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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

segunda-feira, 30 de março de 2015

JOGO SUJO CIDADE DO CRIME LIVRO 5


VEM AI. O LIVRO CIDADE DO CRIME



“Os grandes pensadores como Aristóteles já falavam da ética em
sua Física, afirmando que a função natural do homem é
raciocinar bem e raciocinar bem é raciocinar em consonância
com a virtude. Portanto, a ética de Aristóteles se concentra no
caráter do agente como aquele que é bom ou moralmente mau.
Essa é a chamada ética da virtude.”



Citação do autor
Aviso
Se você não gosta de pôr em dúvida suas virtudes e é desprovido dessa
chama e não tem coragem de encarar seus medos, e se, igualmente, não
aceita questionamentos sobre a ética, considere tal mudança ao ler este
livro.




Esse é o ponto contraditório que se descortina na realidade latente que mais se
assemelha à ficção dos filmes em cartaz, que se fundem, de forma explícita, à realidade
estampada nos noticiários jornalísticos e demais periódicos. Tal conflito urbano
perturbador faz com que as pessoas percam a percepção entre o que é real e a ficção no
seu cotidiano, muitas vezes ficando sem coragem de encarar a realidade e preferindo
fechar os olhos ao que existe de fato. Assim é que não enxergam as milhares de mortes
oriundas da peleja jogada no campo sujo deste caos urbano, mascarado, de um lado,
sutilmente, embora deixando sua mácula irreparável

domingo, 22 de março de 2015

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO




Alfredo respondeu com um gesto positivo com seu quepe
e se apressou para trancar a porta do carro, para que a jovem
não saltasse. Em seguida, ele abriu a porta da garagem e saiu
com o carro rapidamente da mansão em Santa Tereza. Ele
desceu velozmente as ruas de curvas tortuosas do bairro, quase
atropelando o leiteiro que atravessava a rua naquele momento
com os litros de leite na mão. Por sorte, ele escapou por pouco
de ser atropelado, pulando na calçada. Ele gritou ao perceber
que era o Jorge que descia como um louco, e disse:
– Tá maluco, seu barbeiro! Desse jeito, vai fazer alguma
m... hoje.
O motorista, então, botou a cabeça para fora do carro,
fez um gesto obsceno com a mão para o leiteiro e seguiu
em frente. Dentro do carro, a jovem chorava copiosamente,
enquanto o motorista a repreendia, dizendo:
– Foi você quem arrumou essa encrenca. Agora aguenta
as consequências. Pode parar de choramingar, que isso já está
me irritando, e se acalme, pois eu não vou fazer nada com
você, apenas vou te deixar na cidade, e você se vira por lá.
Com seu tom de voz alterado, ele a manteve sob pressão
e a agredia com seus argumentos depreciativos.
– Você tem cara de meio bobinha, mas vai aprender
rapidinho, como tantas outras que eu conheço. E, se você
tivesse escolhido alguém do seu nível como eu, por exemplo,
não estaria nessa situação.
E complementou seu diálogo tentando passar a mão em
sua perna. Mas, antes que ele alcançasse seu intento, a jovem,
numa reação espontânea, desferiu uma tapa em sua cara.
Em um movimento rápido, ele se esquivou da tapa desferido
pela jovem que resvalou em seu rosto, fazendo-o perder o
controle do carro, que derrapou na curva

quinta-feira, 19 de março de 2015

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO




TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO








O proprietário do bar era um homem gentil e a
tratava como um ser humano e não como pária da sociedade
ou estorvo, como alguns proeminentes senhores da sociedade
viam os excluídos, desocupados e mendigos que circulavam
no centro financeiro do Rio de Janeiro. Ciente da rejeição da
qual era vitima a jovem só se sentia segura quando acordava
na porta desse bar, ela se sentia protegida por esse estranho que
não a rejeitava . Ali tinha a garantia de que não passaria fome
naquela manhã e não seria enxotada como um animal, como
ocorria em outros lugares. Quem tinha todos os motivos para
odiar o mundo seria ela, vítima de uma sociedade hipócrita
incapaz de uma autocrítica, para delinear uma sociedade
mais justa. A jovem com pouca idade e incapaz de discernir
a sua verdadeira questão nesse contexto da sua vida estava
entregue à própria sorte, com pouca experiência de vida. Já
sofria com o desprezo, amargava com a violência a que fora
submetida. Somente sua força interior, que advinha do seu
estado de espírito, a fazia resistir à adversidade. Ela era movida
por uma vontade de viver e o amor pela vida a mantinha
viva.

domingo, 15 de março de 2015

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO


TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO



Já passavam das 9hs da noite, a cidade adormecera mais cedo.
Nesse dia, as ruas estavam desertas, poucos carros circulavam
pelo centro da cidade, os bares nas redondezas estavam
vazios como a alma de alguns poucos passantes proibidos de
aglomerarem-se, como era o hábito das pessoas nos finais de
semana, especialmente às sextas-feiras, na Cinelândia. Por
ordem do governo constituído, o cinema Odeon não teria a
sessão das 10h, deixando os casais de namorados frustrados por
não terem direito ao escurinho do cinema. Lamentavelmente
para o público em busca de lazer e boêmios da noite carioca,
os teatros e boates dos arredores estavam sob um toque de
recolher. Artistas fechavam desiludidos seus camarins,
enquanto músicos guardavam seus instrumentos desolados,
prostitutas e gigolôs deixavam as ruas, recolhiam-se aos

prostíbulos,














Sexta-feira, 12 de junho 1964. Na Cinelândia, o
pequeno jornaleiro tentava vender o jornal com a manchete
internacional do dia, que parecia ter grande relevância
Trapaças do Destino - Causa e Efeito
simbólica para o país naquele momento. Ele gritava a plenos
pulmões; “EXTRA EXTRA! Líder do Congresso Sul Africano
Nelson Mandela é condenado à prisão perpétua!”. Apesar do
esforço do menino jornaleiro, poucas pessoas se interessavam
pela notícia, e os poucos leitores que compravam o jornal
davam sua opinião na mesa de bares. Entre um chope e uma
caipirinha, confabulavam em baixo tom de voz, desconfiados
de ouvidos alheios. Viviam tomados por sentimentos de
perdas em consequência das suas decepções momentâneas.
Eles eram céticos nas suas análises decretando seu destino.
Previam o fim do líder da luta contra o apartheid na prisão na
Ilha de Robben na Cidade do Cabo. Não acreditando no seu
futuro político no país do apartheid, diziam enfaticamente “O
destino desse bravo guerreiro já está selado; o pobre coitado vai
morrer na prisão”. Muitas dessas pessoas estavam preocupadas
com a própria pele e temiam por um destino parecido. O
ceticismo tomava conta do ânimo das pessoas, pois o dia fora
estafante para a grande maioria delas que trabalharam sob
as perspectivas de novos tempos. A noite chegava com ares
nebulosos, sobre esta cidade maravilhosa de tantos carnavais.
Na Rua Santa Luzia, a jovem caminhava com lentidão
depois de perambular por horas pela cidade durante o dia
em busca de sua subsistência. Estava aflita por não ter sido
bem-sucedida. A fome se abatera sobre ela, que já demostrava
sinais de exaustão, mas estava ciente de que teria de descansar.
Com a noite chegando, ela procurou um abrigo para passar
mais uma noite ao relento.

quinta-feira, 12 de março de 2015

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO


RIO DE JANEIRO  ANOS 60

















TRECHOS DA PEÇA DO LIVRO

O detetive é alto, com cabelo preto ligeiramente engomado
com Gumex, usa quase sempre terno e gravata preta, e um
sobretudo bege que compõe seu traje nessa noite chuvosa.
O jornalista, sempre com seu terno marrom surrado camisa
social branca e sapatos marrom, permanece sentado com um
olhar de desejo contido. Ele fuma um cigarro.
O pianista veste um terno cinza gravata borboleta vermelha
e tem cabelos engomado de brilhantina. A luz sobre o
pianista faz brilhar seu Gumex. A cantora entra, caminhando
lentamente, com uma piteira na mão. Ela chega rodeando o
pianista e debruça-se sensualmente no seu ombro.
 Olha em seus olhos, dá um sorriso para a plateia e começa a
tocar.
Ele canta em dueto com cantora Rita.
Música – “You’re the top”, de C. Porter.
Ao fundo do bar, o detetive está sentado em uma mesa
com seu colega jornalista, que faz uma gracinha, fingindo
tirar retrato da cantora. O detetive sorri e fica admirando-a
cantar com um copo de uísque na mão. Ao término do número
musical, a cantora, ao sair, passa pelo detetive que, num
impulso impetuoso, pega em seu braço e lhe faz um elogio
ao pé do ouvido.

DETETIVE – Sua voz é doce como um licor embriagante.
Passaria a noite toda ouvindo e admirando a sua beleza.
A cantora dá um sorriso enigmático

quarta-feira, 11 de março de 2015

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO


TRECHOS DO LIVRO












No bairro da Glória um jardineiro chegou à Praça Paris e começava seu trabalho preocupado com as nuvens negras que cobriam a cidade, pois eram um mau sinal naquela manhã de primavera e poderiam atrasar seu trabalho. Sua responsabilidade era manter o jardim bem conservado e preservar o traçado e a elegância daquela praça inspirada em um jardim parisiense. Ele, com sua habilidade de um artista,esculpia figuras de animais nas plantas ornamentais e nos pés de fícus, usando toda sua imaginação. Orgulho do bairro da Gloria, a Praça Paris era uma referência no bairro desde a sua inauguração em 1926, em que as flores nunca deixaram de florir junto às esculturas de felinos em mármore Carrara, que agregava valor ao espaço em conjunto com a exuberante estátua equestre do Marechal Deodoro da Fonseca em bronze, onde pombos rebeldes defecavam manchando a imagem da ilustre figura histórica,  fazendo com que o fiel jardineiro madrugasse para limpá-la
antes da vistoria do prefeito






















Augusto Rocha olhou desconfiado aquele cesto parecido com
os de sua loja, em que ela guardava os pães, só que aquele
parecia ter vida própria. Por um instante, ele relutou em
mexer no embrulho dentro do cesto feito de pano encardido.
Uma fraca luz do poste de iluminação deixava uma pequena
parte daquele rostinho à mostra. Seus olhos brilhavam com o
reflexo da luz, e a criança aumentava o choro, percebendo a
sua aproximação. Nervoso, ele olhou ao redor, para certificar-se
da presença de alguém que pudesse estar observando-o,
mas aparentemente não havia qualquer viva alma além dele
na rua naquele momento. Ele abriu ligeiramente a tampa do
cesto, levantou os trapos que envolviam aquela pequena e
frágil criança e, de imediato, encantou-se com os olhos que
brilhavam na escuridão e com o rosto do pequenino anjinho,
como já pensava Augusto ao olhar aquele frágil ser. A criança
esboçou um sorriso e ao vê-lo parou de chorar, e Augusto
ficou ainda mais nervoso. Ele chegou a tremer de emoção e
rapidamente procurou proteger o pequenino ser, abraçando
a cesta de vime e levando-a para dentro da loja, com todo
cuidado. Augusto não resistiu ao seu encanto, e, já mais calmo,
pensou: “Seria este um presente de Deus?” Há dez anos,
Otávio Augusto tentava ter um filho com sua esposa Helena.
Não sabia se o problema era dele ou dela; eles evitavam fazer
um exame para não haver constrangimento de nenhum dos
dois.

domingo, 8 de março de 2015

JOGO SUJO CIDADE DO CRIME

PRÓXIMO LIVRO


JOGO SUJO CIDADE DO CRIME

Aviso. Se você não gosta de por em duvidas suas virtudes e é desprovido dessa chama, e não tem coragem de encarar seus medos, ou se você não aceita questionamentos sobre a ética. Considere esta mudança ao ler  esse livro


JOGO SUJO CIDADE DO CRIME

PRÓXIMO LIVRO


JOGO SUJO CIDADE DO CRIME
Aviso. Se você não gosta de por em duvidas suas virtudes e é desprovido dessa chama, e não tem coragem de encarar seus medos, ou se você não aceita questionamentos sobre a ética. Considere esta mudança ao ler  esse livro

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO




TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO


Ela não tinha raiva dele, mas bem lá
no fundo da sua alma a dor contida a devorava por dentro. Ela
era tomada por esse sentimento de perda de ter sido violada,
desrespeitada. Era tudo muito confuso em sua mente de
adolescente imatura, e talvez por esse motivo, antes do ato
proibido, ela como jovem que era até nutria certa admiração
por ele, mas tinha a noção da distância que os separava em
todos os sentidos. Por isso, não alimentava nenhum sonho.
Era apenas admiração de uma jovem por um homem mais
maduro, bonito, elegante e poderoso. Talvez tenha sido esta
sua inocência que deixara transparecer, esse quase fascínio.















A jovem caminhava lentamente na Praça Tiradentes,

e alguns pombos brancos alçavam voo sobre sua cabeça.
Ela parou indecisa em frente ao teatro Carlos Gomes, 
sem a noção exata para onde seguir. Seus pés doíam dentro
do seu sapato Anabela gasto e com o salto deformado,
que lhe tirava o equilíbrio. Ela ficou por alguns segundos 
parada na esquina pensando para onde ir,  e estava tão 
distraída com seus pensamentos confusos que 
não percebeu a aproximação de um senhor de terno escuro 
e gravata branca e sapatos bicolor, com seu perfume barato
exalando pelos poros e olhar matreiro sobre ela. Sem que ela 
percebesse, num gesto sutil, ele a segurou pelo braço, puxando-a
para perto dele. Numa abordagem direta.









quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O MENINO QUE QUERIA VOAR

COLEÇÃO
VIAGENS NA FI C Ç Ã O

O MENINO QUE QUERIA VOAR


Um livro vai para além de um objeto. É um encontro entre duas pessoas
através da palavra escrita. É esse encontro entre autores e leitores que a
Chiado Editora procura todos os dias, trabalhando cada livro com a dedicação
de uma obra única e derradeira, seguindo a máxima pessoana “põe tudo
quanto és no mínimo que fazes”. Queremos que este livro seja um desafio
para si. O nosso desafio é merecer que este livro faça parte da sua vida.
chiadoeditora.com
Brasil | Portugal | Angola | Cabo Verde
Avenida da Liberdade
Nº 166, 1º Andar
1250-166 Lisboa
Portugal
o Morro do Fama. Seu condutor coloca a cabeça para fora
e respira fundo para sentir o aroma do campo e o frescor
da manhã. Logo adiante, já no topo, ele para o carro em
um recuo da estrada e tenta saltar, mas é contido pelo
pesado tráfego de caminhões que cruzam a sua frente,
disputando espaço com motos e carro de passeio. Ele,
pacientemente, aguarda relaxado dentro do carro, prepara
sua máquina fotográfica e espera o trânsito diminuir para
que possa usufruir da paisagem do vale que descortinava
à sua esquerda. Minutos depois, ele sai do carro e procura
um lugar mais acima, subindo o barranco com alguma
dificuldade, por não ser mais tão jovem. Além disso, tem
o cuidado de certificar-se se a vegetação está firme no
solo, tendo noção do perigo e que não pode arriscar-se a
uma queda no penhasco, pois estava só naquele momento.
Cautelosamente, ele agarra-se à vegetação rasteira
até atingir uma pequena árvore que parece ser uma
castanheira. Ele pensa que gostaria de ter o poder de voar
para não precisar gastar tanta energia para subir o Morro
do Fama e desfrutar como os pássaros de uma visão aérea
do vale, mas, infelizmente, não tem mais esse poder.
Então, como todo ser humano, ele chega exausto e relaxa
à sombra da frondosa, mas ainda pequena árvore, que dali
a alguns anos atingirá sua plenitude de 30 a 50 metros de
altura, e, caso não venha a ser derrubada, dará frutos e
será uma árvore frondosa como todas de sua espécie que
ele conhecera no passado. Muito provavelmente, abrigará
ninhos de juriti e outros pássaros, se é que ainda existirão,
pensa ele, olhando para o céu, à procura de alguma ave,
mas sua tentativa de visualizar algum pássaro que pudesse
ser fotografado foi em vão, ele deita-se na grama e
deixa que algumas pequeninas joaninhas de bolinhas
pretas, com seu corpo semiesférico e suas seis patinhas
subam em sua mão fazendo-o relaxar. Por segundos ele
se esquece do mundo apreciando o lento deslocar desses
magníficos insetos coleópteros em seu braço. As joaninhas
alçam voos e seguem o seu destino, ele companha
com o olhar de observador e com um sorriso de satisfação
no canto da boca por lembrar-se do seu tempo de criança.
Uma leve brisa toma conta do morro do Fama, e ele
respira fundo, tentando sentir o puro oxigênio no seu
pulmão, e o cheiro da escassa natureza ao redor, mas é
interrompido por um caminhão carregado de madeiras,
que deixa um rastro de fumaça e cheiro de óleo queimado
no ar. Segundos depois, a fumaça se dissipa. Ele volta a
sentir uma leva brisa oxigenando seu cérebro, inclina-se
um pouco para frente, agarrado ao tronco da árvore para
poder ver a paisagem do vale, com seu aspecto verdejante
de poucas árvores à vista

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

http://www.saraiva.com.br/tempos-de-traicao-possuidos-por-ambicao-3678144.html?utm_source=shoppinguol&utm_medium=comparador&utm_campaign=cpc_Livros3678144_8342&pac_id=8342&

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

O MENINO QUE QUERIA VOAR

                             TRECHOS DO LIVRO- O MENINO QUE QUERIA VOAR


O menino ficava deslumbrado com toda
aquele clima de festa e alegria envolvente e, mesmo não
ganhando nada, sentia-se feliz de participar e aceitava as
desculpas da sua irmã, que dizia que o dinheiro era pouco
e não dava para comprar nada para ele. Depois de tentar
sem sucesso vender limonada e engraxar sapatos para
arrumar um dinheirinho e assistir ao seu primeiro filme
no cinema Metro, que era mais caro que o olinda, contou
com a sorte. Descendo a ladeira, ele achou uma nota de
dez cruzeiros. o inusitado aconteceu pela primeira vez:
achar dinheiro na rua na descida do morro, onde quase
todo mundo anda olhando para o chão, em pleno domingo,
em que todos se preparavam para ir ao cinema,
só poderia ser considerado um milagre. Seus irmãos não
tinham dinheiro para levá-lo ao cinema. Achar dinheiro
no morro era um verdadeiro golpe da sorte, pois poucos
tinham para gastar e nenhum para perder. o filme era de
fantasia, de Walt Disney, e o cinema Olinda era o maior
da praça. Ele perdeu mais tempo olhando as pilastras do
que o filme. Entre uma brincadeira e outra treinava autodefesa
chutando pedras e socos nas cercas de madeira e
alguns tapas trocados entre ele e seus sobrinhos .










menino observava com angustia sua mãe, noites a fio, na sua máquina
de costura a pedalando para colocar a comida na mesa,
ela poupava o pouco que tinha para poder comprar um
cobertor para quando o inverno batesse a sua porta cheia
de fendas onde o vento gelado da madrugada penetrava
impiedosamente sobre o menino que dormia no chão frio
sobre uma esteira. Era o sacrifício de agasalhar com um
coberto de flanela, para um sonho acalentar na esperança
de dias melhores para viver e fé em deus para vencer “Ao
soprar do vento, não há jardins nem flores, não derrube a
rosa faceira o fruto e a flor da Mangueira”, dizia seu
irmão Paulo em forma de música, no seu momento
poético.
“Quando a rosa cair no chão espantará a dor e a
tristeza, alegrando os corações”.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

TRECHOS DO LIVRO



Por trinta e cinco anos, José Francisco não pensou diferente:
rua era sua casa, sua mãe biológica não existia, não tinha como
encontrar seus parentes biológicos, tarefa impossível para ele,
não havia aquém recorrer ou que ele conhecesse para buscar ajuda.
Sem contar com seus pais adotivos que o esquecera para sempre e
ele passou a aceitar placidamente resignado com seu destino.
Depois de um bom tempo nas ruas longe das pressões diárias da sua
mãe adotiva ele passou a sentir uma mudança repentina e
estava evoluindo mentalmente, e naquele momento tinha a
noção exata de que a vida estava lhe pregando uma peça. O
tempo passara e ele não havia encontrado a formula certa de
como reagir ou superar aquela situação adversa. Ele passava o
tempo escrevendo frases de desejos contidos, amores pedidos
que nunca tivera e sonhar passou a fazer parte da sua vida
como forma de sobreviver ao relento, sonhar de novo com
um lar e imaginar uma família, filhos para poder dar o que
não recebera. No entanto, tinha plena consciência de que era
um sonho quase impossível de realizar. Só uma reviravolta,
uma trapaça do destino o colocaria de volta em sincronia com
o mundo real e distante. Por esse motivo, ele escrevia como
se tivesse vivido um passado que não existiu, sentia falta de
um amor que perdeu, mas que não viveu.


Levar a vida em verso

Este é o meu momento,
Fazer uma prosa não é lamento,
Pode ser a dor de um sentimento,
Pode ser tudo ou nada,
Pode ser o amor neste momento,
Pode ser a saudade que vem como o vento,
Pode ser o que pensei neste momento,
Nos vestígios deixados pelo passado vivido.
Pode ser um sonho não esquecido
Do qual não acordei e estou adormecido.
Pode ser o que foi, ou o que será do amanhã que virá,
Na certeza de te encontrar,
Deste sonho acordar 



Muitos de vocês convivem comigo há muito tempo e não

sabem o meu nome. Meu nome quer saber meu nome? Eu

sou aquele hospedeiro que te oprime todo esse tempo, que

te fez baixar a guarda, que te tirou à autoestima, e subverteu
teu ânimo, que sugou o teu sangue. Eu te fiz rastejar aos pés
de teus senhores opressores escravocratas. Por séculos não te
dei chance de reação, pois já me apoderara de teu espírito
de derrotado, te fiz sofrer calado, pois não te dei o direito do
saber, não te deixei expandir seus horizontes, bloqueei a sua
mente e te mantive longe da altivez e do conhecimento, Por
muito tempo não te deixei evoluir, para ó manter longe dos
seus direitos, por isso não te deixei aspirar à liberdade. Ainda
queres saber meu nome? Pois bem, eu vou dizer... Meu nome
é Medo Covardia, mas eu não sou invencível; já fui derrotado
em outras eras por povos que se libertaram da minha opressão,
do meu poder, de persuasão, souberam usar o antídoto,

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O MENINO QUE QUERIA VOAR

Por ter passado por
maus momentos, tentava não deixá-lo mais sozinho. os
fatos ocorridos meses antes a fizeram passar por dois
sustos, e fizeram dela uma mãe sempre alerta, sempre
o MENiNo QUE QUERiAVoAR
29
pronta a proteger seu pequeno tesouro. Um deles foi
quando dona Candida, ao ver seu filho sendo arrastado
por uma porca que acabara de da criar, o abocanhou pela
roupa no quintal e tentava levá-lo a todo custo para dentro
do chiqueiro, talvez para servir de alimento aos porcos
capados da raça White Chester seus companheiros de
chiqueiro, pai dos seus doze filhos suínos robustos
“Animais introduzidos pelos ingleses na região no início
do século” Porcos enormes criados para serem mortos e
vendidos na cidade de Paty. inutilmente, o menino
franzino lutava e gritava por sua mãe, que, por sorte,
encontrava-se cortando lenha no quintal. Ao ouvir seus
apelos, em segundos ela surgiu para resgatá-lo e salvá-lo
da fúria do animal. obstinada, ela entrou em luta corporal
com a porca, agarrando-a pelos pés. Seguiu-se uma luta
desesperada entre aquela pequena mulher e o animal
enraivecido. Com muito esforço, ela a manteve perto de
si, segurando-a pelo rabo, foi ganhando terreno e por
muito custo a arrastou para perto de onde estava cortando
a lenha, afastando-a do chiqueiro e mantendo a porca ao
seu alcance. Usou a sua astúcia e a fibra de mãe, quando
viu sua cria em risco de vida

#FILHOS DO BEM FILHOS DO MAL#

FILHOS DO BEM FILHOS DO MAL. Vídeo Clipe! Criado por: João 07/04/2025 O mundo tem. Certos. Conceitos. Que precisam. Ser refeitos. ...