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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O MENINO QUE QUERIA VOAR

Diz a lenda dos contadores de histórias e dos que afirmam terem vivenciado tais experiências supostamente alienígenas que, nas
noites de lua quarto crescente, na estrada para Coqueiral,
bolas de luzes surgiam do nada e perseguiam cavalheiros
solitários na madrugada, e, depois de paralisá-los sob seus feixes de luz, os sequestravam por dias ou horas,

deixando seus familiares em desatino. Na manhã seguinte,

seus filhos e mulheres deixavam de ir trabalhar
nas lavouras e saíam em pequenos grupos, procurando por eles nos varzeiros e nos riachos, acreditando que eles poderiam ter caído dos seus cavalos assustados pelo sobrenatural que rondava a região, ou devorados por alguma fera faminta na madrugada. 
Mas, para a felicidade das famílias, a maiorias deles sempre surgia dos encontros misteriosamente atordoados no meio das lavouras de café, que apresentavam no solo sinais estranhos
e enigmáticos. Eles eram reintroduzidos após esses
encontros seminus com suas roupas chamuscados e
descalços, e na pele lanhos profundos apresentavam
brilhos metálicos e pegajoso, e transparente como o do
mineral malacacheta encontrado a poucos metros dali na
beira do riacho, onde brotavam o junco e a tabatinga.
Porém, seus chapéus permaneciam misteriosamente em
suas cabeças. Em estado de turbidez, eles pareciam
acometidos de um sono profundo, pois permaneciam
deitados de bruços e pálidos, como se estivessem mortos
durante a madrugada.

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