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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O MENINO QUE QUERIA VOAR

COLEÇÃO
VIAGENS NA FI C Ç Ã O

O MENINO QUE QUERIA VOAR


Um livro vai para além de um objeto. É um encontro entre duas pessoas
através da palavra escrita. É esse encontro entre autores e leitores que a
Chiado Editora procura todos os dias, trabalhando cada livro com a dedicação
de uma obra única e derradeira, seguindo a máxima pessoana “põe tudo
quanto és no mínimo que fazes”. Queremos que este livro seja um desafio
para si. O nosso desafio é merecer que este livro faça parte da sua vida.
chiadoeditora.com
Brasil | Portugal | Angola | Cabo Verde
Avenida da Liberdade
Nº 166, 1º Andar
1250-166 Lisboa
Portugal
o Morro do Fama. Seu condutor coloca a cabeça para fora
e respira fundo para sentir o aroma do campo e o frescor
da manhã. Logo adiante, já no topo, ele para o carro em
um recuo da estrada e tenta saltar, mas é contido pelo
pesado tráfego de caminhões que cruzam a sua frente,
disputando espaço com motos e carro de passeio. Ele,
pacientemente, aguarda relaxado dentro do carro, prepara
sua máquina fotográfica e espera o trânsito diminuir para
que possa usufruir da paisagem do vale que descortinava
à sua esquerda. Minutos depois, ele sai do carro e procura
um lugar mais acima, subindo o barranco com alguma
dificuldade, por não ser mais tão jovem. Além disso, tem
o cuidado de certificar-se se a vegetação está firme no
solo, tendo noção do perigo e que não pode arriscar-se a
uma queda no penhasco, pois estava só naquele momento.
Cautelosamente, ele agarra-se à vegetação rasteira
até atingir uma pequena árvore que parece ser uma
castanheira. Ele pensa que gostaria de ter o poder de voar
para não precisar gastar tanta energia para subir o Morro
do Fama e desfrutar como os pássaros de uma visão aérea
do vale, mas, infelizmente, não tem mais esse poder.
Então, como todo ser humano, ele chega exausto e relaxa
à sombra da frondosa, mas ainda pequena árvore, que dali
a alguns anos atingirá sua plenitude de 30 a 50 metros de
altura, e, caso não venha a ser derrubada, dará frutos e
será uma árvore frondosa como todas de sua espécie que
ele conhecera no passado. Muito provavelmente, abrigará
ninhos de juriti e outros pássaros, se é que ainda existirão,
pensa ele, olhando para o céu, à procura de alguma ave,
mas sua tentativa de visualizar algum pássaro que pudesse
ser fotografado foi em vão, ele deita-se na grama e
deixa que algumas pequeninas joaninhas de bolinhas
pretas, com seu corpo semiesférico e suas seis patinhas
subam em sua mão fazendo-o relaxar. Por segundos ele
se esquece do mundo apreciando o lento deslocar desses
magníficos insetos coleópteros em seu braço. As joaninhas
alçam voos e seguem o seu destino, ele companha
com o olhar de observador e com um sorriso de satisfação
no canto da boca por lembrar-se do seu tempo de criança.
Uma leve brisa toma conta do morro do Fama, e ele
respira fundo, tentando sentir o puro oxigênio no seu
pulmão, e o cheiro da escassa natureza ao redor, mas é
interrompido por um caminhão carregado de madeiras,
que deixa um rastro de fumaça e cheiro de óleo queimado
no ar. Segundos depois, a fumaça se dissipa. Ele volta a
sentir uma leva brisa oxigenando seu cérebro, inclina-se
um pouco para frente, agarrado ao tronco da árvore para
poder ver a paisagem do vale, com seu aspecto verdejante
de poucas árvores à vista

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

http://www.saraiva.com.br/tempos-de-traicao-possuidos-por-ambicao-3678144.html?utm_source=shoppinguol&utm_medium=comparador&utm_campaign=cpc_Livros3678144_8342&pac_id=8342&

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

O MENINO QUE QUERIA VOAR

                             TRECHOS DO LIVRO- O MENINO QUE QUERIA VOAR


O menino ficava deslumbrado com toda
aquele clima de festa e alegria envolvente e, mesmo não
ganhando nada, sentia-se feliz de participar e aceitava as
desculpas da sua irmã, que dizia que o dinheiro era pouco
e não dava para comprar nada para ele. Depois de tentar
sem sucesso vender limonada e engraxar sapatos para
arrumar um dinheirinho e assistir ao seu primeiro filme
no cinema Metro, que era mais caro que o olinda, contou
com a sorte. Descendo a ladeira, ele achou uma nota de
dez cruzeiros. o inusitado aconteceu pela primeira vez:
achar dinheiro na rua na descida do morro, onde quase
todo mundo anda olhando para o chão, em pleno domingo,
em que todos se preparavam para ir ao cinema,
só poderia ser considerado um milagre. Seus irmãos não
tinham dinheiro para levá-lo ao cinema. Achar dinheiro
no morro era um verdadeiro golpe da sorte, pois poucos
tinham para gastar e nenhum para perder. o filme era de
fantasia, de Walt Disney, e o cinema Olinda era o maior
da praça. Ele perdeu mais tempo olhando as pilastras do
que o filme. Entre uma brincadeira e outra treinava autodefesa
chutando pedras e socos nas cercas de madeira e
alguns tapas trocados entre ele e seus sobrinhos .










menino observava com angustia sua mãe, noites a fio, na sua máquina
de costura a pedalando para colocar a comida na mesa,
ela poupava o pouco que tinha para poder comprar um
cobertor para quando o inverno batesse a sua porta cheia
de fendas onde o vento gelado da madrugada penetrava
impiedosamente sobre o menino que dormia no chão frio
sobre uma esteira. Era o sacrifício de agasalhar com um
coberto de flanela, para um sonho acalentar na esperança
de dias melhores para viver e fé em deus para vencer “Ao
soprar do vento, não há jardins nem flores, não derrube a
rosa faceira o fruto e a flor da Mangueira”, dizia seu
irmão Paulo em forma de música, no seu momento
poético.
“Quando a rosa cair no chão espantará a dor e a
tristeza, alegrando os corações”.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

TRECHOS DO LIVRO



Por trinta e cinco anos, José Francisco não pensou diferente:
rua era sua casa, sua mãe biológica não existia, não tinha como
encontrar seus parentes biológicos, tarefa impossível para ele,
não havia aquém recorrer ou que ele conhecesse para buscar ajuda.
Sem contar com seus pais adotivos que o esquecera para sempre e
ele passou a aceitar placidamente resignado com seu destino.
Depois de um bom tempo nas ruas longe das pressões diárias da sua
mãe adotiva ele passou a sentir uma mudança repentina e
estava evoluindo mentalmente, e naquele momento tinha a
noção exata de que a vida estava lhe pregando uma peça. O
tempo passara e ele não havia encontrado a formula certa de
como reagir ou superar aquela situação adversa. Ele passava o
tempo escrevendo frases de desejos contidos, amores pedidos
que nunca tivera e sonhar passou a fazer parte da sua vida
como forma de sobreviver ao relento, sonhar de novo com
um lar e imaginar uma família, filhos para poder dar o que
não recebera. No entanto, tinha plena consciência de que era
um sonho quase impossível de realizar. Só uma reviravolta,
uma trapaça do destino o colocaria de volta em sincronia com
o mundo real e distante. Por esse motivo, ele escrevia como
se tivesse vivido um passado que não existiu, sentia falta de
um amor que perdeu, mas que não viveu.


Levar a vida em verso

Este é o meu momento,
Fazer uma prosa não é lamento,
Pode ser a dor de um sentimento,
Pode ser tudo ou nada,
Pode ser o amor neste momento,
Pode ser a saudade que vem como o vento,
Pode ser o que pensei neste momento,
Nos vestígios deixados pelo passado vivido.
Pode ser um sonho não esquecido
Do qual não acordei e estou adormecido.
Pode ser o que foi, ou o que será do amanhã que virá,
Na certeza de te encontrar,
Deste sonho acordar 



Muitos de vocês convivem comigo há muito tempo e não

sabem o meu nome. Meu nome quer saber meu nome? Eu

sou aquele hospedeiro que te oprime todo esse tempo, que

te fez baixar a guarda, que te tirou à autoestima, e subverteu
teu ânimo, que sugou o teu sangue. Eu te fiz rastejar aos pés
de teus senhores opressores escravocratas. Por séculos não te
dei chance de reação, pois já me apoderara de teu espírito
de derrotado, te fiz sofrer calado, pois não te dei o direito do
saber, não te deixei expandir seus horizontes, bloqueei a sua
mente e te mantive longe da altivez e do conhecimento, Por
muito tempo não te deixei evoluir, para ó manter longe dos
seus direitos, por isso não te deixei aspirar à liberdade. Ainda
queres saber meu nome? Pois bem, eu vou dizer... Meu nome
é Medo Covardia, mas eu não sou invencível; já fui derrotado
em outras eras por povos que se libertaram da minha opressão,
do meu poder, de persuasão, souberam usar o antídoto,

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O MENINO QUE QUERIA VOAR

Por ter passado por
maus momentos, tentava não deixá-lo mais sozinho. os
fatos ocorridos meses antes a fizeram passar por dois
sustos, e fizeram dela uma mãe sempre alerta, sempre
o MENiNo QUE QUERiAVoAR
29
pronta a proteger seu pequeno tesouro. Um deles foi
quando dona Candida, ao ver seu filho sendo arrastado
por uma porca que acabara de da criar, o abocanhou pela
roupa no quintal e tentava levá-lo a todo custo para dentro
do chiqueiro, talvez para servir de alimento aos porcos
capados da raça White Chester seus companheiros de
chiqueiro, pai dos seus doze filhos suínos robustos
“Animais introduzidos pelos ingleses na região no início
do século” Porcos enormes criados para serem mortos e
vendidos na cidade de Paty. inutilmente, o menino
franzino lutava e gritava por sua mãe, que, por sorte,
encontrava-se cortando lenha no quintal. Ao ouvir seus
apelos, em segundos ela surgiu para resgatá-lo e salvá-lo
da fúria do animal. obstinada, ela entrou em luta corporal
com a porca, agarrando-a pelos pés. Seguiu-se uma luta
desesperada entre aquela pequena mulher e o animal
enraivecido. Com muito esforço, ela a manteve perto de
si, segurando-a pelo rabo, foi ganhando terreno e por
muito custo a arrastou para perto de onde estava cortando
a lenha, afastando-a do chiqueiro e mantendo a porca ao
seu alcance. Usou a sua astúcia e a fibra de mãe, quando
viu sua cria em risco de vida

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO


O mundo estava à deriva com a Guerra Fria,
articulando-se mudanças ideológicas em vários continentes.
As superpotências influenciavam vários governos de forma
explícita, financiando e articulando o destino dessas nações
e para manterem seus interesses financeiros pelo mundo, e
consequentemente seus domínios sobre elas







A tropa passou por ela posicionando-se em direção ao
Aeroporto Santos Dumont. Ela recompôs-se, respirou fundo,
tentando manter o equilíbrio do seu corpo e de sua emoção.
Depois de descansar por mais alguns minutos nas escadarias
do prédio do Ministério do Trabalho, ela reuniu a pouca força
que lhe restava, respirando fundo e segurando a sua imensa
barriga, pois teria de seguir em frente. Seu aspecto físico
impressionava os poucos transeuntes que olhavam para sua
barriga imensa, e ironicamente se perguntavam o que seria
dessa pobre criatura desamparada, mas sem nada fazerem
para ajudá-la.
Consciente do seu estado e sabendo que estava só nesse
mundo desconexo, contava apenas com seu esforço, nessa
jornada descomunal. Ela ergueu-se lentamente do chão.
Seu olhar em busca de uma direção mostrava uma pessoa
aparentemente perdida

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

O MENINO QUE QUERIA VOAR

o menino da casa de estuque, janelas e portas azuis,
na sua inocência e sem que soubesse exatamente o que
se passava ao seu redor, passou a usar seu poder imaginário
para fugir de uma realidade que o assustava.
Lutava contra seus pesadelos e fantasmas, que povoavam
as histórias dos mais velhos que ele ouvia por detrás das
pesadas portas pintadas de azul feitas de torras de
madeira, onde poderia visualizar, através de buracos na
parede de barro, o olhar assustado do seu tio Chiquinho.
Este, dias antes, perdera sua casa em um incêndio provocado
por um raio em forma de bola de fogo, que antecedeu
uma tempestade e consumiu também toda sua
plantação de milho estocado em seu paiol. Desesperado
por não conseguir reerguer sua moradia, e há meses
morando com sua família na casa de sua irmã mais velha,
estava disposto a deixar para trás seus sonhos e suas
terras, e chorava ao relatar para o seu irmão a conspiração
da natureza ou castigo de Deus por ter abandonado a obra
da igreja, pois há meses deixara de frequentar o seus
cultos. Esses acontecimentos, para ele, era um presságio
de um futuro sombrio. Anos antes de o menino nascer,
alguns milagres aconteceram envolvendo seu pai

sábado, 10 de janeiro de 2015

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

As histórias contidas neles passaram a ter uma importância
maior na sua vida; alguns livros lhe davam conforto,
outros lhe davam alegria, começando a aguçar sua mente e a
despertar ainda mais seus sentidos para a importância das palavras.
Para fugir das armadilhas das ruas, passou a escrever
o que via nas sombras da noite. Quando procurava um lugar
para dormir, ele passou a perceber algo sinistro que rondava
a vida daquelas pessoas ao seu redor, e, como se protegendo
do mal, ele passou a escrever nos locais onde dormia como se
fosse um amuleto que o protegeria desse mal. Ele vivenciou
experiências em suas andanças pelas ruas da cidade, que deixou
marcas, em sua vida e dessas experiências surgiu mais
um tema para suas observações que ele deixou escrito com
o tema Sombras da noite. Essas escritas foram propositadamente
feitas com carvão e em letras garrafais para que todos
pudessem ver e refletir
Mural de José pela cidade

Sombras da noite”. Hospedeiros fatais
Quando a vida se revela obscura, toda loucura parece
normal.
Quando o corpo se desfaz do medo da sombra fugaz,
permeia pensamentos. Mundanos vagueiam perambulando,
entre escombros de corpos que não se erguem Jamais, serpenteiam as ruas escuras, escondem-se como animais, que procuram vidas vazias.

















Liberdade. “Poder de agir, condição do ser que pode agir
livremente.”
“Poder ou direito de agir sem coerção”. Poder de se determinar
a si mesmo, em plena consciência e após reflexão.
Personificação das ideias “liberais.”

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015


O que nos reserva o destino?”.
O que esperar deste mundo tão gasto e sofrido? 
O que exigir de seres tão corrompidos? O que cobrar de mentes de mandantes
esquecidos, de filosofias arcaicas, de planos diabólicos com afinidade bélicas de destruição em massa, com fins lucrativos que a morte compensam os fabricantes de armas, senhores da guerra que pelo mundo se espalham, urbanas mundanas maliciosas
milícias se formam em grupos para militar, os contra a
paz e a favor da dor da perda, senhores das tribos das gangues que pelo mundo se espalha.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO







Trapaças do Destino - Causa e Efeito
9 4
Não sei até onde pretendia andar nem que distância percorrera;
estava na estrada há tanto tempo que já me esquecera. De onde
eu vim? Perguntava a mim mesmo e não encontrava a resposta,
não sabia de onde vinha, só sei que corria contra o tempo,

andava contra o vento’’


Em outra rua, em outro muro, ele dava sequência
as seus questionamento, e suas reflexões sobre dua vida.

“Depois de léguas, encontrei uma fonte e parei, minha
sede aplaquei e ali mesmo adormeci; a noite chegou, o frio me
congelou e logo que acordei na madrugada mais longa que já
conheci muitos olhos espreitavam-me ao meu redor. Fitavam-me
a distância, não queriam contato, sentiam-me pelo olfato.’’
Às vezes, José Francisco dava uma pausa de dias, trocava
de parede, escolha um novo pedaço de giz, em seguida dava
continuidade ao seu desabafo em forma de versos, sem perder

o ritmo ou o fio da meada





Agora ele direcionaria seus esforços para achar essa moça
chamada Maria, que sumira do diário dos empregados e que
não constava no diário da sua mãe. Ele se indagava o motivo
de terem apagado seu nome, e logo ela, sua mãe, que fazia
referência a outros empregados com elogios ou críticas, no
que ela era implacável com alguns por não admitir falhas, às
vezes os ofendendo no seu diário. Outras vezes, sem poder
guardar sua ira, falava diretamente como eles, atitude que ele
presenciara algumas vezes, deixando-o constrangido.
Marcos incumbiu seu secretário de confiança para
descobrir o paradeiro de Maria. Quem foi essa misteriosa
Maria que sumiu em 1963. Seu único medo era de que ela
fosse uma guerrilheira dos Palmares e que seu pai a tivesse
delatado por ser da esquerda e ele da extrema direita, coisa
que ele não escondia e tinha até orgulho, pois fora muito
bem-sucedido financeiramente com suas empresas, e, nesse
período, tinha pavor da reforma agrária, acreditando que ela
levaria o país à ruína.
Para Marcos, ele não foi uma influência política, pois não
vivenciou esses momentos, tendo crescido nos Estados Unidos
e, portanto, não precisou de qualquer engajamento político
para manter-se como empresário. O que mais o incomodava
era essa sua dúvida, a pergunta que ele fazia a si mesmo como
se fosse uma necessidade extrema que o perturbava,

domingo, 4 de janeiro de 2015

O GRANDE ASSALTO A DECLÍNIO DO PODER

Germano diz que não haverá dificuldade. Os guardas
não desconfiarão. Estão habituados à operações desse porte. O
dinheiro da máfia só é retirado durante a noite e levado em
aviões particulares para o exterior sempre na madrugada.
- Perfeito. Provoque os caras e eles vão te dar uma coronhada.
Eles adoram deixar suas marcas nas vítimas, não se assuste,
mas você precisa de um álibi forte, convincente, ficará preso no
cofre.
- Não pense que faço isso só por dinheiro. Você é meu irmão,
merece uma boa aposentadoria, uma vingança completa e um
prêmio.
Revelando o porquê do seu empenho, Germano sabe
que o irmão tem o intuito de matar três coelhos de uma só vez:
roubar o dinheiro da máfia; envolver os assaltantes; colocar
Osmar no esquema e deixar a máfia cassino cuidar de tudo pra
ele. - Pensa - Pode ser perfeito.
O delegado se despede com um brinde. - Boa noite e
boa sorte, Germano. Terça às 20h. - Germano lembra-se de um
detalhe importante e fundamental no plano do seu irmão. –
Opa, ia esquecendo o telefone do Monte Cassino que você me
pediu. É fundamental. - Boa sorte, Malone. Terça às 20hs



.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

COLETÂNEA 2014



















 O MENINO QUE
QUERIA VOAR

Zé Queiroga gostava de narrar a sua expe-
riência com os espíritos dos escravos da fazenda Mara-
vilha, que durante um século guardaram potes de ferro
repletos de pepitas de ouro que eles achavam nos rios da
região e escondiam dos seus senhores engolindo-as.
Posteriormente, eles as defecavam em caldeirões de ferro
e enterravam nos arredores da senzala, pensando um dia
poder usar a riqueza camuflada junto aos seus dejetos
secos para comprarem sua liberdade. No entanto, como
a abolição chegou antes, eles não puderam usar as
pepitas, pois seriam acusados de roubo e voltariam para
a senzala. Sabiamente, eles mantiveram segredo por um
século, e os caldeirões de pepitas posteriormente passa-
ram a ser protegidos por guardiões do além. Contava Zé
Queiroga com sua voz de trovão depois desta explanação.
Contou que, num belo dia, estava arando a terra da sua
propriedade no final da tarde, e tocou a enxada em uma
borda de metal, que tilintou como um sino da igreja local.
Agachado, limpou as bordas, pensando ter achado um
sino da corroa imperial, como tantos outros perdidos na
estrada do coqueiral, mas, para sua surpresa, ao terminar
a escavação, deparou-se com um caldeirão de ferro,
repleto de pepitas de ouro envolto em uma camada de
suposta cinza. Nervoso pelo achado de tamanho valor, já
pensava que, com aquele tesouro, poderia comprar terras
até onde alcançasse seus olhos, e seria possível realiza




GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER

Capítulo VI
O detetive Ribeiro pede ao delegado a quebra dos
sigilos nos telefones dos suspeitos. Estava difícil de localizar o
local de encontro dos aliciadores.
- Delegado Malone, tenho que colocar escutas. Os pedófilos
são pessoas de alto nível, não se expõem. Tem um agente que
leva as crianças até eles. Para descobrir o local, somente com
escutas.
O delegado encaminha o pedido de escuta.
Ribeiro pergunta: - E o Osmar, delegado. Tem alguma
parada? Tô precisando. Aquela grana tá acabando chefe.
- Cuidado, Ribeiro. Esse tipo de grana ainda pode acabar com
você.
- Discordo. Ficar duro acaba mais rápido. É só olhar os
políticos, quanto mais roubam, mais são eleitos.
- Dizem que roubam, mas fazem. - Comenta o delegado, com
um sorriso no canto da boca.
- Não sei o quê, delegado. Se o país crescesse como o
patrimônio deles, não haveria tanto pobre e tanto bandido.
- É o que você está mostrando com o seu desvio de conduta,
Ribeiro. Volte ao trabalho e vê se não se afunda mais na lama.
Ribeiro sai se perguntado se o delegado não teria levado
uma grana do detetive Osmar depois daquele dia. Era uma
dúvida que o martirizava.
Na delegacia chega a notícia de que Osmar quase foi
morto em um confronto; na perseguição e captura de
assaltantes na residência do Secretário de Finanças do Estado.
Os bandidos fizeram o secretário de refém e fugiram furando o
cerco da polícia no Bairro Azul, bairro nobre da cidade








TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO
Seu
raciocínio dizia a ele mesmo todos os dias: “Esta é sua vida.
Viva da melhor maneira possível, siga seu instinto, alimente
seu cérebro com coisas boas”. Por trinta e cinco anos, José
Francisco não pensou diferente: a rua era sua casa, sua mãe
biológica não existia, não tinha como encontrar seus parentes
biológicos, tarefa impossível para ele, não havia aquém recorrer
ou que ele conhecesse para buscar ajuda. Sem contar com
seus pais adotivos que o esquecera para sempre e ele passou
a aceitar placidamente resignado com seu destino. Depois de
um bom tempo nas ruas longe das pressões diárias da sua
mãe adotiva ele passou a sentir uma mudança repentina e
estava evoluindo mentalmente, e naquele momento tinha a
noção exata de que a vida estava lhe pregando uma peça. O
tempo passara e ele não havia encontrado a formula certa de
como reagir ou superar aquela situação adversa. Ele passava o
tempo escrevendo frases de desejos contidos, amores pedidos
que nunca tivera e sonhar passou a fazer parte da sua vida
como forma de sobreviver ao relento, sonhar de novo com
um lar e imaginar uma família, filhos para poder dar o que
não recebera. No entanto, tinha plena consciência de que era
um sonho quase impossível de realizar. Só uma reviravolta,
uma trapaça do destino o colocaria de volta em sincronia com
o mundo real e distante. Por esse motivo, ele escrevia como
se tivesse vivido um passado que não existiu, sentia falta de
um amor que perdeu, mas que não viveu.

sábado, 27 de dezembro de 2014

O MENINO QUE QUERIA VOAR

O MENINO QUE QUERIA VOAR










Um ano depois,
O menino teve a graça de conhecer o Natal no seu esplendor, quando
algumas vezes no mês de dezembro, acompanhado de
sua irmã, foi até a cidade para ela fazer compras para seus
filhos antecipadamente, antes que os preços aumentassem.
Ele a acompanhava pelas ruas do centro, encantado
com as vitrines e lojas de brinquedos. Na véspera do
Natal, eles seriam colocados na janela à noite, junto aos
seus sapatos. Seus filhos acreditavam em Papai Noel e
aguardavam ansiosamente esta noite para vestirem as
roupas novas. o menino ficava deslumbrado com toda
aquele clima de festa e alegria envolvente e, mesmo não
ganhando nada, sentia-se feliz de participar e aceitava as
desculpas da sua irmã, que dizia que o dinheiro era pouco
e não dava para comprar nada para ele. Depois de tentar
sem sucesso vender limonada e engraxar sapatos para
arrumar um dinheirinho e assistir ao seu primeiro filme
no cinema Metro, que era mais caro que o Olinda,
 Nesse dia ele contou com a sorte. Descendo a ladeira,
 ele achou uma nota de dez cruzeiros. o inusitado aconteceu pela primeira vez:
achar dinheiro na rua na descida do morro, onde quase
todo mundo anda olhando para o chão, em pleno domingo,
em que todos se preparavam para ir ao cinema,
só poderia ser considerado um milagre. Seus irmãos não
tinham dinheiro para levá-lo ao cinema. Achar dinheiro
no morro era um verdadeiro golpe da sorte, pois poucos
tinham para gastar e nenhum para perder. o filme era de
fantasia, de Walt Disney, e o cinema Olinda era o maior
da praça. Ele perdeu mais tempo olhando as pilastras do
que o filme.

#FILHOS DO BEM FILHOS DO MAL#

FILHOS DO BEM FILHOS DO MAL. Vídeo Clipe! Criado por: João 07/04/2025 O mundo tem. Certos. Conceitos. Que precisam. Ser refeitos. ...