TRECHOS DO LIVRO [O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER]
João M. C. Jr.
36
O delegado sente que o dia começou quente apesar da
chuva. Neste mesmo instante ele é bombardeado por um
pombo que, com sua pontaria certeira, atinge o seu ombro. O
delegado olha para o céu cinzento, acompanha o voo do pombo
que pousa no parapeito do prédio da delegacia. A ave inclina
sua cabeça olha para o delegado como se quisesse adverti-lo de
alguma coisa. Ele pensa, é apenas um bombo branco,
representa a paz, e não um corvo, que dizem ser a ave de mau
agouro. Superstições não faziam parte da sua vida. Conclui:
simplesmente não era sua manhã de sorte.
O delegado caminha até o banheiro, tira a camisa, limpa
o bombardeio do pombo, volta a sua mesa e percebe que ela
está desarrumada, provavelmente obra de um bisbilhoteiro.
Compreende que não poderia guarda nada de importante, nem
deixar nada a mostra na delegacia. Levanta-se da mesa, pega o
jornal, vai até a cafeteira automática que há semanas não
funciona bem. Apesar de suas várias reclamações, nada foi
feito. Pega o seu café frio e folheia o seu jornal, as primeiras
manchetes são desanimadoras. Assalto a joalheria fere cinco
pessoas no centro da cidade, mais um assalto a banco na
periferia da cidade, pedófilo linchado pela família da criança
etc. o delegado muda a página tentando achar notícias
melhores. Abre no caderno de economia e política e as
manchetes também não o agradam. A crise mundial e um
escândalo por desvio de verba rondava o país.
João M. C. Jr.
36
O delegado sente que o dia começou quente apesar da
chuva. Neste mesmo instante ele é bombardeado por um
pombo que, com sua pontaria certeira, atinge o seu ombro. O
delegado olha para o céu cinzento, acompanha o voo do pombo
que pousa no parapeito do prédio da delegacia. A ave inclina
sua cabeça olha para o delegado como se quisesse adverti-lo de
alguma coisa. Ele pensa, é apenas um bombo branco,
representa a paz, e não um corvo, que dizem ser a ave de mau
agouro. Superstições não faziam parte da sua vida. Conclui:
simplesmente não era sua manhã de sorte.
O delegado caminha até o banheiro, tira a camisa, limpa
o bombardeio do pombo, volta a sua mesa e percebe que ela
está desarrumada, provavelmente obra de um bisbilhoteiro.
Compreende que não poderia guarda nada de importante, nem
deixar nada a mostra na delegacia. Levanta-se da mesa, pega o
jornal, vai até a cafeteira automática que há semanas não
funciona bem. Apesar de suas várias reclamações, nada foi
feito. Pega o seu café frio e folheia o seu jornal, as primeiras
manchetes são desanimadoras. Assalto a joalheria fere cinco
pessoas no centro da cidade, mais um assalto a banco na
periferia da cidade, pedófilo linchado pela família da criança
etc. o delegado muda a página tentando achar notícias
melhores. Abre no caderno de economia e política e as
manchetes também não o agradam. A crise mundial e um
escândalo por desvio de verba rondava o país.
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