TRECHOS DO LIVRO
O MENINO QUE QUERIA VOAR
Seu vestido, com motivos
florais confeccionados por ela, a deixava em sintonia com
a natureza ao redor, e por hábito usava um véu branco,
presente da sua sogra de origem [luso-alemã, casada com
Messias, seu sogro, o artesão de colchões de origem
cabocla].
Ela o mantinha cobrindo sua cabeça enquanto
permanecesse no templo. Estava grávida de nove meses,
e acompanhada por seus três filhos mais novos. Como
fazia todos os domingos, ela repartiria entre os membros
presentes o bolo de fubá e o café com leite que ainda se
mantinha quente dentro de bules de ágata sobre o fogão
a lenha na pequena e bem arrumada cozinha nos fundos
da igreja. os bolos de fubá ainda exalavam o cheirinho
da erva doce, que perfumava o ambiente, deixando todos
salivando, enquanto dona Candida orava, agradecendo o
alimento que estava sobre uma mesa de Jacarandá, os
bolos e pães estavam coberto por guardanapos de linho
bege bordados com o tema que ela mais gostava: as flores
Maravilha. A mesa era forrada com uma toalha de crochê
branca confeccionada por ela, engomada com a fécula de
trigo. Um bule de ágata azul turquesa cheio de flores
margaridas, colhidas naquela manhã no caminho para
igreja, ornamentava a cômoda, onde eram guardadas as
toalhas. No final do culto, as mulheres eram presenteadas
com buquês de flor Maravilha na saída da igreja.
O MENINO QUE QUERIA VOAR
Zeca Calango contava suas fábulas sempre
com um sorriso de canto de boca, valorizadas por três
dentes de ouro. A sua preferida era da mula Fantasma.
Dizia que, na lua nova, no alto do Morro do Fama, a mula
sem cabeça trotava na estrada, soltando labaredas da
degola e por onde passava deixava um rastro de destruição
e terror, incendiando lavouras, cafezais e ranchos.
Afirmava convicto de suas histórias, que esta alma
penada era da mula de um escravo de nome Justino, que
recebera a mula do seu senhor, o Conde de Avelar, como
prêmio por nunca ter sido castigado todo o tempo em que
fora escravo de um único senhor. Mas o fato ocorrido no
passado em uma fatídica noite de lua cheia com a mula
desse pobre homem deu origem à suposta lenda para
alguns e fato real para os sábios da região, principalmente
ele, o destemido Zeca Calango,
O MENINO QUE QUERIA VOAR
Seu vestido, com motivos
florais confeccionados por ela, a deixava em sintonia com
a natureza ao redor, e por hábito usava um véu branco,
presente da sua sogra de origem [luso-alemã, casada com
Messias, seu sogro, o artesão de colchões de origem
cabocla].
Ela o mantinha cobrindo sua cabeça enquanto
permanecesse no templo. Estava grávida de nove meses,
e acompanhada por seus três filhos mais novos. Como
fazia todos os domingos, ela repartiria entre os membros
presentes o bolo de fubá e o café com leite que ainda se
mantinha quente dentro de bules de ágata sobre o fogão
a lenha na pequena e bem arrumada cozinha nos fundos
da igreja. os bolos de fubá ainda exalavam o cheirinho
da erva doce, que perfumava o ambiente, deixando todos
salivando, enquanto dona Candida orava, agradecendo o
alimento que estava sobre uma mesa de Jacarandá, os
bolos e pães estavam coberto por guardanapos de linho
bege bordados com o tema que ela mais gostava: as flores
Maravilha. A mesa era forrada com uma toalha de crochê
branca confeccionada por ela, engomada com a fécula de
trigo. Um bule de ágata azul turquesa cheio de flores
margaridas, colhidas naquela manhã no caminho para
igreja, ornamentava a cômoda, onde eram guardadas as
toalhas. No final do culto, as mulheres eram presenteadas
com buquês de flor Maravilha na saída da igreja.
O MENINO QUE QUERIA VOAR
Zeca Calango contava suas fábulas sempre
com um sorriso de canto de boca, valorizadas por três
dentes de ouro. A sua preferida era da mula Fantasma.
Dizia que, na lua nova, no alto do Morro do Fama, a mula
sem cabeça trotava na estrada, soltando labaredas da
degola e por onde passava deixava um rastro de destruição
e terror, incendiando lavouras, cafezais e ranchos.
Afirmava convicto de suas histórias, que esta alma
penada era da mula de um escravo de nome Justino, que
recebera a mula do seu senhor, o Conde de Avelar, como
prêmio por nunca ter sido castigado todo o tempo em que
fora escravo de um único senhor. Mas o fato ocorrido no
passado em uma fatídica noite de lua cheia com a mula
desse pobre homem deu origem à suposta lenda para
alguns e fato real para os sábios da região, principalmente
ele, o destemido Zeca Calango,
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