Quem sou eu

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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER

Malone dá um tempo, toma o seu banho. O jantar já
está na mesa, o delegado come calado. Olga percebe que não é
o comportamento habitual do seu esposo e pergunta:
- O que você quer me contar? Pode falar, querido. Nada mais
me assusta neste país. O que roubaram desta vez, o retrato do
governador pintado por Van Gogh no gabinete do Palácio
Laranja? - Pergunta ironicamente Olga para descontrair e não
pensar que poderia ser algo pior.
- Olga, tenho uma novidade não muito agradável pra te contar.
Sei que você pode me achar fora do juízo, mas quero deixar
claro que não foi uma punição, como pode parecer num
primeiro momento. Também não foi uma decisão fácil. - E
complementa. - O secretário me pediu que assumisse a
Delegacia de Roubos a Bancos que está tirando o sono dele.
Olga interrompe o marido - Ma
ma mia, Malone! Se
entendi bem, ele simplesmente passou pra você as
preocupações dele. Como você aceita um convite destes? Isto
parece mais uma cilada. Você está prestes a se aposentar!
Correr todo este risco pra agradar o secretário? Desculpe,
querido, mas essa não foi uma decisão muito inteligente.
- Entendo a sua preocupação, Olga, mas o que pesou na minha
decisão foi o fato de estar na polícia há trinta anos. Fiz uma
análise da minha carreira até o presente momento e cheguei à
conclusão de que, apesar de todo esse tempo, parece que eu
não fiz nada para a sociedade.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

Sem rostos que os identifiquem, surgem oriundos das
sombras, e entrelaçam na vida alheia. Esses seres sorrateiros
surgem aliciando, são maquiavélicos. Perfumam o rastro que
deixa disfarçando o veneno letal que carregam em suas entranhas
e exterminam aos poucos suas presas doentes, escravas
do seu ritual.eu ritual.




Tempos depois, convicta de que deveria tomar uma
decisão, ela o matriculou em um curso de inglês para mantê-lo
ocupado, o que deu certo por algum tempo. Ele arrumou
uma namorada, filha de um coronel do exército. A moça
gostava de contar histórias da vida de seu pai, porém, como
ele não compartilhava das mesmas ideias, discutiam muito, e
o namoro durou somente seis meses, quando ele voltou a usar
as drogas.

domingo, 31 de agosto de 2014

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

O pequeno
jornaleiro, que caminhava tranquilamente pela calçada com
seus jornais a tiracolo, anunciando as manchetes com seu
chamado peculiar “EXTRA, EXTRA”. Surpreendido pela
freada brusca, ele interrompeu seu chamado para a manchete
do dia, o susto o fez engolir as palavras que davam ênfase à
sua chamada “extra, extra, bandido da luz vermelha ataca de
novo’’, quase deixando seus jornais caírem no chão. A fumaça
tomou conta do ambiente e um cheiro de borracha queimada
impregnou o ar, fazendo tossir o pequeno jornaleiro. O carro
parou enfrente ao cinema Odeon, que exibia o filme 007
contra o Fantástico Dr. No. A porta do carro se abriu e uma
jovem foi empurrada para fora dele. Ela saiu tropeçando
na mala que fora jogada logo a seguir sobre ela e quase se
chocou com a foto do ator Sean Connery no cartaz que estava
emoldurado na vitrine do cinema com cara de agente secreto
e conquistador, mas “com licença para matar empunhando
sua arma em uma praia paradisíaca

sábado, 30 de agosto de 2014

O MENINO QUE QUERIA VOAR


Contagiado por sua verve, o poeta caminhava por essas bandas, registrando no seu caderno. Ele versejava e deleitava-se encantado com a beleza no caminho para Avelar. “Nessa terra tem palmeiras, castanheira, imbuia e jacarandá, alamedas de ipê roxo e o florido jequitibá. Seus rios de águas límpidas alimentam o bisbilhar de riachos que embalam nossos sonhos ao anoitecer. Também tem aves de canto, como canta o sabia. Não há dia em que não me encante com o furor lírico do canário-da-terra e a sua perfeita sinfonia no ar. Enche-me de alegria o fugaz festim de andorinhas no céu a bailar. Nessa terra onde devagar vai-se longe, caminho feliz, lentamente percebo que o esse pássaro Vira Campo ajuda a semear o seu fruto, e, ainda que lentamente, percebo que há mais vida na imbaúba, onde a habita a preguiça desfrutando do seu banquete alimentar. Logo adiante, resistentes e imponentes, construídas sobre os galhos do pau-brasil, há casas de joão-de-barro perfeitas para morar. Em meu devaneio de tanta beleza fitar, fico envaidecido e mergulho no meu soberbo delírio, pois meu olhar deslumbra-se mais ainda com o vigor do vermelho- sangue, da flor do pé de Mulungu onde descansam as maitacas em algazarra, ao revoar.
Em busca de uma fantasia para sobreviver, o menino, muito cedo, aprenderá a voar.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O MENINO QUE QUERIA VOAR



TRECHOS DO LIVRO

Messias, envaidecido com a façanha, sorria de orelha a orelha, mas, antes de tirar o couro do animal, com seu punhal de duas lâminas para ornamentar a parede da sala, chamou para registrar esse feito seu tio Sebastião Borges, o fotógrafo da região que registrava, com sua máquina Kodak, as paisagens, festejos e eventos corriqueiros do lugar. Esse fato passou a fazer parte das histórias de caçadores que passavam por ali levando histórias e lendas além das fronteiras de Maravilha, enriquecendo seu acervo verbal e literário popular. Nesse lugar, havia homens de astúcia ímpar, como o próspero Herculano, que contratava camaradas para trabalhar em suas terras em troca de um bom salário, e os pagava nos final de semana. No entanto, ardiloso como uma cobra surucucu, sempre pensando em levar vantagem, ele havia meticulosamente preparado a arapuca para pegar os trabalhadores da roça, e, para tanto, montava todo final de semana um pequeno cassino em sua casa, com bebidas à vontade. Depois de efetuar o pagamento dos camaradas, convidava-os para a jogatina, onde, com sua experiência em traquinagem, limpava as lebres, como ele chamava os incautos camaradas, deixando-os duros e endividados, por um bom tempo e tendo de trabalhar quase de graça para ele.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

TRECHOS DO
LIVRO.

Marcos dizia para sua mãe que
José tinha o direito de se manifestar, pois era um rapaz do
mundo e, portanto, diferente deles, tendo as suas razões de
ser autêntico, pois viviam em um país livre e democrático.
José estudava inglês sem muito entusiasmo e mantinha seus
cabelos longos, diferenciando-os de Marcos, que era mais
comportado e frequentava lugares mais recatados e festas em
clubes locais, enquanto José se enturmara com o pessoal do
colégio, sonhava em ser um Bob Dylan e conhecia bandas
de rock nas suas andanças quando não estava em companhia
da família Albuquerque, que era mais conservadora, mas não
interferia nas suas escolhas.
Os três anos se passaram sem nenhum problema.

FESTA E AMOR, A ONDA É ESTA.

A onda é esta. Se um pouco que resta. Dessa vida ainda presta. Fazemos festas. Tocamos o tambor. Da paz e amor. É o que nos resta. É ...