Mais isto era pouco para um governo que tentava a todo
custo encontrar uma fórmula mágica de reverter esta situação
caótica.
O delegado, quando voltou de suas férias, ficou sabendo
da mudança impensável feita pelo governo. Havia na câmara
um projeto – feito na calada da noite com uma só canetada –
que o delegado considerava uma utopia impensável e
impossível de ser aprovado pelos deputados, com o apoio de
parte da sociedade dominante.
Em mais um de seus devaneios, o governo numa
tentativa inusitada baixa um decreto, para uma mudança no
perfil da cidade. E faz uso da Utopia desvairada, baseado no
País imaginário idealizado por Thomas More* em seu livro,
onde um povo subordinado a um governo justo e igualitário,
leva uma vida equilibrada e feliz (concepção de um governo
ideal).
Esta nova e ambiciosa mudança utópica era a última
cartada antes das eleições. O governador apoiado pelos
deputados, muda todos os nomes antigos dos bairros de
Rosário. Os nomes são substituídos imediatamente por nomes
de cores.
O governo classifica através das cores, as classes
sociais e financeiras. A nova divisão dos bairros daria a
Rosário um novo traçado urbanístico. O mapa geográfico com
um formato de uma gigantesca cruz foi criado, passando a ser a
maior cruz do mundo, que poderia ser vista até da lua, como
enfatizava um deputado em seus discursos em defesa do
projeto.
O deputado, entusiasta da mudança e dono de uma
empresa de importação que fornece material de iluminação
comprado da china por centavos de dólar, revendia para o
estado com quatro mil por cento de lucro. Pedia, através de
discursos na câmara dos deputados, a colocação de lâmpadas
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