Dois dias depois
Maria deixou a maternidade somente com uma criança no
colo. Por alguns meses, ela perambulava pela cidade pedindo
esmola para alimentar-se e poder amamentar a criança. Ela
passou alguns dias dormindo embaixo das marquises da
Avenida Rio Branco. Durante o dia, fixava-se no Largo da
Carioca, esperando a caridade de um passante que lhe pagasse
uma refeição ou um pão. De vez em quando, oferecia-se para
lavar pratos em algum bar em troca de comida, mas, quando
o dono percebia a sua beleza, ela sempre acabava sendo
assediada pelo dono do bar que lhe oferecia emprego em troca
de possíveis carícias, o que ela rejeitava e voltava para rua.
Depois de uma semana dormindo pelas ruas, ela tomou uma
atitude. Queria regressar para sua terra, iniciar uma nova vida
e para isso teria de fazer o que mais lhe partiria o coração,
pois não poderia regressar para sua terra com um filho no
colo e sem um pai, algo inadmissível para sua família, que
com certeza a rejeitaria de volta ao seu convívio, por isso teria
de doá-lo, mas não a um orfanato em que as crianças levam
às vezes anos para serem adotadas
.
Diante do olhar triste da mãe, ele fez essa promessa de
cuidar da criança como se fosse seu filho. Maria estendeu a
mão como se quisesse pegá-lo, mas desistiu. Dr. Osvaldo, em
seguida, antes que houvesse uma mudança no desejo da mãe,
apressou-se em lhe comunicar que na manhã seguinte levara
ao hospital o escrivão para ela assinar os papéis, abrindo mão
da criança. Ela pensou um pouco e tentou refletir sobre sua
responsabilidade, mas suas alternativas eram ínfimas. Ela não
viu saída a não ser concordar com a proposta do médico e
disse:
– Não tem problema doutor, eu assino.
No dia seguinte, logo pela manhã, o escrivão, seu amigo,
chegou cedo à Santa Casa. Em posse dos documentos para
adoção, dirigiram-se à enfermaria, é só aí perceberam que
ela não sabia ler ou escrever. Foram obrigados a improvisar
uma tinta para que ela deixasse suas impressões digitais no
documento
Maria deixou a maternidade somente com uma criança no
colo. Por alguns meses, ela perambulava pela cidade pedindo
esmola para alimentar-se e poder amamentar a criança. Ela
passou alguns dias dormindo embaixo das marquises da
Avenida Rio Branco. Durante o dia, fixava-se no Largo da
Carioca, esperando a caridade de um passante que lhe pagasse
uma refeição ou um pão. De vez em quando, oferecia-se para
lavar pratos em algum bar em troca de comida, mas, quando
o dono percebia a sua beleza, ela sempre acabava sendo
assediada pelo dono do bar que lhe oferecia emprego em troca
de possíveis carícias, o que ela rejeitava e voltava para rua.
Depois de uma semana dormindo pelas ruas, ela tomou uma
atitude. Queria regressar para sua terra, iniciar uma nova vida
e para isso teria de fazer o que mais lhe partiria o coração,
pois não poderia regressar para sua terra com um filho no
colo e sem um pai, algo inadmissível para sua família, que
com certeza a rejeitaria de volta ao seu convívio, por isso teria
de doá-lo, mas não a um orfanato em que as crianças levam
às vezes anos para serem adotadas
.
Diante do olhar triste da mãe, ele fez essa promessa de
cuidar da criança como se fosse seu filho. Maria estendeu a
mão como se quisesse pegá-lo, mas desistiu. Dr. Osvaldo, em
seguida, antes que houvesse uma mudança no desejo da mãe,
apressou-se em lhe comunicar que na manhã seguinte levara
ao hospital o escrivão para ela assinar os papéis, abrindo mão
da criança. Ela pensou um pouco e tentou refletir sobre sua
responsabilidade, mas suas alternativas eram ínfimas. Ela não
viu saída a não ser concordar com a proposta do médico e
disse:
– Não tem problema doutor, eu assino.
No dia seguinte, logo pela manhã, o escrivão, seu amigo,
chegou cedo à Santa Casa. Em posse dos documentos para
adoção, dirigiram-se à enfermaria, é só aí perceberam que
ela não sabia ler ou escrever. Foram obrigados a improvisar
uma tinta para que ela deixasse suas impressões digitais no
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