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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

JOGO SUJO CIDADE DO CRIME

Logicamente que, por ser planejado por você, deixaremos um rombo neles por uma boa
causa.
Germano continua:
– Estou enojado, mano, é inacreditável! Só esta semana depositaram mais de
duzentos milhões de euros, e provavelmente o montante chegará a mais ou menos
quinhentos milhões se somados aos dólares depositados anteriormente.
– Excelente! – responde Malone. – Vou pôr em ordem o plano e voltamos a nos
falar.
– Perfeito, Malone, a conta hoje é minha. Quando estivermos em Paris, você é
quem a pagará!
– Você está ficando esperto, maninho, mas merece que eu pague.
Eles se despedem com um aperto de mãos e com um abraço tenso, pois ambos
conheciam os riscos de se mexer com o dinheiro da máfia Monte Cassino.
Na madrugada do mesmo dia, o delegado volta à carceragem fingindo a
necessidade de proceder a um interrogatório. Passa os dados do assalto para Justo, que
seria realizado no Banco Boston Villa. O Boston Villa era o maior banco de Rio de
Rosário e sua sede estava no centro da cidade. Lá se guardava todo o dinheiro não só do
governo e dos correntistas, mas da máfia de Monte Cassino – incluindo lavagem do
dinheiro das drogas e do tráfico internacional. Deviam existir ali mais de quinhentos
milhões ilegais. O banco não poderia justificar a origem do montante, logo se tratava de
um dinheiro fácil de esquentar depois de roubado.
– Tudo bem, delegado – disse Justo. – O plano parece interessante. Mas como
sair com toda essa grana de lá? É muito dinheiro!
– Vou estar com um carro-forte à disposição. Vocês vão fazer a transferência
pela garagem, depois de dominar a situação. Fiz todo o levantamento e, da entrada
principal até o cofre, só há um corredor. A operação será rápida, precisa e objetiva. Há
pouca distância a percorrer. Entrarei com o carro-forte e estacionarei na garagem que é
exatamente debaixo do cofre, daí sairei como sendo uma retirada de rotina. O dinheiro
ilegal só sai à noite, portanto não levantará suspeitas.
“Vocês terão o disfarce perfeito, vão entrar como fiscais do Banco Central. Será
à noite, como se fosse uma auditoria de rotina. Já está tudo no esquema e tenho alguém
de alta confiança envolvido. A informação é quente. Não tem erro.”
– Alguém do banco está no esquema? – Justo pergunta.
– É um dos nossos, na hora vocês vão saber quem é – responde o delegado, não
dando detalhes.
– E como os cofres serão abertos?
– Não esquenta quanto a isso. Quando os auditores chegam os cofres são abertos
pelo diretor financeiro, que vocês vão render logo depois de dominarem os guardas no
portão. O único trabalho será render a todos e os trancar no cofre. Os alarmes estarão
desligados e não se preocupem com as câmeras, pois estarão desligadas também.
– Quantos homens eu posso levar na operação? – pergunta Justo.
– No máximo quatro, incluindo três auditores e o motorista. As armas têm de ser
leves, nada de AR-15 nem escopetas. Todos devem ir de terno e gravata. O seu grupo só
pode ter rapaziada de boa aparência, não pode ter negros. Mesmo com a política de
cotas, ainda não há auditores negros, sacou? Preste bem atenção: não vai dar para
repassar o plano de novo. Só temos hoje, por isso fica ligado nos detalhes. A grana vai
sair pela garagem, de dentro do carro-forte.
“O Romão vai dar cobertura a vocês com o carro da polícia e, depois que
completarem a operação, sairão no mesmo veículo. Eu levo a grana no carro-forte

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