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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

Trapaças do Destino - Causa e Efeito
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TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO






Quarta feira 25 de dezembro de 1963
Ela amanheceu na mesma calçada, mas o bar onde o dono
lhe servia por caridade sua primeira refeição não abriu nesse
dia. Quando ela acordou. olhou para a porta do bar fechada e
ficou desolada, sem perceber que a seu lado havia uma cesta
repleta de bolos, castanhas e um recipiente com comida. Ao
olhar para aquela cesta de vime que havia surgido à sua frente
como um passe de mágica, ela sorriu e sentiu pela primeira
vez nessa cidade a emoção de ser lembrada por alguém. Com
um sorriso que não cabia em seu rosto, levantou-se e abraçou
aquela cesta, como se fosse ele que estivesse ali incorporado
aquele presente, e pulou como uma criança contente por
saber que aquela boa alma não a esqueceu.







TRECHOS DO LIVRO



Pensava em agradecer aquele presente de Natal, que
provavelmente fora deixada por ele, “a cesta recheada da
manhã do dia 25 de dezembro”, mas preferiu guardar em
seu coração toda a sua gratidão.


6 MESES DEPOIS.

Ele perguntou o nome dela para as enfermeiras, e essas
responderam:
– Não tivemos tempo de preencher a ficha de internação
e não sabemos o nome dela doutor. Não achamos nenhum
documento com ela que a identificasse.
Dr. Osvaldo dirigiu-se para a jovem mãe e lhe fez uma
pergunta:
– Qual é o seu nome, minha jovem?
Ela respondeu:
– Maria.
– E qual é a sua idade? perguntou o doutor.
– Dezesseis anos – responde Maria.
– Minha jovem, tem noção da sua responsabilidade
daqui por diante? Você sabe que terá de cuidar de trigêmeos
– enfatizou o doutor Osvaldo, esperando a reação da jovem
mãe, que respondeu, depois de suspirar fundo, demostrando
nervosismo e esfregando as mãos em seu rosto:
– Eu sei doutor, e estou desesperada, e sem saber pra
onde ir.
– Posso saber por quê?
– Eu não tenho ninguém doutor. Minha família não é
do Rio, não posso voltar para casa – disse Maria, começando
a chorar.

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