço
recompensado. Nesse instante, dona Candida deu um
grito de dor e sorriu, ao mesmo tempo feliz, sentindo
alívio por saber que a criança estava nascendo. Seu
esforço incomum estava ajudando a parteira a retirar um
menino completamente roxo, aparentemente quase morto.
isso assustou a parteira, que o colocou imediatamente
de cabeça para baixo, deu um tapa no bumbum, e sorriu
aliviada por ouvir o som da vida, pois o menino soltou
um choro fraquinho e respirou fundo, provando que
estava vivo e fazendo sua mãe chorar de alegria. imediatamente,
dona Nedina o colocou sobre o peito de dona
Candida, e ela logo percebeu que este era o menor dos
filhos que ela tivera, com o olhar fixo no menino



À medida que os anos se passavam, o menino
crescia sem nenhum problema aparente e vivia agarrado
à sua mãe, que não tirava os olhos dele por um bom
motivo.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

TRECHOS DO LIVRO

O MENINO QUE QUERIA VOAR

Seu vestido, com motivos
florais confeccionados por ela, a deixava em sintonia com
a natureza ao redor, e por hábito usava um véu branco,
presente da sua sogra de origem [luso-alemã, casada com
Messias, seu sogro, o artesão de colchões de origem
cabocla].
Ela o mantinha cobrindo sua cabeça enquanto
permanecesse no templo. Estava grávida de nove meses,
e acompanhada por seus três filhos mais novos. Como
fazia todos os domingos, ela repartiria entre os membros
presentes o bolo de fubá e o café com leite que ainda se
mantinha quente dentro de bules de ágata sobre o fogão
a lenha na pequena e bem arrumada cozinha nos fundos

da igreja. os bolos de fubá ainda exalavam o cheirinho
da erva doce, que perfumava o ambiente, deixando todos
salivando, enquanto dona Candida orava, agradecendo o
alimento que estava sobre uma mesa de Jacarandá, os
bolos e pães estavam coberto por guardanapos de linho
bege bordados com o tema que ela mais gostava: as flores
Maravilha. A mesa era forrada com uma toalha de crochê
branca confeccionada por ela, engomada com a fécula de
trigo. Um bule de ágata azul turquesa cheio de flores
margaridas, colhidas naquela manhã no caminho para
igreja, ornamentava a cômoda, onde eram guardadas as
toalhas. No final do culto, as mulheres eram presenteadas
com buquês de flor Maravilha na saída da igreja.



O MENINO QUE QUERIA VOAR



Zeca Calango contava suas fábulas sempre
com um sorriso de canto de boca, valorizadas por três
dentes de ouro. A sua preferida era da mula Fantasma.
Dizia que, na lua nova, no alto do Morro do Fama, a mula
sem cabeça trotava na estrada, soltando labaredas da
degola e por onde passava deixava um rastro de destruição
e terror, incendiando lavouras, cafezais e ranchos.
Afirmava convicto de suas histórias, que esta alma
penada era da mula de um escravo de nome Justino, que
recebera a mula do seu senhor, o Conde de Avelar, como
prêmio por nunca ter sido castigado todo o tempo em que
fora escravo de um único senhor. Mas o fato ocorrido no
passado em uma fatídica noite de lua cheia com a mula
desse pobre homem deu origem à suposta lenda para
alguns e fato real para os sábios da região, principalmente
ele, o destemido Zeca Calango,

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

O MENINO QUE QUERIA VOAR

TRECHOS DO LIVRO

O orvalho começava a cair lentamente, cobrindo a relva do campo, onde os grilos cantantes davam o ritmo sinfônico à natureza, convocando todos os seres vivos que habitam a relva do campo para a festa na grota, após o entardecer, onde milhares de ortópteros se fartariam nas lavouras juntando-se ao mais operante deles, os gafanhotos, os mestres da comilança, astutos e bem organizados como um exército invasor, que bombardeavam e atacavam pelos flancos as lavouras, não dando chance de defesa às leguminosas ou hortaliças. Eles seguiam dizimando grande parte do trabalho árduo do pequeno agricultor, que, por meses, cultivara a terra em busca de dias melhores.

O MENINO QUE QUERIA VOAR

Nas noites de outono, a lua resplandecia sobre o vale, e nesse cenário de magia iluminava o teatro da vida animal abaixo do Morro do Fama. Com sua continua sonoridade uivante, o vento frio castigava os animais no curral das fazendas, deixando-os inquietos. Animais de hábitos noturnos, como os morcegos-vampiros, saíam das cavernas em busca de seu alimento preferido para o seu banquete noturno, o sangue do gado que ficavam ao relento. A matreira coruja, Suindara, meticulosa e sorrateira, espreitava por entre galhos da jabuticabeira o galinheiro da casa de portas azuis, aguardando o momento oportuno para sua investida, mantendo-se fora do alcance do cão de guarda de nome Capeta, que dormia na varanda da casa. Logo adiante, amarrado ao pé de carrapicho, o cavalo tinhoso relinchava impaciente com o grasnar dos recém chegados imigrantes patos d’água, no lago ao lado da cocheira. A madrugada chegava e a fauna tomava conta do palco, diversificando-se. Novos e ativos exploradores chegavam furtivos para desfrutar da riqueza da flora e da fauna. Sem se importar com o frio da madrugada, o ouriço-cacheiro, protegendo seus rebentos recém-nascidos, espantou seus predadores, os lobos-guará, soltando seus espinhos, com uma precisão de arqueiros medievais, causando dor aos oponentes. Um pouco mais abaixo em uma plantação de milho, com seu olfato aguçado, um tamanduá- bandeira localizou seu banquete noturno e balançou sua cauda longa, espeçando em sinal de satisfação.



segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O MENINO QUE QUERIA VOAR

TRECHOS DO LIVRO

O MENINO QUE QUERIA VOAR [ CHIADO EDITORA PORTUGAL[
 E- BOOK NO BRASIL


Longe do perigo, em uma
frondosa castanheira, a juriti-gemedeira ajeitava seus
ovos no ninho, protegendo suas futuras crias. Um pouco
mais acima do Morro do Fama, na mata fechada, com sua
preguiça costumeira da manhã, a onça-pintada descia do
tronco da Peroba, afiando as suas garras e iniciava sua
jornada de caça matutina às capivaras a beira do rio.
Como de costume, seus obstinados moradores já estavam
na estradada ao alvorecer. Alguns recolhiam jenipapos, 
afim de produzirem licores fortificantes para ajudar os
menos afortunados a combater a tuberculose que se
alastrava na região. os que se sentiam abençoados estavam
arrumados com as suas melhores roupas e rumavam
em direção ao lugarejo chamado Maravilha. Por esse
motivo, o trânsito de charretes e cavalos descendo o
Morro do Fama em direção a uma pequena igreja congestionava
a precária estrada. Mesmo com todo cuidado, os
hábeis condutores de charretes não evitavam alguns
acidentes com seus cavalos, que deslizavam no barro
vermelho. o estado calamitoso era devido à chuva da
madrugada e os sulcos deixados pelo intenso tráfego de
carros de boi no dia anterior na estrada, transportando
leguminosas e hortaliças em direção ao centro de Paty do
Alferes, a deixaram quase intransitável. Neste domingo,
a maioria dos moradores dirigia-se para a única congregação
num raio de dez quilômetros. Para os membros
desta irmandade, o domingo era o dia de regozijar e
agradecer as dádivas concedidas aos moradores que
sobreviveram e resistiram com tenacidade a uma grande
seca. Esta culminou com incêndios inusitados em algumas
fazendas de cana-de-açúcar, alguns meses antes,
dizimando animais e as lavouras de café, não poupando
o pequeno agricultor, que, nesse momento, tentava manter
a vida no seu rumo. Estavam reunidos para agradecer
a Deus, e felizes por poderem voltar a plantar após a
recuperação das terras arrasadas. Contavam com a fé para
reverter os percalços, e com o milagre da natureza, que
voltaria a dar o exemplo da sua força e manteria a ordem
natural das coisas no pequeno lugarejo situado abaixo do
Morro do Fama. No caminho que levava à entrada da
igreja, uma bem cuidada alameda de flores, margaridas,
rosas vermelhas e brancas e hortênsias exalavam seus
perfumes e coloriam o caminho que conduzia os fieis.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

TRECHOS DO LIVRO


Às 4hs da manhã, em uma suntuosa casa no bairro de
Santa Teresa, a luz da lua refletia sobre o pátio da casa, onde
somente o chofer da família circulava naquela madrugada,
trajando seu uniforme impecável. Ele surgiu como um
fantasma entre as árvores do pátio interno da mansão, andando
sorrateiramente no escuro. Ele parou por um estante para
ajeitar seu quepe de cor azul petróleo na cabeça e terminou
de abotoar seu uniforme da mesma cor e botões dourados
que brilhavam como vagalumes na escuridão. Em seguida,
procurando não fazer barulho, ele caminhou em passos lentos
cautelosamente sob a luz da lua até os fundos da mansão onde
se localizavam a lavanderia e os quartos dos empregados, que
ficavam juntos à garagem da mansão. Ele parou em frente a
uma das portas e tentou abri-la, mas a porta estava trancada,
então, como se não quisesse que outras pessoas ouvissem e
sua voz e despertassem com o barulho na escura e sombria
madrugada, deu uma leve batida na porta e ficou olhando
pelo buraco da fechadura. No entanto, a escuridão do quarto
não permitia que ele visse o que se passava em seu interior

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER

CIDADE RIO DE ROSÁRIO




O delegado olha no relógio. Meia hora se passou.
Estava na hora de descobrir o que o secretário queria com tanta
pressa. Dirige-se ao gabinete.
O Secretário de Segurança, Adriano Torres, era um
homem reservado. Quase nunca se ouvia a sua voz. Tinha fama
de durão e não hesitava em exonerar com um simples
telefonema, mas o seu método não era apreciado por todos. Ele
não estava desenvolvendo um bom trabalho a frente da
Secretaria, corria o boato de que não passaria daquele ano no
cargo. A inteligência não era o seu forte, diziam as más línguas


Apesar do equipamento importado para a inteligência
da polícia, até aquele momento não havia nenhum resultado
relevante que compensasse o investimento.
Ao entrar no gabinete, Malone é surpreendido pelo
secretário que vai direto ao assunto não dando tempo nem de
um comprimento:
- Preciso muito da sua ajuda, estou com um tremendo abacaxi
pra resolver. Você é a única pessoa em que confio neste
momento.
João M. C. Jr.
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- Mas, secretário... estou finalizando uma investigação e prestes
a prender três receptadores de obras de arte roubadas do museu
nacional.
- Sei, meu caro amigo. Vou dar o tempo necessário para que
você não perca o foco nesta questão e conclua a investigação,
mas não abro mão da sua presença à frente desta operação de
emergência. É crucial para o governo.
Malone resiste e argumenta:
- Talvez eu não seja a pessoa indicada. Gosto de atuar em área
de menos confronto, não sou de jogar pesado. Não é o meu
estilo de trabalho.
- A sua eficiência não está em julgamento, muito pelo
contrário, é exatamente por isto que eu estou aqui. É por sua
capacidade de organização e honradez no seu cargo que eu
estou recorrendo a você. E afirma.
- Olha, Malone, não vejo outro com a sua capacidade para
colocar ordem na casa.
- Desculpe, secretário. Sinto uma grande preocupação nas suas
palavras, poderia ser mais claro?
- A situação é a seguinte. Tenho uma grande dor de cabeça com
a Delegacia de roubos a Bancos. Há um grupo de policiais que
tem me tirado do sério. Sei que eles estão envolvidos em
alguma falcatrua, porém, não consegui reunir provas concretas
contra eles.
- Opa! Espera um pouco. – Afirma Malone, interrompendo o
secretário. – O senhor não vai querer que eu assuma aquele
antro?
- Sei que você tem toda razão. É realmente um antro. Só este
mês, afastei dois delegados e cinco detetives foram presos, mas
não foi o suficiente para reduzir os assaltos a bancos, minhas
medidas não surtiram os efeitos desejados. Sinto que só você,
utilizando seu método, poderá desmantelar esta gangue que se
apoderou da delegacia.

sábado, 1 de novembro de 2014

O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER

Revelando o porquê do seu empenho, Germano sabe
que o irmão tem o intuito de matar três coelhos de uma só vez:
roubar o dinheiro da máfia; envolver os assaltantes; colocar
Osmar no esquema e deixar a máfia cassino cuidar de tudo pra
ele. - Pensa - Pode ser perfeito.
O delegado se despede com um brinde. - Boa noite e
boa sorte, Germano. Terça às 20h. - Germano lembra-se de um
detalhe importante e fundamental no plano do seu irmão. –
Opa, ia esquecendo o telefone do Monte Cassino que você me
pediu. É fundamental. - Boa sorte, Malone. Terça às 20h.
Malone sai do encontro com seu irmão pensativo, pois,
avaliando sua conduta, em sua vida de policial dedicado, agiu
com quase cem por cento de honestidade. Talvez, o simples
fato de conviver com tanta corrupção fazia dele uma pessoa
não corruptível, mas, até aquele momento, conivente com tudo
de podre que existia no sistema policial ao qual pertencia, o
que o deixava com um sentimento de culpa, por não ter tido a
coragem de tomar uma atitude em todos estes anos. E por mais
que pensasse na justiça como a saída, a realidade era outra,
uma realidade que ele considerava inalcançávelFoto da capa:

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO


TRECHOS DO LIVRO
Trapaças do Destino
Causa e Efeito


O carro retorna uma hora depois à mansão do bairro
Santa Tereza
Na garagem, o motorista Jorge saltou e olhou para a
varanda. Imediatamente, a mulher de robe azul de seda
chinesa surgiu na sacada e fez um sinal para ele subir ao
escritório.
No escritório diálogo se da de forma rápida, pois a patroa
foi logo ao assunto e perguntou ao motorista:
– Como foi a missão Jorge, tudo bem? Ela esboçou
alguma reação ou fez alguma ameaça?
Jorge coça a cabeça e prefere não relatar os seus contra
tempos com a jovem pelo caminho ate a cidade e resume o
seu relatório.
– Não, Madame, eu a deixei bem no centro como a
senhora recomendou. Ainda fiquei por algum tempo olhando
de longe para ver se ela chamaria alguém para ajudá-la
ou a polícia, mas ela simplesmente ficou de cabeça baixa,
chorando por algum tempo e depois seguiu a Rua Rio Branco

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO


TRECHOS DO LIVRO [TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO]





Doutor Osvaldo Augusto chegou à enfermaria, olhando
para aquela jovem mãe que ainda dormia. Ele passou alguns
minutos admirando-a, pois ela chamava sua atenção pela
semelhança com uma de suas irmãs. Sua pele morena e cabelos
negros e lisos lembrava sua irmã mais jovem, o que o deixava
emocionado com a visão da jovem, que provavelmente teria
um destino incerto. Ao acordar, a jovem mãe abriu seus olhos
e fitou o médico. “Sua aparência está excelente”, pensou ele,
pegando em seu pulso e analisando seu estado pós-gravidez.
Instintivamente, o médico percebeu que seus olhos cor de violeta
mostravam uma mistura de raças. Doutor Osvaldo chamou
as duas enfermeiras: elas entraram na enfermaria carregando
os três bebês no colo para apresentar à mãe ainda sonolenta.
Ela assustou-se com a presença das três crianças, mas, mesmo
assim, ergueu seus braços e as abraçou com ternura, deixando
que a emoção tomasse conta dela e de todos na enfermaria,
que se encontrava repleta de funcionários curiosos

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O MENINO QUE QUERIA VOAR



TRECHOS DO LIVRO








Zé Polin, o pequeno inventor. Ele morava do outro lado
do Morro do Fama e tinha um sonho equidistante do seu
mundo real: queria ser aviador. De tanto ouvir lendas de
homens que voavam em máquinas voadoras, o menino
sonhador, um dia, por acaso, viu bater à sua porta em uma
tarde de vento forte, prenúncio de tempestade. Curioso
com a batida insistente pensou que era gente. Correu para
a porta apressado, abaixou a tramela, e, ansioso, foi logo
abrindo a porta da sala para ver quem batia insistente;    MENINO QUE QUERIA VOAR

Assustou-se por não ver ninguém. Com seu olhar de
menino desolado, deparou-se somente com um vento
forte e gelado. Era o mau tempo, vindo ao seu encontro.
Ó vento, trazia consigo uma folha de jornal que agarrou
em seu rosto. Surpreso pelo ataque da folha de papel, o
menino sonhador pensou em rasgá-lo, mas, ao retirar o
incômodo da sua face, uma ideia aflorou, pois um recorte
de jornal impresso em francês, escrita que ele não
entendia, nenhuma relevância tinha naquele momento.
Porém, seus olhos vidrados se mantinham em uma
imagem que surgiu da foto do jornal. Para ele, parecia ter
caído do céu, e pensou: “Meu sonho veio voando com o
vento”, e no brilho do seu olhar de menino sonhador pôde
se ver alegria. Seu sorriso tomou conta do seu rosto, seus
olhos amendoados arregalaram-se ao se deparar com a
imagem dos seus sonhos em um velho e sujo recorte de
jornal, provavelmente deixado no Morro do Fama

sábado, 25 de outubro de 2014

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

Falar de si mesmo talvez fosse a melhor maneira de José
achar fonte da sua inspiração, por isso seu tema era como
uma reflexão sobre os momentos de superação pela qual passava,
e deixar de uma forma explícita suas convicções perpetuadas
em papel.


Trapaças do Destino - Causa e Efeito
1 1 0
Escrevo dos sonhos.
Sou um sonhador.
Analiso a vida, sou um pensador.
Critico a guerra. Sou pacifista.
Defendo a natureza. Sou ambientalista.
Eu amo a vida e amo o que sou.”

Em suas reflexões, ele escrevia sobre o tempo e as etapas
da vida da qual ele se encaixava e achava relevante em sua
concepção

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

TRECHOS DO LIVRO.

Ela citou algumas de suas obras
e seu interesse por Ibsen, o que o levou a tentar escrever um
texto teatral. Anne fez questão de ler uma parte do texto na
entrevista na televisão, e dedicou o texto para Helena, pois sabia
que, caso sua mãe adotiva estivesse vendo provavelmente,
ela voltaria a sentir orgulho do filho rejeitado, ocorrendo uma
possível aproximação entre os dois depois de mais de trinta
anos. Talvez ela tivesse a coragem de resignar-se e fosse ao seu
encontro, procurando-o para pedir perdão pelos seus erros de
avaliação e egoísmo exacerbados. José Francisco, depois de
citar uma das frases do dramaturgo norueguês, “Pode-se ficar
alegre consigo mesmo durante certo tempo... Mas em longo
prazo a alegria tem que ser compartilhada por duas pessoas”,
relatou que a sua inspiração, além das leituras de Ibsen







Com menos de dez anos, José Francisco descobrira
que fora adotado. E ele soube da verdade de uma forma
dramática, pela sua mãe de criação, que surtara em um dia
de fúria. Indignada com suas notas baixas na escola, não se
conformando com a sua falta de capacidade para os estudos,
ela o agrediu verbalmente, insultou e jogara na sua cara suas
frustações. Hoje, consciente de como fora abandonado pela
mãe na porta de uma loja em uma lixeira, aquela lembrança
parecia não ter mais relevância para ele, servindo apenas pra
lembrá-lo de como o destino determina certos caminhos, mas
nem sempre o fim da estrada, como contava a sua mãe adotiva
quando lhe queria ofender. Aos seis anos, Helena lhe contara
que era adotado. Seus pais adotivos eram de uma família
de classe média bem-sucedida, que via naquela adoção a
solução dos seus problemas conjugais

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO


TRECHOS DO LIVRO [ TRAPAÇAS DO DESTINO]






















Como um navegante que vive um sonho de amor em
todos os portos nas suas viagens do inconsciente, ele transformava
suas inspirações numa realidade quase presente, por
isso era essa vertente que fazia José Francisco divagar nas ondas
do seu coração e escrevia sobre a ausência de um grande
amor fruto dos seus devaneios, verdadeiros ou não, ficando
latente a sua solidão.

Não perco de vista
As minhas conquistas.
Afago meu ego.
Não sou egoísta
Este amor que me atiça
Aumenta a minha cobiça por você,
Enfeitiçado pelo amor, avanço o sinal
Não meço nem penso no que possa dar.
A sua recusa não esta nos meus planos.
Não cometo enganos.
No meu coração, não há lugar para lamentos.
Nem perdas, nem danos.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO















Falar de amor também era um tema recorrente em suas
anotações. Criar e sentir a presença de um grande amor em
sua vida era como aplacar um pouco da ausência daquele sentimento
ainda não vivido por ele, mas não inexistente em sua
mente.
“E lindo e tão sublime esse seu doce olhar.
Vejo em teus olhos a perfeita união,
Seu doce acalento e puro encanto sem solidão,
Viver em ti e como vagar em nuvens,
Ou dormir na relva, acariciado pelo vento.
Quando tudo se completa,
Quase chegamos à perfeição,
Mais e puro devaneio, esta constatação,
Se o amor existe, não a paixão,
Somente o sonho faz parte desta relação.
Mais o que compensa o doce o amargo desta
Constatação
“É viver nesta incerteza e bela ilusão.”

sábado, 18 de outubro de 2014

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER.

TRECHOS DO LIVRO.



O detetive Ribeiro pega a lista de pessoas suspeitas e de
endereços e sai em campo.
À noite, no encontro com sua amante Juliana, loira de
olhos verdes, vinte e três anos - estava na flor da idade, bela e
perigosa como a qualificava o detetive Ribeiro. Sempre que
estava numa roda de amigos, não escondia os seus encantos por
ela.
A jovem o recebe com um vestido preto de decote
estonteante. Como de hábito, sempre se apresenta provocante.
Sabia usar como ninguém as suas armas de sedução, deixando
Ribeiro fora de ação e dominado.
Juliana sabia que um homem casado há mais de trinta
anos com a mesma mulher era uma presa fácil para seus
encantos sensuais. Manter o domínio era seu objetivo. Ela
deixa parte de seus lindos seios à mostra. Recebe Ribeiro com
um beijo ardente, deixando claro as suas intenções para aquela
noite.
No entanto, o detetive não olha para os seios de Juliana                  TRECHOS DO LIVRO
como das outras vezes, deixando-a preocupada. - Ela pergunta
com uma voz doce e macia - Você não está dando a mínima
pra mim. O que houve, Ribeiro?
- Ossos do ofício amorzinho. - E continua.
- Estou investigando um assunto desagradável que me aborrece
profundamente e não estou a fim de falar a respeito.

















O delegado Antunes Malone chega à carceragem. Para
o seu carro. Caminha em passos lentos, ainda esquematizando
o plano em sua cabeça. Nada do que ele pensa poderia ser
colocado em papel. Tudo deveria ser elaborado e guardado em
sua cabeça, jamais deveria existir qualquer vestígio das suas
ideias. Era uma lição que ele aprendera em todos esses anos de
polícia, os assaltantes cometiam erros e sempre deixavam
pistas que serviam como prova para as condenações.
Vai ao portão principal, identifica-se e diz para o
carcereiro que vai fazer um interrogatório. Caminha até a cela
onde se encontra o assaltante Justo e coloca seu plano em
andamento.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

A jovem, naquele momento, dentro de si
se sentia um ser insignificante para o mundo, e pensava que
com certeza ninguém sentiria sua falta a não ser quando a
sua família soubesse do fatídico. “Sabe-se Deus quando isso                  TRECHOS DO LIVRO
iria acontecer”, pensava ela, lembrando que há anos não
mantinha contato com seus familiares, não recebia cartas nem
poderia mandar nenhuma, pois não sabia escrever. Sentia
que seu mundo ruía aos seus pés, e, entorpecida, parecia
que estava deixando de existir, só lhe restava pensar, naquele
momento de fraqueza sobre o motivo que lhe trouxe todo
esse momento de angústia, relembrar o início do seu calvário,
a estava deixando fora de si, inconformada principalmente
pelas razões que a levaram a essa situação. Ficava remoendo
e lembrando que nem o causador do seu sofrimento não se
importou com ela, apesar de promessas veladas de ajudá-la a
superar esse momento em troca do seu silêncio


Logo depois do ato consumado à força. Ela não tinha raiva dele, mas bem lá
no fundo da sua alma a dor contida a devorava por dentro. Ela era tomada por esse sentimento de perda de ter sido violada,
desrespeitada. Era tudo muito confuso em sua mente

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO.

Trapaças do Destino
Causa e Efeito.

Mesmo assim há controvérsias
Desde os primórdios da humanidade
Muitos dizem que o destino de certas pessoas já estaria
escrito nas estrelas, outros afirmam que nos traçamos o nosso
destino. Há ainda os que acreditam que o destino a deus
pertence. Muitos estudiosos do assunto, desde os primórdios
das civilizações, como cartomantes e suas bolas de cristal,
supostamente podiam prever o futuro e os oráculos do passado
visionavam, nas chamas das piras dos templos, o destino de
reis e o desfecho de suas batalhas, e afirmavam, com absoluta
certeza, os seus vencedores, porém, quando mal-sucedidos
perdiam suas cabeças, pois estavam proibidos de decifrarem
seu próprio destino. Por consequência desses desfechos, o que
muitos céticos não aceitam é que o destino, por ter livre arbítrio,
às vezes pode muito bem assumir o poder de trapacear a seu
favor, seja por merecimento ou por você estar no lugar certo na
hora certa, ou no lugar errado na hora errada. Alguém pode
tentar mudar o seu destino. Você pode ser escolhido ao acaso,
só por ironia do destino. O desenrolar das histórias provam que
todas as possibilidades são válidas e, independente da origem
dos fatos, alguém sempre poderá ser favorecido por acaso ou por
ironia do destino.

















Enquanto ele olhava com um olhar sarcástico para aquela
pobre jovem indefesa e imaginava que a reação dela fosse de
acovardar-se e humilhar-se pedindo talvez a sua ajuda por
estar intimidada por suas palavras de persuasão. Mas, muito
ao contrário do que ele imaginava, a reação da jovem foi de
recompor-se, e, mesmo mantendo-se calada no banco, ela
encheu-se de coragem, ergueu a sua cabeça e, fitando-o bem
em seus olhos, já não mais demostrava medo. Ela limpou
suas lágrimas, com seu casaquinho bege de lã, demostrando
que aquelas palavras não a atingiriam, pois partiam da boca
de um ser vil que não merecia vê-la sofrer para satisfazer seus
instintos. E, por um instante, com seu cérebro em ebulição,
se viu tomada por uma vontade de reação em defesa da sua
honra. Enquanto ele dirigia olhando para aquele ser frágil
ao seu lado aparentemente dominada, não imaginava que a
jovem maquinava naquele instante ou fosse capaz de alguma
atitude insensata. Mas ele estava enganado, pois ela pensava
em um ato mais extremo, que era provocar um acidente
naquela ladeira. Por alguns segundos, ela ficou meio fora
de si, avaliando os riscos e analisando essa possibilidade.
Percebeu que para isso bastaria puxar o volante e fazer com
que aquele canalha que a agredia com palavras pagasse

sábado, 11 de outubro de 2014

O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER

Os vários tiros quebram o silêncio da pacata estrada,
nuvens negras ainda cobrem o céu da cidade de Rosário. O
revoar dos pássaros dava o toque final trágico e anunciava o
final de uma carnificina.
O delegado quase perde o controle. Em todo o seu
tempo como policial, jamais tinha visto tamanha covardia.
Covardia praticada por homens da lei, na tentativa de esconder
as provas de seu envolvimento. Uma queima de arquivo a
sangue frio. Percebe que algo saiu errado. Algo que para ele,
era inesperado. Malone não contava com este desfecho. Agora
é a vez de o detetive Ribeiro manter a calma e segurar o
delegado. A sua experiência lhe dizia para manter o controle e
fazer parte da farsa que estava por vir.
Depois do tiroteio, um cheiro de sangue toma conta do
ar. Impera um silencio fúnebre, por segundos, nem o vento
sopra. Somente o cheiro de morte e pólvora domina aquele
cenário tingindo de sangue.










O jogo só tinha começado e não tinha vencedor ainda.
Quatro horas depois, Osmar chega à delegacia contando
vantagem e falando da perseguição aos assaltantes do banco, de
como foi o confronto e morte dos mesmos.
- Foi uma troca de tiros infernal. Os caras abriram fogo contra
mim e o delegado Malone e toda a equipe reagiu à altura.
Senão, a essa hora estaríamos todos mortos, não foi delegado?
Mencionando a participação do delegado Antunes
Malone na operação e tentando envolvê-lo ainda mais na sua
farsa, o detetive Osmar lamenta não ter conseguido recuperar
os dois milhões do roubo, deixando o delegado mais uma vez

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

O MENINO QUE QUERIA VOAR.

http://www.amazon.com.br/gp/aw/s/ref=is_box_?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&k=O+menino+que+queria+voar

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER

TRECHOS DO LIVRO.



A chuva aperta, nuvens negras tomam conta do céu da
cidade de Rosário. O delegado pede cautela a Ribeiro.
- Vamos com calma, Ribeiro. Com esta chuva ninguém vai sair
por aí correndo que nem louco. Nem os bandidos vão se
arriscar a um acidente.
O delegado Antunes tinha um plano. Ordena a Ribeiro
uma inversão na captura. Faz uma rápida leitura no GPS do
carro, vê sua localização no mapa do bairro e nota que o Bairro
Marrom (antigo bairro kalege), não seria uma rota possível, e
inteligente de fugas para bandidos tão experientes. Age ao
contrário do que sugere a informação do detetive Osmar. Como
estão com o carro descaracterizado, poderiam se posicionar
exatamente onde estavam naquele momento, inverso ao bairro
kalege, como lia seu GPS. Provavelmente a rota de fuga seria a
Avenida Azul-petróleo (antiga avenida do estado), a única
opção inteligente, pensava o delegado Antunes Malone.
- Vamos fechar a avenida?- Pergunta o detetive Ribeiro.
- Não quero abordagem, vamos deixar passar os carros e os
seguimos. - Ordena o delegado.
- Não estou entendendo, chefe. Qual o plano?
- Simples. Somos dois e não sabemos quantos assaltantes são.
O Osmar sugeriu outra direção, meu palpite é que eles passarão
por aqui. Estaremos bem posicionados. Vamos segui-los sem
levantar suspeita e talvez possamos desvendar o mistério de
tantos assaltos sem nenhuma prisão antes de eu vir para esta
delegacia.
- Como assim, delegado?
- Vê se você me entende, Ribeiro. A ideia é tentar localizar o
esconderijo da quadrilha, provavelmente é onde Osmar faz a
partilha do roubo, longe da cidade. Assim se explica porque

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER

TRECHOS DO LIVRO [O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER]






João M. C. Jr.
36
O delegado sente que o dia começou quente apesar da
chuva. Neste mesmo instante ele é bombardeado por um
pombo que, com sua pontaria certeira, atinge o seu ombro. O
delegado olha para o céu cinzento, acompanha o voo do pombo
que pousa no parapeito do prédio da delegacia. A ave inclina
sua cabeça olha para o delegado como se quisesse adverti-lo de
alguma coisa. Ele pensa, é apenas um bombo branco,
representa a paz, e não um corvo, que dizem ser a ave de mau
agouro. Superstições não faziam parte da sua vida. Conclui:
simplesmente não era sua manhã de sorte.
O delegado caminha até o banheiro, tira a camisa, limpa
o bombardeio do pombo, volta a sua mesa e percebe que ela
está desarrumada, provavelmente obra de um bisbilhoteiro.
Compreende que não poderia guarda nada de importante, nem
deixar nada a mostra na delegacia. Levanta-se da mesa, pega o
jornal, vai até a cafeteira automática que há semanas não
funciona bem. Apesar de suas várias reclamações, nada foi
feito. Pega o seu café frio e folheia o seu jornal, as primeiras
manchetes são desanimadoras. Assalto a joalheria fere cinco
pessoas no centro da cidade, mais um assalto a banco na
periferia da cidade, pedófilo linchado pela família da criança
etc. o delegado muda a página tentando achar notícias
melhores. Abre no caderno de economia e política e as
manchetes também não o agradam. A crise mundial e um
escândalo por desvio de verba rondava o país.

##musica TENHO TEMPO DE PENSAR

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