Completavam a euforia das ruas foliões embriagados pelo som das bandas formado por multidões embalados com os Blocos de sujos
que tomavam conta das ruas da lapa. Nessa grande onda
humana eufórica, a pobre jovem não tinha motivos para
tamanha alegria e tentava caminhar comprimida entre eles,
tentando desvencilhar-se para poder descansar na Praça
Paris, onde provavelmente encontraria o amigo jardineiro
para conversar, a água do chafariz para beber e um banco da
praça desocupado para poder dormir. Mas, antes de atingir
seu objetivo, teria de vencer o cordão do bola preta e um
chuva de confetes entre colombinas e pierrôs. Depois dessa
batalha campal contra o festejo local, seguiu em frente para
atingir seu tão sonhado descanso. Finalmente como em um
sonho, na manhã seguinte, ela acordou com o jardineiro
cuidando dos seus afazeres e assoviando um trecho da música
“Manhã de carnaval”: “Manhã tão bonita manhã a vida e
uma eterna canção” de Luis Bonfá e Antônio Maria. A jovem
acordou feliz com o que ouvia, sorriu para o jardineiro, que
lhe desejou um bom dia com um sorriso largo, mas não lhe
pareceu correto continuar dormindo enquanto ele trabalhava.
Preocupada por estar dormindo na praça até às 8 horas da
manhã, ela se apressou em levantar-se, mas foi contida pelo
jardineiro, que lhe disse para não se preocupar, pois não estava
a atrapalhando. Ele procurou acalmá-la, e mostrou interesse
pela jovem grávida, pensando em ajudá-la.
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