#ESCRITOR#João MC.jr Arte e Vida# São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02)KindleJoão Manoel da Costa Junior. Edição do Kindle.
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- #ESCRITOR#João.mc.jr arte e vida#
- São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.
quarta-feira, 31 de agosto de 2016
Trecho do livro Trapaças do Destino Causa e Efeito
#kobo #readmore #quote #koboquote Veja o livro aqui: https://store.kobobooks.com/pt-BR/ebook/trapacas-do-destino-causa-e-efeito?utm_campaign=PhotoQuotesAdr&utm_medium=Social&utm_source=App_Acq
TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO
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terça-feira, 30 de agosto de 2016
TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO
Parecendo satisfeitos com o resultado, eles coçaram a cabeça e confabularam em tom baixo, para que ninguém ouvisse seus segredos e logo depois se retiraram, comentando entre si sobre o estado físico da vitima em local de risco. As nuvens se agruparam sobre a cidade e a chuva começou a cair, apagando rastros na noite, mas não com a intensidade anunciada, deixando pistas para trás. Mais adiante, a jovem estava tentando dormir, protegendo-se do frio com folhas de papelão, recostada na porta de entrada do ministério do trabalho. Uma hora depois, sem conseguir pegar no sono, ela acordou, trêmula e assustada com o intenso tráfego de caminhões e tanques de guerra, que trafegavam pela contramão, na rua Primeiro de Março. O forte pisar da tropa de soldados em marcha na cidade vazia ecoava de forma uníssona em seus ouvidos. Eles passavam olhando aquele ser envolto em folhas de papelão de listras amarelas e verdes. Seguiam uniformes, empunhando seus fuzis com baionetas que, de tão próximas da jovem, resvalavam em sua cabeça. Temerosa por sua vida e impressionada por tamanho aparato, ela permanecia inerte, como se morta estivesse. Olhares vindos de cima com pouca capacidade de avaliação avalizavam os riscos da sua presença, temerosos por qualquer reação contrária às suas ações, pois parecia, naquele momento, que todos eram inimigos antes de provarem ao contrário. Por isso, analisavam curiosos aquele frágil ser, temendo uma possível reação, mas, devido a seu estado físico aparente, perceberam que não representava nenhuma ameaça, e todo o resto da tropa passava ignorando-a, pois a sua presença não era ameaçadora. Sem a mínima noção do que se passava ao seu redor, ela simplesmente temia pela sua vida, pois eles a deixaram sobressaltada pela atitude arrogante com que passavam resvalando em seu corpo de maneira acintosa e provocante, desdenhando daquela pobre jovem mulher de pele morena cabelos longos e negros, que aparentava ter no máximo 16 anos. Apesar de sua boa aparência, suas roupas surradas escondiam a sua juventude e beleza, e só deixavam à mostra o que aparentava ser uma moradora de rua. Depois de acordar desse suposto pesadelo, ela recostou-se na parede que estava pichada acima da sua cabeça com letras garrafais de cor vermelha e desenhos de foice e martelo, com a frase “Abaixa a Ditadura”. Ela levantou-se e caminhava cabisbaixa por mais um quarteirão. Abalada com todo esse movimento a sua volta ela sentia os movimentos em seu ventre, estava consciente que nessa noite de inverno intenso, carregava consigo o fruto da maldade é a dor da incerteza. Nessa noite a temperatura provavelmente beirava a 15º, e parecia congelar seus pensamentos. Seu queixo batia debaixo do cobertor rasgado e gasto que ela achara na rua. Ela parecia desconexa vivendo nesse clima sombrio e tenso, que tomava conta da cidade e passava por momentos de grandes incertezas políticas. Ela estava alheia a tudo isto e há dias tentava somente ter direito à vida e sobreviver a esse momento crucial da sua gestação.
sábado, 27 de agosto de 2016
quinta-feira, 25 de agosto de 2016
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
JOGO SUJO CIDADE DO CRIME
Um dia qualquer no bairro Marrom, Rua da Urtiga, às 17 horas.
A chuva aperta e as nuvens negras tomam conta do céu da cidade de Rio de
Rosário. O delegado pede cautela a Ribeiro:
– Vamos com calma, Ribeiro. Com essa chuva ninguém vai sair por aí correndo
que nem louco, nem os bandidos vão se arriscar a um acidente.
O delegado Antunes tinha um plano e ordena a Ribeiro a inversão na captura.
Faz uma rápida leitura no GPS do carro, vê sua localização no mapa do bairro e nota
que o bairro Marrom (antigo bairro Kalege) não seria uma rota possível. E assim,
conhecedor das fugas de bandidos tão experientes, ele age ao contrário do que sugere a
informação do detetive Romão. Como estavam com o carro descaracterizado, poderiam
se posicionar exatamente onde estavam naquele momento, inverso ao antigo bairro
Kalege. Provavelmente a rota de fuga seria a Avenida Azul-Petróleo (antiga Avenida do
Estado), que era a única opção inteligente, pensava o delegado Antunes Malone.
– Vamos fechar a avenida? – pergunta o detetive Ribeiro.
– Não quero abordagem, vamos deixar os carros passarem e os seguimos –
ordena o delegado.
– Não estou entendendo, chefe! Qual é o plano?
– Simples: somos dois e não sabemos quantos assaltantes são. O Romão sugeriu
outra direção, mas meu palpite é de que eles passarão por aqui e estaremos bem
posicionados. Vamos segui-los sem levantar suspeita e talvez possamos desvendar, de
vez, o mistério de tantos assaltos sem nenhuma prisão feita antes de eu vir para esta
delegacia.
– Como assim, delegado?
– Vê se você me entende, Ribeiro... A ideia é localizar o esconderijo da
quadrilha, onde provavelmente o Romão faz a partilha do roubo. Assim se explica
porque eles são bem-sucedidos em suas investidas, já que o esconderijo deve estar longe
da cidade. Quando os localizarmos, vamos acionar a delegacia local, faremos um cerco
e tentaremos prender todos juntos
A chuva aperta e as nuvens negras tomam conta do céu da cidade de Rio de
Rosário. O delegado pede cautela a Ribeiro:
– Vamos com calma, Ribeiro. Com essa chuva ninguém vai sair por aí correndo
que nem louco, nem os bandidos vão se arriscar a um acidente.
O delegado Antunes tinha um plano e ordena a Ribeiro a inversão na captura.
Faz uma rápida leitura no GPS do carro, vê sua localização no mapa do bairro e nota
que o bairro Marrom (antigo bairro Kalege) não seria uma rota possível. E assim,
conhecedor das fugas de bandidos tão experientes, ele age ao contrário do que sugere a
informação do detetive Romão. Como estavam com o carro descaracterizado, poderiam
se posicionar exatamente onde estavam naquele momento, inverso ao antigo bairro
Kalege. Provavelmente a rota de fuga seria a Avenida Azul-Petróleo (antiga Avenida do
Estado), que era a única opção inteligente, pensava o delegado Antunes Malone.
– Vamos fechar a avenida? – pergunta o detetive Ribeiro.
– Não quero abordagem, vamos deixar os carros passarem e os seguimos –
ordena o delegado.
– Não estou entendendo, chefe! Qual é o plano?
– Simples: somos dois e não sabemos quantos assaltantes são. O Romão sugeriu
outra direção, mas meu palpite é de que eles passarão por aqui e estaremos bem
posicionados. Vamos segui-los sem levantar suspeita e talvez possamos desvendar, de
vez, o mistério de tantos assaltos sem nenhuma prisão feita antes de eu vir para esta
delegacia.
– Como assim, delegado?
– Vê se você me entende, Ribeiro... A ideia é localizar o esconderijo da
quadrilha, onde provavelmente o Romão faz a partilha do roubo. Assim se explica
porque eles são bem-sucedidos em suas investidas, já que o esconderijo deve estar longe
da cidade. Quando os localizarmos, vamos acionar a delegacia local, faremos um cerco
e tentaremos prender todos juntos
JOGO SUJO CIDADE DO CRME
Um dia qualquer no bairro Marrom, Rua da Urtiga, às 17 horas.
A chuva aperta e as nuvens negras tomam conta do céu da cidade de Rio de
Rosário. O delegado pede cautela a Ribeiro:
– Vamos com calma, Ribeiro. Com essa chuva ninguém vai sair por aí correndo
que nem louco, nem os bandidos vão se arriscar a um acidente.
O delegado Antunes tinha um plano e ordena a Ribeiro a inversão na captura.
Faz uma rápida leitura no GPS do carro, vê sua localização no mapa do bairro e nota
que o bairro Marrom (antigo bairro Kalege) não seria uma rota possível. E assim,
conhecedor das fugas de bandidos tão experientes, ele age ao contrário do que sugere a
informação do detetive Romão. Como estavam com o carro descaracterizado, poderiam
se posicionar exatamente onde estavam naquele momento, inverso ao antigo bairro
Kalege. Provavelmente a rota de fuga seria a Avenida Azul-Petróleo (antiga Avenida do
Estado), que era a única opção inteligente, pensava o delegado Antunes Malone.
– Vamos fechar a avenida? – pergunta o detetive Ribeiro.
– Não quero abordagem, vamos deixar os carros passarem e os seguimos –
ordena o delegado.
– Não estou entendendo, chefe! Qual é o plano?
– Simples: somos dois e não sabemos quantos assaltantes são. O Romão sugeriu
outra direção, mas meu palpite é de que eles passarão por aqui e estaremos bem
posicionados. Vamos segui-los sem levantar suspeita e talvez possamos desvendar, de
vez, o mistério de tantos assaltos sem nenhuma prisão feita antes de eu vir para esta
delegacia.
– Como assim, delegado?
– Vê se você me entende, Ribeiro... A ideia é localizar o esconderijo da
quadrilha, onde provavelmente o Romão faz a partilha do roubo. Assim se explica
porque eles são bem-sucedidos em suas investidas, já que o esconderijo deve estar longe
da cidade. Quando os localizarmos, vamos acionar a delegacia local, faremos um cerco
e tentaremos prender todos juntos
A chuva aperta e as nuvens negras tomam conta do céu da cidade de Rio de
Rosário. O delegado pede cautela a Ribeiro:
– Vamos com calma, Ribeiro. Com essa chuva ninguém vai sair por aí correndo
que nem louco, nem os bandidos vão se arriscar a um acidente.
O delegado Antunes tinha um plano e ordena a Ribeiro a inversão na captura.
Faz uma rápida leitura no GPS do carro, vê sua localização no mapa do bairro e nota
que o bairro Marrom (antigo bairro Kalege) não seria uma rota possível. E assim,
conhecedor das fugas de bandidos tão experientes, ele age ao contrário do que sugere a
informação do detetive Romão. Como estavam com o carro descaracterizado, poderiam
se posicionar exatamente onde estavam naquele momento, inverso ao antigo bairro
Kalege. Provavelmente a rota de fuga seria a Avenida Azul-Petróleo (antiga Avenida do
Estado), que era a única opção inteligente, pensava o delegado Antunes Malone.
– Vamos fechar a avenida? – pergunta o detetive Ribeiro.
– Não quero abordagem, vamos deixar os carros passarem e os seguimos –
ordena o delegado.
– Não estou entendendo, chefe! Qual é o plano?
– Simples: somos dois e não sabemos quantos assaltantes são. O Romão sugeriu
outra direção, mas meu palpite é de que eles passarão por aqui e estaremos bem
posicionados. Vamos segui-los sem levantar suspeita e talvez possamos desvendar, de
vez, o mistério de tantos assaltos sem nenhuma prisão feita antes de eu vir para esta
delegacia.
– Como assim, delegado?
– Vê se você me entende, Ribeiro... A ideia é localizar o esconderijo da
quadrilha, onde provavelmente o Romão faz a partilha do roubo. Assim se explica
porque eles são bem-sucedidos em suas investidas, já que o esconderijo deve estar longe
da cidade. Quando os localizarmos, vamos acionar a delegacia local, faremos um cerco
e tentaremos prender todos juntos
quarta-feira, 17 de agosto de 2016
quarta-feira, 10 de agosto de 2016
JOGO SUJO CIDADE DO CRIME
Logicamente que, por ser planejado por você, deixaremos um rombo neles por uma boa
causa.
Germano continua:
– Estou enojado, mano, é inacreditável! Só esta semana depositaram mais de
duzentos milhões de euros, e provavelmente o montante chegará a mais ou menos
quinhentos milhões se somados aos dólares depositados anteriormente.
– Excelente! – responde Malone. – Vou pôr em ordem o plano e voltamos a nos
falar.
– Perfeito, Malone, a conta hoje é minha. Quando estivermos em Paris, você é
quem a pagará!
– Você está ficando esperto, maninho, mas merece que eu pague.
Eles se despedem com um aperto de mãos e com um abraço tenso, pois ambos
conheciam os riscos de se mexer com o dinheiro da máfia Monte Cassino.
Na madrugada do mesmo dia, o delegado volta à carceragem fingindo a
necessidade de proceder a um interrogatório. Passa os dados do assalto para Justo, que
seria realizado no Banco Boston Villa. O Boston Villa era o maior banco de Rio de
Rosário e sua sede estava no centro da cidade. Lá se guardava todo o dinheiro não só do
governo e dos correntistas, mas da máfia de Monte Cassino – incluindo lavagem do
dinheiro das drogas e do tráfico internacional. Deviam existir ali mais de quinhentos
milhões ilegais. O banco não poderia justificar a origem do montante, logo se tratava de
um dinheiro fácil de esquentar depois de roubado.
– Tudo bem, delegado – disse Justo. – O plano parece interessante. Mas como
sair com toda essa grana de lá? É muito dinheiro!
– Vou estar com um carro-forte à disposição. Vocês vão fazer a transferência
pela garagem, depois de dominar a situação. Fiz todo o levantamento e, da entrada
principal até o cofre, só há um corredor. A operação será rápida, precisa e objetiva. Há
pouca distância a percorrer. Entrarei com o carro-forte e estacionarei na garagem que é
exatamente debaixo do cofre, daí sairei como sendo uma retirada de rotina. O dinheiro
ilegal só sai à noite, portanto não levantará suspeitas.
“Vocês terão o disfarce perfeito, vão entrar como fiscais do Banco Central. Será
à noite, como se fosse uma auditoria de rotina. Já está tudo no esquema e tenho alguém
de alta confiança envolvido. A informação é quente. Não tem erro.”
– Alguém do banco está no esquema? – Justo pergunta.
– É um dos nossos, na hora vocês vão saber quem é – responde o delegado, não
dando detalhes.
– E como os cofres serão abertos?
– Não esquenta quanto a isso. Quando os auditores chegam os cofres são abertos
pelo diretor financeiro, que vocês vão render logo depois de dominarem os guardas no
portão. O único trabalho será render a todos e os trancar no cofre. Os alarmes estarão
desligados e não se preocupem com as câmeras, pois estarão desligadas também.
– Quantos homens eu posso levar na operação? – pergunta Justo.
– No máximo quatro, incluindo três auditores e o motorista. As armas têm de ser
leves, nada de AR-15 nem escopetas. Todos devem ir de terno e gravata. O seu grupo só
pode ter rapaziada de boa aparência, não pode ter negros. Mesmo com a política de
cotas, ainda não há auditores negros, sacou? Preste bem atenção: não vai dar para
repassar o plano de novo. Só temos hoje, por isso fica ligado nos detalhes. A grana vai
sair pela garagem, de dentro do carro-forte.
“O Romão vai dar cobertura a vocês com o carro da polícia e, depois que
completarem a operação, sairão no mesmo veículo. Eu levo a grana no carro-forte
causa.
Germano continua:
– Estou enojado, mano, é inacreditável! Só esta semana depositaram mais de
duzentos milhões de euros, e provavelmente o montante chegará a mais ou menos
quinhentos milhões se somados aos dólares depositados anteriormente.
– Excelente! – responde Malone. – Vou pôr em ordem o plano e voltamos a nos
falar.
– Perfeito, Malone, a conta hoje é minha. Quando estivermos em Paris, você é
quem a pagará!
– Você está ficando esperto, maninho, mas merece que eu pague.
Eles se despedem com um aperto de mãos e com um abraço tenso, pois ambos
conheciam os riscos de se mexer com o dinheiro da máfia Monte Cassino.
Na madrugada do mesmo dia, o delegado volta à carceragem fingindo a
necessidade de proceder a um interrogatório. Passa os dados do assalto para Justo, que
seria realizado no Banco Boston Villa. O Boston Villa era o maior banco de Rio de
Rosário e sua sede estava no centro da cidade. Lá se guardava todo o dinheiro não só do
governo e dos correntistas, mas da máfia de Monte Cassino – incluindo lavagem do
dinheiro das drogas e do tráfico internacional. Deviam existir ali mais de quinhentos
milhões ilegais. O banco não poderia justificar a origem do montante, logo se tratava de
um dinheiro fácil de esquentar depois de roubado.
– Tudo bem, delegado – disse Justo. – O plano parece interessante. Mas como
sair com toda essa grana de lá? É muito dinheiro!
– Vou estar com um carro-forte à disposição. Vocês vão fazer a transferência
pela garagem, depois de dominar a situação. Fiz todo o levantamento e, da entrada
principal até o cofre, só há um corredor. A operação será rápida, precisa e objetiva. Há
pouca distância a percorrer. Entrarei com o carro-forte e estacionarei na garagem que é
exatamente debaixo do cofre, daí sairei como sendo uma retirada de rotina. O dinheiro
ilegal só sai à noite, portanto não levantará suspeitas.
“Vocês terão o disfarce perfeito, vão entrar como fiscais do Banco Central. Será
à noite, como se fosse uma auditoria de rotina. Já está tudo no esquema e tenho alguém
de alta confiança envolvido. A informação é quente. Não tem erro.”
– Alguém do banco está no esquema? – Justo pergunta.
– É um dos nossos, na hora vocês vão saber quem é – responde o delegado, não
dando detalhes.
– E como os cofres serão abertos?
– Não esquenta quanto a isso. Quando os auditores chegam os cofres são abertos
pelo diretor financeiro, que vocês vão render logo depois de dominarem os guardas no
portão. O único trabalho será render a todos e os trancar no cofre. Os alarmes estarão
desligados e não se preocupem com as câmeras, pois estarão desligadas também.
– Quantos homens eu posso levar na operação? – pergunta Justo.
– No máximo quatro, incluindo três auditores e o motorista. As armas têm de ser
leves, nada de AR-15 nem escopetas. Todos devem ir de terno e gravata. O seu grupo só
pode ter rapaziada de boa aparência, não pode ter negros. Mesmo com a política de
cotas, ainda não há auditores negros, sacou? Preste bem atenção: não vai dar para
repassar o plano de novo. Só temos hoje, por isso fica ligado nos detalhes. A grana vai
sair pela garagem, de dentro do carro-forte.
“O Romão vai dar cobertura a vocês com o carro da polícia e, depois que
completarem a operação, sairão no mesmo veículo. Eu levo a grana no carro-forte
JOGO SUJO CIDADE DO CRIME
Logicamente que, por ser planejado por você, deixaremos um rombo neles por uma boa
causa.
Germano continua:
– Estou enojado, mano, é inacreditável! Só esta semana depositaram mais de
duzentos milhões de euros, e provavelmente o montante chegará a mais ou menos
quinhentos milhões se somados aos dólares depositados anteriormente.
– Excelente! – responde Malone. – Vou pôr em ordem o plano e voltamos a nos
falar.
– Perfeito, Malone, a conta hoje é minha. Quando estivermos em Paris, você é
quem a pagará!
– Você está ficando esperto, maninho, mas merece que eu pague.
Eles se despedem com um aperto de mãos e com um abraço tenso, pois ambos
conheciam os riscos de se mexer com o dinheiro da máfia Monte Cassino.
Na madrugada do mesmo dia, o delegado volta à carceragem fingindo a
necessidade de proceder a um interrogatório. Passa os dados do assalto para Justo, que
seria realizado no Banco Boston Villa. O Boston Villa era o maior banco de Rio de
Rosário e sua sede estava no centro da cidade. Lá se guardava todo o dinheiro não só do
governo e dos correntistas, mas da máfia de Monte Cassino – incluindo lavagem do
dinheiro das drogas e do tráfico internacional. Deviam existir ali mais de quinhentos
milhões ilegais. O banco não poderia justificar a origem do montante, logo se tratava de
um dinheiro fácil de esquentar depois de roubado.
– Tudo bem, delegado – disse Justo. – O plano parece interessante. Mas como
sair com toda essa grana de lá? É muito dinheiro!
– Vou estar com um carro-forte à disposição. Vocês vão fazer a transferência
pela garagem, depois de dominar a situação. Fiz todo o levantamento e, da entrada
principal até o cofre, só há um corredor. A operação será rápida, precisa e objetiva. Há
pouca distância a percorrer. Entrarei com o carro-forte e estacionarei na garagem que é
exatamente debaixo do cofre, daí sairei como sendo uma retirada de rotina. O dinheiro
ilegal só sai à noite, portanto não levantará suspeitas.
“Vocês terão o disfarce perfeito, vão entrar como fiscais do Banco Central. Será
à noite, como se fosse uma auditoria de rotina. Já está tudo no esquema e tenho alguém
de alta confiança envolvido. A informação é quente. Não tem erro.”
– Alguém do banco está no esquema? – Justo pergunta.
– É um dos nossos, na hora vocês vão saber quem é – responde o delegado, não
dando detalhes.
– E como os cofres serão abertos?
– Não esquenta quanto a isso. Quando os auditores chegam os cofres são abertos
pelo diretor financeiro, que vocês vão render logo depois de dominarem os guardas no
portão. O único trabalho será render a todos e os trancar no cofre. Os alarmes estarão
desligados e não se preocupem com as câmeras, pois estarão desligadas também.
– Quantos homens eu posso levar na operação? – pergunta Justo.
– No máximo quatro, incluindo três auditores e o motorista. As armas têm de ser
leves, nada de AR-15 nem escopetas. Todos devem ir de terno e gravata. O seu grupo só
pode ter rapaziada de boa aparência, não pode ter negros. Mesmo com a política de
cotas, ainda não há auditores negros, sacou? Preste bem atenção: não vai dar para
repassar o plano de novo. Só temos hoje, por isso fica ligado nos detalhes. A grana vai
sair pela garagem, de dentro do carro-forte.
“O Romão vai dar cobertura a vocês com o carro da polícia e, depois que
completarem a operação, sairão no mesmo veículo. Eu levo a grana no carro-forte
causa.
Germano continua:
– Estou enojado, mano, é inacreditável! Só esta semana depositaram mais de
duzentos milhões de euros, e provavelmente o montante chegará a mais ou menos
quinhentos milhões se somados aos dólares depositados anteriormente.
– Excelente! – responde Malone. – Vou pôr em ordem o plano e voltamos a nos
falar.
– Perfeito, Malone, a conta hoje é minha. Quando estivermos em Paris, você é
quem a pagará!
– Você está ficando esperto, maninho, mas merece que eu pague.
Eles se despedem com um aperto de mãos e com um abraço tenso, pois ambos
conheciam os riscos de se mexer com o dinheiro da máfia Monte Cassino.
Na madrugada do mesmo dia, o delegado volta à carceragem fingindo a
necessidade de proceder a um interrogatório. Passa os dados do assalto para Justo, que
seria realizado no Banco Boston Villa. O Boston Villa era o maior banco de Rio de
Rosário e sua sede estava no centro da cidade. Lá se guardava todo o dinheiro não só do
governo e dos correntistas, mas da máfia de Monte Cassino – incluindo lavagem do
dinheiro das drogas e do tráfico internacional. Deviam existir ali mais de quinhentos
milhões ilegais. O banco não poderia justificar a origem do montante, logo se tratava de
um dinheiro fácil de esquentar depois de roubado.
– Tudo bem, delegado – disse Justo. – O plano parece interessante. Mas como
sair com toda essa grana de lá? É muito dinheiro!
– Vou estar com um carro-forte à disposição. Vocês vão fazer a transferência
pela garagem, depois de dominar a situação. Fiz todo o levantamento e, da entrada
principal até o cofre, só há um corredor. A operação será rápida, precisa e objetiva. Há
pouca distância a percorrer. Entrarei com o carro-forte e estacionarei na garagem que é
exatamente debaixo do cofre, daí sairei como sendo uma retirada de rotina. O dinheiro
ilegal só sai à noite, portanto não levantará suspeitas.
“Vocês terão o disfarce perfeito, vão entrar como fiscais do Banco Central. Será
à noite, como se fosse uma auditoria de rotina. Já está tudo no esquema e tenho alguém
de alta confiança envolvido. A informação é quente. Não tem erro.”
– Alguém do banco está no esquema? – Justo pergunta.
– É um dos nossos, na hora vocês vão saber quem é – responde o delegado, não
dando detalhes.
– E como os cofres serão abertos?
– Não esquenta quanto a isso. Quando os auditores chegam os cofres são abertos
pelo diretor financeiro, que vocês vão render logo depois de dominarem os guardas no
portão. O único trabalho será render a todos e os trancar no cofre. Os alarmes estarão
desligados e não se preocupem com as câmeras, pois estarão desligadas também.
– Quantos homens eu posso levar na operação? – pergunta Justo.
– No máximo quatro, incluindo três auditores e o motorista. As armas têm de ser
leves, nada de AR-15 nem escopetas. Todos devem ir de terno e gravata. O seu grupo só
pode ter rapaziada de boa aparência, não pode ter negros. Mesmo com a política de
cotas, ainda não há auditores negros, sacou? Preste bem atenção: não vai dar para
repassar o plano de novo. Só temos hoje, por isso fica ligado nos detalhes. A grana vai
sair pela garagem, de dentro do carro-forte.
“O Romão vai dar cobertura a vocês com o carro da polícia e, depois que
completarem a operação, sairão no mesmo veículo. Eu levo a grana no carro-forte
quarta-feira, 3 de agosto de 2016
TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO
Dois dias depois
Maria deixou a maternidade somente com uma criança no
colo. Por alguns meses, ela perambulava pela cidade pedindo
esmola para alimentar-se e poder amamentar a criança. Ela
passou alguns dias dormindo embaixo das marquises da
Avenida Rio Branco. Durante o dia, fixava-se no Largo da
Carioca, esperando a caridade de um passante que lhe pagasse
uma refeição ou um pão. De vez em quando, oferecia-se para
lavar pratos em algum bar em troca de comida, mas, quando
o dono percebia a sua beleza, ela sempre acabava sendo
assediada pelo dono do bar que lhe oferecia emprego em troca
de possíveis carícias, o que ela rejeitava e voltava para rua.
Depois de uma semana dormindo pelas ruas, ela tomou uma
atitude. Queria regressar para sua terra, iniciar uma nova vida
e para isso teria de fazer o que mais lhe partiria o coração,
pois não poderia regressar para sua terra com um filho no
colo e sem um pai, algo inadmissível para sua família, que
com certeza a rejeitaria de volta ao seu convívio, por isso teria
de doá-lo, mas não a um orfanato em que as crianças levam
às vezes anos para serem adotadas
.
Diante do olhar triste da mãe, ele fez essa promessa de
cuidar da criança como se fosse seu filho. Maria estendeu a
mão como se quisesse pegá-lo, mas desistiu. Dr. Osvaldo, em
seguida, antes que houvesse uma mudança no desejo da mãe,
apressou-se em lhe comunicar que na manhã seguinte levara
ao hospital o escrivão para ela assinar os papéis, abrindo mão
da criança. Ela pensou um pouco e tentou refletir sobre sua
responsabilidade, mas suas alternativas eram ínfimas. Ela não
viu saída a não ser concordar com a proposta do médico e
disse:
– Não tem problema doutor, eu assino.
No dia seguinte, logo pela manhã, o escrivão, seu amigo,
chegou cedo à Santa Casa. Em posse dos documentos para
adoção, dirigiram-se à enfermaria, é só aí perceberam que
ela não sabia ler ou escrever. Foram obrigados a improvisar
uma tinta para que ela deixasse suas impressões digitais no
documento
Maria deixou a maternidade somente com uma criança no
colo. Por alguns meses, ela perambulava pela cidade pedindo
esmola para alimentar-se e poder amamentar a criança. Ela
passou alguns dias dormindo embaixo das marquises da
Avenida Rio Branco. Durante o dia, fixava-se no Largo da
Carioca, esperando a caridade de um passante que lhe pagasse
uma refeição ou um pão. De vez em quando, oferecia-se para
lavar pratos em algum bar em troca de comida, mas, quando
o dono percebia a sua beleza, ela sempre acabava sendo
assediada pelo dono do bar que lhe oferecia emprego em troca
de possíveis carícias, o que ela rejeitava e voltava para rua.
Depois de uma semana dormindo pelas ruas, ela tomou uma
atitude. Queria regressar para sua terra, iniciar uma nova vida
e para isso teria de fazer o que mais lhe partiria o coração,
pois não poderia regressar para sua terra com um filho no
colo e sem um pai, algo inadmissível para sua família, que
com certeza a rejeitaria de volta ao seu convívio, por isso teria
de doá-lo, mas não a um orfanato em que as crianças levam
às vezes anos para serem adotadas
.
Diante do olhar triste da mãe, ele fez essa promessa de
cuidar da criança como se fosse seu filho. Maria estendeu a
mão como se quisesse pegá-lo, mas desistiu. Dr. Osvaldo, em
seguida, antes que houvesse uma mudança no desejo da mãe,
apressou-se em lhe comunicar que na manhã seguinte levara
ao hospital o escrivão para ela assinar os papéis, abrindo mão
da criança. Ela pensou um pouco e tentou refletir sobre sua
responsabilidade, mas suas alternativas eram ínfimas. Ela não
viu saída a não ser concordar com a proposta do médico e
disse:
– Não tem problema doutor, eu assino.
No dia seguinte, logo pela manhã, o escrivão, seu amigo,
chegou cedo à Santa Casa. Em posse dos documentos para
adoção, dirigiram-se à enfermaria, é só aí perceberam que
ela não sabia ler ou escrever. Foram obrigados a improvisar
uma tinta para que ela deixasse suas impressões digitais no
documento
quarta-feira, 27 de julho de 2016
JOGO SUJO CIDADE DO CRIME
Malone folheia o Caderno de Cinema buscando em achar um bom filme para se
distrair e relaxar. Queria um filme preferencialmente de arte, para o qual pudesse
convidar Olga para assistirem à noite. Contudo, todos os filmes em cartaz abordam
violência ou política. Alguns, financiados por políticos, enalteciam suas figuras como
homens do povo. Havia virado moda fazer filmes de políticos bancados por amigos
empresários, como uma forma de agradecer aos benefícios vindos de obras sem
licitação.
O gênero político não era o que Olga apreciava, portanto estava fora de
cogitação um cineminha à noite. Havia uma escassez tremenda de produções de
qualidade, tanto no cinema como no teatro. Shows bizarros, obras nada criativas, obras
de arte de qualidade duvidosa assolavam o país. Em vez de tintas e pincéis eram usados
materiais exóticos na composição das obras, incluindo carnes, macarrão, feijão e arroz –
que, digitalizados em alto relevo, integravam a arte contemporânea. Usava-se até sangue
humano e fogo para a pintura de quadros. Olga estava horrorizada com o Movimento de
Vanguarda, tal como era denominado. Para ela, a pobreza intelectual também fazia
vítimas no seu meio. Nem sequer os rios de dinheiro que o governo federal colocava em
patrocínios para incentivar a arte melhoravam o nível das produções. Somente o
patrimônio dos produtores apadrinhados tinha aumentado e os verdadeiros atores e
produtores ficavam de fora do processo, impedidos de produzirem suas obras e
descapitalizados. Malone, indignado, pensava: “Que merd...”. Ele sabia que sua esposa
tinha de engolir certas coisas como diretora de museu, pois artistas apadrinhados não
podiam ser vetados. Isso contrariava o delegado, razão pela qual ele fechou o jornal e
jogou-o no lixo. Estava fora de cogitação, definitivamente, terminar bem a noite de um
dia que começou mal.
Passava das 13 horas e a aparente calma na delegacia foi interrompida. Homens
algemados são empurrados por dois policiais, acusados de tentativa de estupro no
metrô.
Inúmeros problemas tiravam o sono de Malone, mas estupro no metrô em plena
luz do dia era demais para o delegado. Já atordoado com o alto índice de assaltos a
banco, o evento do estupro o indignou bastante. Além disso, havia também a pressão do
secretário de segurança que acabara de ligar e já cobrava resultados de Malone, pois as
eleições estavam próximas e o governo dependia da queda nos números da violência
distrair e relaxar. Queria um filme preferencialmente de arte, para o qual pudesse
convidar Olga para assistirem à noite. Contudo, todos os filmes em cartaz abordam
violência ou política. Alguns, financiados por políticos, enalteciam suas figuras como
homens do povo. Havia virado moda fazer filmes de políticos bancados por amigos
empresários, como uma forma de agradecer aos benefícios vindos de obras sem
licitação.
O gênero político não era o que Olga apreciava, portanto estava fora de
cogitação um cineminha à noite. Havia uma escassez tremenda de produções de
qualidade, tanto no cinema como no teatro. Shows bizarros, obras nada criativas, obras
de arte de qualidade duvidosa assolavam o país. Em vez de tintas e pincéis eram usados
materiais exóticos na composição das obras, incluindo carnes, macarrão, feijão e arroz –
que, digitalizados em alto relevo, integravam a arte contemporânea. Usava-se até sangue
humano e fogo para a pintura de quadros. Olga estava horrorizada com o Movimento de
Vanguarda, tal como era denominado. Para ela, a pobreza intelectual também fazia
vítimas no seu meio. Nem sequer os rios de dinheiro que o governo federal colocava em
patrocínios para incentivar a arte melhoravam o nível das produções. Somente o
patrimônio dos produtores apadrinhados tinha aumentado e os verdadeiros atores e
produtores ficavam de fora do processo, impedidos de produzirem suas obras e
descapitalizados. Malone, indignado, pensava: “Que merd...”. Ele sabia que sua esposa
tinha de engolir certas coisas como diretora de museu, pois artistas apadrinhados não
podiam ser vetados. Isso contrariava o delegado, razão pela qual ele fechou o jornal e
jogou-o no lixo. Estava fora de cogitação, definitivamente, terminar bem a noite de um
dia que começou mal.
Passava das 13 horas e a aparente calma na delegacia foi interrompida. Homens
algemados são empurrados por dois policiais, acusados de tentativa de estupro no
metrô.
Inúmeros problemas tiravam o sono de Malone, mas estupro no metrô em plena
luz do dia era demais para o delegado. Já atordoado com o alto índice de assaltos a
banco, o evento do estupro o indignou bastante. Além disso, havia também a pressão do
secretário de segurança que acabara de ligar e já cobrava resultados de Malone, pois as
eleições estavam próximas e o governo dependia da queda nos números da violência
sábado, 23 de julho de 2016
JOGO SUJO CIDADE DO CRIME
O início da nova jornada
Toca o despertador às 6h30. É quinta-feira de uma manhã chuvosa, um daqueles
dias em que não se deve sair de casa. O delegado Antunes Malone acorda, beija a
mulher e vai até a janela do quarto, que fica no segundo andar de sua casa no bairro
Azul. Desloca ligeiramente a cortina e observa, por um instante, a chuva que cai. Em
seguida, faz um breve alongamento na sala, vai para o banheiro e liga o chuveiro.
Enquanto a água esquenta, olha-se no espelho e o que vê é um homem cansado. Sua
viagem a Paris não fora suficiente para descansar seu corpo e sua mente. O dia a dia tem
sido estressante nos últimos tempos, com noticiários divulgando ameaças de meteoros
vindos contra a Terra.
A cobrança por resultados é também constante, mas Malone não o lamenta.
Afinal, havia sido a vida que escolhera para si. Poderia ser economista como seu irmão,
mas tinha lá suas razões quanto ao capitalismo selvagem contra seu país e supunha não
dar certo em tal carreira. Talvez poderia seguir a medicina tal como seu pai, mas ele
mesmo acabou morrendo por um erro médico e Malone pensava com seu botões:
“Ainda bem que os meus dois filhos estudam no exterior e escolheram ser cientistas”.
Para ele isso era um conforto, até porque havia muita violência em Rio de Rosário. Sua
profissão era de risco e, com os filhos estudando em outro país, Malone ficava mais
tranquilo e com menos uma preocupação em sua vida.
Malone imagina como seria sua primeira manhã após sete meses. Não precisaria
correr para o banheiro nem escovaria rapidamente os dentes, podendo tomar relaxante
banho na sua casa de campo e desfrutando da hidromassagem que somente sua mulher
usufruía quando subiam a serra aos fins de semana. Já na cidade, aqui ela tinha toda
manhã a seu dispor. Formada em Artes Plásticas e Literatura e diretora do Museu de
Arte Contemporânea, Olga era o equilíbrio na sua vida e Malone pensou sobre isso
antes de sair.
Na delegacia, como sempre, um café frio o esperava.
O sentido de responsabilidade não é comum nos dias de hoje, contudo o
delegado Antunes Malone sempre levou a sério sua profissão. Acabou de ser transferido
para uma nova delegacia, o que ele considerava um castigo de final de careira e também
um desafio e uma missão
quinta-feira, 21 de julho de 2016
domingo, 17 de julho de 2016
O MENINO QUE QUERIA VOAR.
Maravilha. Cada prosador no
seu tempo tinha o direito de expor suas aventuras e Prosas sem interferência alheia,
pois haviam estabelecido um código de crendice entre eles, que se perpetuou desde o tempo do império, com o aval
auspicioso do João Gouvêa. Este creditava o sucesso das vendas do seu armazém à
magia do lugar. Os contadores de história ficavam envolvidos pelo público ávido
por novas fábulas. Eles se acotovelavam por um lugar na roda que se formava
pela plateia, em volta dos ilustres membros noctívagos, sentados em número de
doze, em uma grande mesa de madeira rústica. Como se fossem os cavaleiros da Távola
Redonda, os prosadores permaneciam por
horas a fio degustando linguiça torresmos, e chouriços, regados à cana-caiana e
pinga da roça. A plateia não arredava o pé do lugar, hipnotizado pelos relatos
mirabolantes. Envaidecidos, eles seguiam entusiasmados, contando suas fábulas e
suposta falácias e aventura. Zé Queiroga gostava de narrar a sua experiência
com os espíritos dos escravos da fazenda Maravilha, que durante um século
guardaram potes de ferro repletos de pepitas de ouro que eles achavam nos rios
da região e escondiam dos seus senhores engolindo-as. Posteriormente, eles as
defecavam em caldeirões de ferro e enterravam nos arredores da senzala,
pensando um dia poder usar a riqueza camuflada junto aos seus dejetos secos
para comprarem sua liberdade. No entanto, como a abolição chegou antes, eles
não puderam usar as pepitas, pois seriam acusados de roubo e voltariam para a
senzala. Sabiamente, eles mantiveram segredo por um século, e os caldeirões de
pepitas posteriormente passaram a ser protegidos por guardiões do além. Contava
Zé Queiroga com sua voz de trovão depois desta explanação.
Contou que, num belo dia, estava arando a terra da sua propriedade no final da
tarde, e tocou a enxada em uma borda de metal, que tilintou como um sino da
igreja local. Agachado, limpou as bordas, pensando ter achado um sino da corroa
imperial, como tantos outros perdidos na estrada do coqueiral, mas, para sua
surpresa, ao terminar a escavação, deparou-se com um caldeirão de ferro,
repleto de pepitas de ouro
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