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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

sábado, 27 de dezembro de 2014

O MENINO QUE QUERIA VOAR

O MENINO QUE QUERIA VOAR










Um ano depois,
O menino teve a graça de conhecer o Natal no seu esplendor, quando
algumas vezes no mês de dezembro, acompanhado de
sua irmã, foi até a cidade para ela fazer compras para seus
filhos antecipadamente, antes que os preços aumentassem.
Ele a acompanhava pelas ruas do centro, encantado
com as vitrines e lojas de brinquedos. Na véspera do
Natal, eles seriam colocados na janela à noite, junto aos
seus sapatos. Seus filhos acreditavam em Papai Noel e
aguardavam ansiosamente esta noite para vestirem as
roupas novas. o menino ficava deslumbrado com toda
aquele clima de festa e alegria envolvente e, mesmo não
ganhando nada, sentia-se feliz de participar e aceitava as
desculpas da sua irmã, que dizia que o dinheiro era pouco
e não dava para comprar nada para ele. Depois de tentar
sem sucesso vender limonada e engraxar sapatos para
arrumar um dinheirinho e assistir ao seu primeiro filme
no cinema Metro, que era mais caro que o Olinda,
 Nesse dia ele contou com a sorte. Descendo a ladeira,
 ele achou uma nota de dez cruzeiros. o inusitado aconteceu pela primeira vez:
achar dinheiro na rua na descida do morro, onde quase
todo mundo anda olhando para o chão, em pleno domingo,
em que todos se preparavam para ir ao cinema,
só poderia ser considerado um milagre. Seus irmãos não
tinham dinheiro para levá-lo ao cinema. Achar dinheiro
no morro era um verdadeiro golpe da sorte, pois poucos
tinham para gastar e nenhum para perder. o filme era de
fantasia, de Walt Disney, e o cinema Olinda era o maior
da praça. Ele perdeu mais tempo olhando as pilastras do
que o filme.

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