TRECHOS DO LIVRO
O MENINO QUE QUERIA VOAR [ CHIADO EDITORA PORTUGAL[
E- BOOK NO BRASIL
Longe do perigo, em uma
frondosa castanheira, a juriti-gemedeira ajeitava seus
ovos no ninho, protegendo suas futuras crias. Um pouco
mais acima do Morro do Fama, na mata fechada, com sua
preguiça costumeira da manhã, a onça-pintada descia do
tronco da Peroba, afiando as suas garras e iniciava sua
jornada de caça matutina às capivaras a beira do rio.
Como de costume, seus obstinados moradores já estavam
na estradada ao alvorecer. Alguns recolhiam jenipapos,
afim de produzirem licores fortificantes para ajudar os
menos afortunados a combater a tuberculose que se
alastrava na região. os que se sentiam abençoados estavam
arrumados com as suas melhores roupas e rumavam
em direção ao lugarejo chamado Maravilha. Por esse
motivo, o trânsito de charretes e cavalos descendo o
Morro do Fama em direção a uma pequena igreja congestionava
a precária estrada. Mesmo com todo cuidado, os
hábeis condutores de charretes não evitavam alguns
acidentes com seus cavalos, que deslizavam no barro
vermelho. o estado calamitoso era devido à chuva da
madrugada e os sulcos deixados pelo intenso tráfego de
carros de boi no dia anterior na estrada, transportando
leguminosas e hortaliças em direção ao centro de Paty do
Alferes, a deixaram quase intransitável. Neste domingo,
a maioria dos moradores dirigia-se para a única congregação
num raio de dez quilômetros. Para os membros
desta irmandade, o domingo era o dia de regozijar e
agradecer as dádivas concedidas aos moradores que
sobreviveram e resistiram com tenacidade a uma grande
seca. Esta culminou com incêndios inusitados em algumas
fazendas de cana-de-açúcar, alguns meses antes,
dizimando animais e as lavouras de café, não poupando
o pequeno agricultor, que, nesse momento, tentava manter
a vida no seu rumo. Estavam reunidos para agradecer
a Deus, e felizes por poderem voltar a plantar após a
recuperação das terras arrasadas. Contavam com a fé para
reverter os percalços, e com o milagre da natureza, que
voltaria a dar o exemplo da sua força e manteria a ordem
natural das coisas no pequeno lugarejo situado abaixo do
Morro do Fama. No caminho que levava à entrada da
igreja, uma bem cuidada alameda de flores, margaridas,
rosas vermelhas e brancas e hortênsias exalavam seus
perfumes e coloriam o caminho que conduzia os fieis.
O MENINO QUE QUERIA VOAR [ CHIADO EDITORA PORTUGAL[
E- BOOK NO BRASIL
Longe do perigo, em uma
frondosa castanheira, a juriti-gemedeira ajeitava seus
ovos no ninho, protegendo suas futuras crias. Um pouco
mais acima do Morro do Fama, na mata fechada, com sua
preguiça costumeira da manhã, a onça-pintada descia do
tronco da Peroba, afiando as suas garras e iniciava sua
jornada de caça matutina às capivaras a beira do rio.
Como de costume, seus obstinados moradores já estavam
na estradada ao alvorecer. Alguns recolhiam jenipapos,
afim de produzirem licores fortificantes para ajudar os
menos afortunados a combater a tuberculose que se
alastrava na região. os que se sentiam abençoados estavam
arrumados com as suas melhores roupas e rumavam
em direção ao lugarejo chamado Maravilha. Por esse
motivo, o trânsito de charretes e cavalos descendo o
Morro do Fama em direção a uma pequena igreja congestionava
a precária estrada. Mesmo com todo cuidado, os
hábeis condutores de charretes não evitavam alguns
acidentes com seus cavalos, que deslizavam no barro
vermelho. o estado calamitoso era devido à chuva da
madrugada e os sulcos deixados pelo intenso tráfego de
carros de boi no dia anterior na estrada, transportando
leguminosas e hortaliças em direção ao centro de Paty do
Alferes, a deixaram quase intransitável. Neste domingo,
a maioria dos moradores dirigia-se para a única congregação
num raio de dez quilômetros. Para os membros
desta irmandade, o domingo era o dia de regozijar e
agradecer as dádivas concedidas aos moradores que
sobreviveram e resistiram com tenacidade a uma grande
seca. Esta culminou com incêndios inusitados em algumas
fazendas de cana-de-açúcar, alguns meses antes,
dizimando animais e as lavouras de café, não poupando
o pequeno agricultor, que, nesse momento, tentava manter
a vida no seu rumo. Estavam reunidos para agradecer
a Deus, e felizes por poderem voltar a plantar após a
recuperação das terras arrasadas. Contavam com a fé para
reverter os percalços, e com o milagre da natureza, que
voltaria a dar o exemplo da sua força e manteria a ordem
natural das coisas no pequeno lugarejo situado abaixo do
Morro do Fama. No caminho que levava à entrada da
igreja, uma bem cuidada alameda de flores, margaridas,
rosas vermelhas e brancas e hortênsias exalavam seus
perfumes e coloriam o caminho que conduzia os fieis.
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