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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODDER

  TRECHOS DO LIVRO O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER







comprimento por vinte de largura para que ela pudesse ser vista 

como um símbolo da cidade e talvez fosse vista até da lua. - 
dizia  o  deputado  euforicamente  aos  colegas  parlamentares 
várias  vezes  ao  dia.  A  ideia  da  cruz  foi  sugerida  pelo  padre 
Francesco Antonioni, conselheiro do governador e apoiado por 
todos  os  conselheiros  e  representantes  de  outros  seguimentos 
da  sociedade,  de  deputados  da  base  aliada  que  viam  no 
simbolismo da cruz e nas cores, um novo tempo de paz para 
Rosário. Todos os outros elementos simbólicos que há séculos 
representavam  RIO  DE  ROSÁRIO  perderam  seu  prestígio.
    
                                                                         
Divisão das cores      
                                                                                                                   
A cor dourada foi escolhida para um bairro da zona sul 
onde mora toda classe alta milionária; azul para classe média 
(entre a zona sul e o centro da cidade); amarelo para o centro 
financeiro, a região serrana e rural; a cor verde para as regiões 
do  subúrbio,  norte  do  município;  a  cor  marrom  onde  mora  a classe de baixa renda e se localizam as instalações de fábricas e lixões.  Lá,  as  inundações  eram  constantes.                                                            
Os moradores do bairro marrom que trabalhavam nos bairros 
de  classe  alta  e  média  agora  tinham  um  passaporte  que  lhes 
permitia  somente  circular  durante  o  horário  de  trabalho.                                              
Assim como os bairros, algumas ruas também levavam nomes 
de  cores  para  agradar  a  gregos  e  troianos.  A  rua  da  praia 
frequentada por gays, passou a se chamar avenida arco-íris, as 
faixas das ruas eram pintadas nas cores azul, verde, rosa e lilás, 
as  do  bairro  nobre  tinham  nomes  como  azul-turquesa,  verde 
imperial, amarelo nobre.                                                                    
Já  os  bairros  menos  privilegiados,  levavam  nomes  de 
frutas  como  Rua  do  Abacaxi,  Avenida  Maracujá,  Rua  da 
Carambola ou Praça do Pepino. Por ser um país tropical, estes 
nomes  não  soariam  tão  mal.  Achavam  os  reformistas  do governo,  nos  seus  sonhos  quiméricos  que,  com  passar  do 
tempo,  apagariam  da  memória  das  pessoas  as  referências  ao 
passado.                                                                                 

O PODER


Com  esta  ideia  mirabolante,  pensavam  as  autoridades, 

daria mais visibilidade à cidade das cores como eles passaram a 
chamá-la. Pensavam que a mudança transformaria a cidade na 
Meca  do  turismo,  ao  mesmo  tempo  uma  cidade  dos 
cosmopolitas  modernos  poderia  estar  nascendo.  Mas, 
lamentavelmente, o que se via era o alto índice de corrupção e 
criminalidade ali existente e coeso, não perdia sua força. Muito 
pelo contrário, aumentava o seu poder, pois já estava inserido 
no judiciário, na política e dominava boa parte da polícia de um 
modo geral. Como uma praga, tomava conta da cidade em alta 
velocidade, contaminando até o Bairro Azul e se aproximando 
da  elite  dominante  através  dos  novos  riscos  oriundos  da 
corrupção.

O DECLÍNIO


A  riqueza  oriunda  da  corrupção  era  fácil  de  detectar, 

pois pertencia  a parentes de políticos ou por fornecedores do 
estado  e  surgia  após  grandes  obras  que  sempre  eram 
superfaturadas, testas de ferro e também as máfias oriundas da 
Europa  e  Ásia,  que  chegavam  à  cidade  disfarçadas  de 
investidores  para  a  lavagem  de  dinheiro  do  narcotráfico  e 
contrabando  de  armas  que  entravam  na  cidade  pelo  cais 
abandonado e estradas mal policiadas. Os mafiosos compravam 
mansões, montavam escritórios de fachada, bares e boates no 
Bairro Dourado, investiam nos bancos multinacionais que não 
eram  investigados  para  não  atrapalhar  o  fluxo  de  capital  na 
bolsa de valores local.                                                                        

 INDIGNAÇÃO


O  delegado  Malone  se  perguntava:  -  Será  que  um  dia 

isto  terá  fim?  Será  que  o  poder  público  chegou  ao  fundo  do 
poço? 

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