Contagiado por sua verve, o poeta caminhava por essas bandas, registrando no seu caderno. Ele versejava e deleitava-se encantado com a beleza no caminho para Avelar. “Nessa terra tem palmeiras, castanheira, imbuia e jacarandá, alamedas de ipê roxo e o florido jequitibá. Seus rios de águas límpidas alimentam o bisbilhar de riachos que embalam nossos sonhos ao anoitecer. Também tem aves de canto, como canta o sabia. Não há dia em que não me encante com o furor lírico do canário-da-terra e a sua perfeita sinfonia no ar. Enche-me de alegria o fugaz festim de andorinhas no céu a bailar. Nessa terra onde devagar vai-se longe, caminho feliz, lentamente percebo que o esse pássaro Vira Campo ajuda a semear o seu fruto, e, ainda que lentamente, percebo que há mais vida na imbaúba, onde a habita a preguiça desfrutando do seu banquete alimentar. Logo adiante, resistentes e imponentes, construídas sobre os galhos do pau-brasil, há casas de joão-de-barro perfeitas para morar. Em meu devaneio de tanta beleza fitar, fico envaidecido e mergulho no meu soberbo delírio, pois meu olhar deslumbra-se mais ainda com o vigor do vermelho- sangue, da flor do pé de Mulungu onde descansam as maitacas em algazarra, ao revoar.
Em busca de uma fantasia para sobreviver, o menino, muito cedo, aprenderá a voar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário