Quem sou eu

Minha foto
São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

domingo, 16 de novembro de 2014

TRECHOS DO LIVRO[ O MENINO QUE QUERIA VOAR[

Com um grito estarrecedor, misto de ódio e de dor, pegou a cabeça da
mula abraçando sobre seu peito e saiu em desatino,
gritando palavras em seu dialeto, que soavam proféticas.
Em seguida, embrenhou-se pela floresta deixando um
rastro de sangue no Morro do Fama, profanando aquele
lugar até então lugar de atos solene. Justino seguiu
invocando a ira dos deuses; ele praguejou, amaldiçoando-os.

Atordoados pelo inusitado evento, mas, insensíveis à
dor do escravo, os caçadores recobraram meio incrédulos
sua arrogância de exploradores e seguiram desconfiados,
olhando para floresta ao redor com o cheiro de sangue
queimado no ar


 .








A parteira, por mais alguns
minutos, seguiu forçando para baixo o bebê, tentando
posicioná-lo, pois parecia estar virado na posição contrária.
Procurando manter-se calma para não alarmar dona
Candida, a parteira pedia, a todo instante, que dona Cândida
respirasse fundo e tentasse ajudá-la nesse momento.
Exaurida, por horas de esforço, já não tinha mais voz para
responder aos pedidos da parteira. Mesmo assim, dona
Cândida, antes de um breve desmaio, reuniu toda sua
força. Às quatro horas, os pés da criança começaram a
aparecer. A parteira sorriu feliz por ver seu esforço
recompensado. Nesse instante, dona Candida deu um
grito de dor e sorriu, ao mesmo tempo feliz, sentindo
alívio por saber que a criança estava nascendo. Seu
esforço incomum estava ajudando a parteira a retirar um
menino completamente roxo, aparentemente quase morto.
isso assustou a parteira, que o colocou imediatamente
de cabeça para baixo, deu um tapa no bumbum, e sorriu
aliviada por ouvir o som da vida, pois o menino soltou
um choro fraquinho e respirou fundo, provando que
estava vivo e fazendo sua mãe chorar de alegria. imediatamente,
dona Nedina o colocou sobre o peito de dona
Candida, e ela logo percebeu que este era o menor dos
filhos que ela tivera, com o olhar fixo no menino



À medida que os anos se passavam, o menino
crescia sem nenhum problema aparente e vivia agarrado
à sua mãe, que não tirava os olhos dele por um bom
motivo.

Nenhum comentário: