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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Trecho do livro JOGO SUJO CIDADE DO CRIME DO CRIME

Lembrei de você quando li esta citação de "Jogo Sujo: Cidade do Crime" de João MC Jr. - "As investigações para prender o chefe da quadrilha de roubos a obras de arte estava deixando o delegado de cabelo em pé. Quanto mais Malone investigava, mais ele descobria pessoas importantes dentro do esquema. Até os agentes da companhia de seguros estavam no esquema que rendia milhões para a quadrilha. No mais, havia um esquema criminoso bem estruturado e difícil de penetrar e tudo isso estava tirando o sono do delegado. Antes de começar a trabalhar o delegado Malone sempre gosta de tomar cafezinho, o qual está, quase sempre, frio. Folhear o jornal também faz parte do seu ritual matinal, para saber como anda a cidade e principalmente no que diz respeito às ações do governo na área da segurança. O delegado gosta especialmente dos cadernos de eventos culturais e o de economia, pois seu círculo de amizades é formado por intelectuais amigos da sua esposa. A diretora do Museu de Arte Contemporânea da cidade de Rio de Rosário felizmente não havia registrado nenhum roubo, isso talvez pelos valores baixos das obras que não despertavam o interesse da quadrilha criminosa. Malone aprecia a leitura de matérias sobre as ações do governo no âmbito social, o que, para ele, é um termômetro que aponta para onde está indo a sua cidade: se para o céu ou para o inferno. Rio de Rosário é uma cidade turística cuja característica principal é o legado cultural deixado pelo seu passado de capital do país há mais de quinhentos anos, com belos museus, teatros e bons hotéis. Além da renda advinda do turismo, a cidade estava tentando ser a maior exportadora de rosas do hemisfério sul, tendo tal produto sido inserido havia pouco tempo na política e floricultura do Estado. Também havia certa euforia, nos meios de comunicação, para se melhorar a segurança pública. Depois de longos anos investindo na compra de tecnologias para combater o narcotráfico, o uso da força ainda era o carro-chefe do governo, causando um clima de guerra na cidade e aumentando o índice de mortes entre civis e policiais. Os confrontos não tinham hora para acontecer, se davam à luz do dia e assustavam a população de madrugada. Mesmo com inúmeros confrontos, o número de traficantes presos era ridículo e a maioria se evadia antes de a polícia chegar. Geralmente eram avisados antes das operações acontecerem e isso deixava uma pergunta no ar: o governo realmente queria reduzir o tráfico de drogas ou simplesmente queria os traficantes habitando outro lugar, longe dos olhares da classe média, da elite e da mídia? A mídia, tendenciosa, recebia alto valor investido pelo Estado em propagandas de sua autopromoção e não dispensava esse valor mesmo que estivesse fazendo falta a hospitais e a escolas públicas, tal como revelavam suas próprias reportagens. O delegado se indignava com as filas dos doentes nos hospitais por escassez e falta de remédios, leitos e médicos, e ficava horrorizado ao saber que escolas estavam caindo aos pedaços por má conservação e supostamente por falta de verbas. Apesar disso, a verba da mídia para manter o governo com uma boa imagem era considerada legal por estar no orçamento dos gastos aprovados pelos deputados da base e era o único dinheiro liberado integralmente pelo governo de Rosário. Ainda assim, às vezes a mídia não tinha como esconder os fatos de tão visível que era a violência. Com uma política de transformação material e não humana, o investimento na formação dos policiais era mal elaborado, a seleção dos policiais se dava de forma equivocada, o governo se preocupava mais com a quantidade de policiais do que com a qualidade e os resultados eram pífios. Havia corrupção endêmica, o código de conduta era inexistente e o número de viciados, roubos e mortes só crescia em Rosário. O delegado Antunes Malone, ao ler todas as medidas tomadas pelo governo, formava sua própria opinião. Mesmo não sendo sua área de atuação, ele entendia por que crescia o número de assaltos a bancos na cidade. Às vezes ele chegava a pensar que a migração dos traficantes poderia ser um dos motivos, como enfatizava o governo, mas o delegado não achava que seria a única razão. Ele via, nas ações dos assaltantes, um planejamento muito sofisticado para ser praticado por criminosos oriundos do tráfico. Somente com a participação de pessoas responsáveis por esta área os assaltos poderiam ser bem-sucedidos. Esse era seu ponto de vista e não podia externá-lo naquele momento." Comece a ler este livro gratuitamente: http://amz.onl/eUj2FWf

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