TRECHOS DO LIVRO O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER
comprimento por vinte de largura para que ela pudesse ser vista
como um símbolo da cidade e talvez fosse vista até da lua. -
dizia o deputado euforicamente aos colegas parlamentares
várias vezes ao dia. A ideia da cruz foi sugerida pelo padre
Francesco Antonioni, conselheiro do governador e apoiado por
todos os conselheiros e representantes de outros seguimentos
da sociedade, de deputados da base aliada que viam no
simbolismo da cruz e nas cores, um novo tempo de paz para
Rosário. Todos os outros elementos simbólicos que há séculos
representavam RIO DE ROSÁRIO perderam seu prestígio.
Divisão das cores
A cor dourada foi escolhida para um bairro da zona sul
onde mora toda classe alta milionária; azul para classe média
(entre a zona sul e o centro da cidade); amarelo para o centro
financeiro, a região serrana e rural; a cor verde para as regiões
do subúrbio, norte do município; a cor marrom onde mora a classe de baixa renda e se localizam as instalações de fábricas e lixões. Lá, as inundações eram constantes.
Os moradores do bairro marrom que trabalhavam nos bairros
de classe alta e média agora tinham um passaporte que lhes
permitia somente circular durante o horário de trabalho.
Assim como os bairros, algumas ruas também levavam nomes
de cores para agradar a gregos e troianos. A rua da praia
frequentada por gays, passou a se chamar avenida arco-íris, as
faixas das ruas eram pintadas nas cores azul, verde, rosa e lilás,
as do bairro nobre tinham nomes como azul-turquesa, verde
imperial, amarelo nobre.
Já os bairros menos privilegiados, levavam nomes de
frutas como Rua do Abacaxi, Avenida Maracujá, Rua da
Carambola ou Praça do Pepino. Por ser um país tropical, estes
nomes não soariam tão mal. Achavam os reformistas do governo, nos seus sonhos quiméricos que, com passar do
tempo, apagariam da memória das pessoas as referências ao
passado.
O PODER
Com esta ideia mirabolante, pensavam as autoridades,
daria mais visibilidade à cidade das cores como eles passaram a
chamá-la. Pensavam que a mudança transformaria a cidade na
Meca do turismo, ao mesmo tempo uma cidade dos
cosmopolitas modernos poderia estar nascendo. Mas,
lamentavelmente, o que se via era o alto índice de corrupção e
criminalidade ali existente e coeso, não perdia sua força. Muito
pelo contrário, aumentava o seu poder, pois já estava inserido
no judiciário, na política e dominava boa parte da polícia de um
modo geral. Como uma praga, tomava conta da cidade em alta
velocidade, contaminando até o Bairro Azul e se aproximando
da elite dominante através dos novos riscos oriundos da
corrupção.
O DECLÍNIO
A riqueza oriunda da corrupção era fácil de detectar,
pois pertencia a parentes de políticos ou por fornecedores do
estado e surgia após grandes obras que sempre eram
superfaturadas, testas de ferro e também as máfias oriundas da
Europa e Ásia, que chegavam à cidade disfarçadas de
investidores para a lavagem de dinheiro do narcotráfico e
contrabando de armas que entravam na cidade pelo cais
abandonado e estradas mal policiadas. Os mafiosos compravam
mansões, montavam escritórios de fachada, bares e boates no
Bairro Dourado, investiam nos bancos multinacionais que não
eram investigados para não atrapalhar o fluxo de capital na
bolsa de valores local.
INDIGNAÇÃO
O delegado Malone se perguntava: - Será que um dia
isto terá fim? Será que o poder público chegou ao fundo do
poço?
comprimento por vinte de largura para que ela pudesse ser vista
como um símbolo da cidade e talvez fosse vista até da lua. -
dizia o deputado euforicamente aos colegas parlamentares
várias vezes ao dia. A ideia da cruz foi sugerida pelo padre
Francesco Antonioni, conselheiro do governador e apoiado por
todos os conselheiros e representantes de outros seguimentos
da sociedade, de deputados da base aliada que viam no
simbolismo da cruz e nas cores, um novo tempo de paz para
Rosário. Todos os outros elementos simbólicos que há séculos
representavam RIO DE ROSÁRIO perderam seu prestígio.
Divisão das cores
A cor dourada foi escolhida para um bairro da zona sul
onde mora toda classe alta milionária; azul para classe média
(entre a zona sul e o centro da cidade); amarelo para o centro
financeiro, a região serrana e rural; a cor verde para as regiões
do subúrbio, norte do município; a cor marrom onde mora a classe de baixa renda e se localizam as instalações de fábricas e lixões. Lá, as inundações eram constantes.
Os moradores do bairro marrom que trabalhavam nos bairros
de classe alta e média agora tinham um passaporte que lhes
permitia somente circular durante o horário de trabalho.
Assim como os bairros, algumas ruas também levavam nomes
de cores para agradar a gregos e troianos. A rua da praia
frequentada por gays, passou a se chamar avenida arco-íris, as
faixas das ruas eram pintadas nas cores azul, verde, rosa e lilás,
as do bairro nobre tinham nomes como azul-turquesa, verde
imperial, amarelo nobre.
Já os bairros menos privilegiados, levavam nomes de
frutas como Rua do Abacaxi, Avenida Maracujá, Rua da
Carambola ou Praça do Pepino. Por ser um país tropical, estes
nomes não soariam tão mal. Achavam os reformistas do governo, nos seus sonhos quiméricos que, com passar do
tempo, apagariam da memória das pessoas as referências ao
passado.
O PODER
Com esta ideia mirabolante, pensavam as autoridades,
daria mais visibilidade à cidade das cores como eles passaram a
chamá-la. Pensavam que a mudança transformaria a cidade na
Meca do turismo, ao mesmo tempo uma cidade dos
cosmopolitas modernos poderia estar nascendo. Mas,
lamentavelmente, o que se via era o alto índice de corrupção e
criminalidade ali existente e coeso, não perdia sua força. Muito
pelo contrário, aumentava o seu poder, pois já estava inserido
no judiciário, na política e dominava boa parte da polícia de um
modo geral. Como uma praga, tomava conta da cidade em alta
velocidade, contaminando até o Bairro Azul e se aproximando
da elite dominante através dos novos riscos oriundos da
corrupção.
O DECLÍNIO
A riqueza oriunda da corrupção era fácil de detectar,
pois pertencia a parentes de políticos ou por fornecedores do
estado e surgia após grandes obras que sempre eram
superfaturadas, testas de ferro e também as máfias oriundas da
Europa e Ásia, que chegavam à cidade disfarçadas de
investidores para a lavagem de dinheiro do narcotráfico e
contrabando de armas que entravam na cidade pelo cais
abandonado e estradas mal policiadas. Os mafiosos compravam
mansões, montavam escritórios de fachada, bares e boates no
Bairro Dourado, investiam nos bancos multinacionais que não
eram investigados para não atrapalhar o fluxo de capital na
bolsa de valores local.
INDIGNAÇÃO
O delegado Malone se perguntava: - Será que um dia
isto terá fim? Será que o poder público chegou ao fundo do
poço?
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