TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO
O proprietário do bar era um homem gentil e a
tratava como um ser humano e não como pária da sociedade
ou estorvo, como alguns proeminentes senhores da sociedade
viam os excluídos, desocupados e mendigos que circulavam
no centro financeiro do Rio de Janeiro. Ciente da rejeição da
qual era vitima a jovem só se sentia segura quando acordava
na porta desse bar, ela se sentia protegida por esse estranho que
não a rejeitava . Ali tinha a garantia de que não passaria fome
naquela manhã e não seria enxotada como um animal, como
ocorria em outros lugares. Quem tinha todos os motivos para
odiar o mundo seria ela, vítima de uma sociedade hipócrita
incapaz de uma autocrítica, para delinear uma sociedade
mais justa. A jovem com pouca idade e incapaz de discernir
a sua verdadeira questão nesse contexto da sua vida estava
entregue à própria sorte, com pouca experiência de vida. Já
sofria com o desprezo, amargava com a violência a que fora
submetida. Somente sua força interior, que advinha do seu
estado de espírito, a fazia resistir à adversidade. Ela era movida
por uma vontade de viver e o amor pela vida a mantinha
viva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário