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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO


O mundo estava à deriva com a Guerra Fria,
articulando-se mudanças ideológicas em vários continentes.
As superpotências influenciavam vários governos de forma
explícita, financiando e articulando o destino dessas nações
e para manterem seus interesses financeiros pelo mundo, e
consequentemente seus domínios sobre elas







A tropa passou por ela posicionando-se em direção ao
Aeroporto Santos Dumont. Ela recompôs-se, respirou fundo,
tentando manter o equilíbrio do seu corpo e de sua emoção.
Depois de descansar por mais alguns minutos nas escadarias
do prédio do Ministério do Trabalho, ela reuniu a pouca força
que lhe restava, respirando fundo e segurando a sua imensa
barriga, pois teria de seguir em frente. Seu aspecto físico
impressionava os poucos transeuntes que olhavam para sua
barriga imensa, e ironicamente se perguntavam o que seria
dessa pobre criatura desamparada, mas sem nada fazerem
para ajudá-la.
Consciente do seu estado e sabendo que estava só nesse
mundo desconexo, contava apenas com seu esforço, nessa
jornada descomunal. Ela ergueu-se lentamente do chão.
Seu olhar em busca de uma direção mostrava uma pessoa
aparentemente perdida

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

O MENINO QUE QUERIA VOAR

o menino da casa de estuque, janelas e portas azuis,
na sua inocência e sem que soubesse exatamente o que
se passava ao seu redor, passou a usar seu poder imaginário
para fugir de uma realidade que o assustava.
Lutava contra seus pesadelos e fantasmas, que povoavam
as histórias dos mais velhos que ele ouvia por detrás das
pesadas portas pintadas de azul feitas de torras de
madeira, onde poderia visualizar, através de buracos na
parede de barro, o olhar assustado do seu tio Chiquinho.
Este, dias antes, perdera sua casa em um incêndio provocado
por um raio em forma de bola de fogo, que antecedeu
uma tempestade e consumiu também toda sua
plantação de milho estocado em seu paiol. Desesperado
por não conseguir reerguer sua moradia, e há meses
morando com sua família na casa de sua irmã mais velha,
estava disposto a deixar para trás seus sonhos e suas
terras, e chorava ao relatar para o seu irmão a conspiração
da natureza ou castigo de Deus por ter abandonado a obra
da igreja, pois há meses deixara de frequentar o seus
cultos. Esses acontecimentos, para ele, era um presságio
de um futuro sombrio. Anos antes de o menino nascer,
alguns milagres aconteceram envolvendo seu pai

sábado, 10 de janeiro de 2015

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

As histórias contidas neles passaram a ter uma importância
maior na sua vida; alguns livros lhe davam conforto,
outros lhe davam alegria, começando a aguçar sua mente e a
despertar ainda mais seus sentidos para a importância das palavras.
Para fugir das armadilhas das ruas, passou a escrever
o que via nas sombras da noite. Quando procurava um lugar
para dormir, ele passou a perceber algo sinistro que rondava
a vida daquelas pessoas ao seu redor, e, como se protegendo
do mal, ele passou a escrever nos locais onde dormia como se
fosse um amuleto que o protegeria desse mal. Ele vivenciou
experiências em suas andanças pelas ruas da cidade, que deixou
marcas, em sua vida e dessas experiências surgiu mais
um tema para suas observações que ele deixou escrito com
o tema Sombras da noite. Essas escritas foram propositadamente
feitas com carvão e em letras garrafais para que todos
pudessem ver e refletir
Mural de José pela cidade

Sombras da noite”. Hospedeiros fatais
Quando a vida se revela obscura, toda loucura parece
normal.
Quando o corpo se desfaz do medo da sombra fugaz,
permeia pensamentos. Mundanos vagueiam perambulando,
entre escombros de corpos que não se erguem Jamais, serpenteiam as ruas escuras, escondem-se como animais, que procuram vidas vazias.

















Liberdade. “Poder de agir, condição do ser que pode agir
livremente.”
“Poder ou direito de agir sem coerção”. Poder de se determinar
a si mesmo, em plena consciência e após reflexão.
Personificação das ideias “liberais.”

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015


O que nos reserva o destino?”.
O que esperar deste mundo tão gasto e sofrido? 
O que exigir de seres tão corrompidos? O que cobrar de mentes de mandantes
esquecidos, de filosofias arcaicas, de planos diabólicos com afinidade bélicas de destruição em massa, com fins lucrativos que a morte compensam os fabricantes de armas, senhores da guerra que pelo mundo se espalham, urbanas mundanas maliciosas
milícias se formam em grupos para militar, os contra a
paz e a favor da dor da perda, senhores das tribos das gangues que pelo mundo se espalha.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO







Trapaças do Destino - Causa e Efeito
9 4
Não sei até onde pretendia andar nem que distância percorrera;
estava na estrada há tanto tempo que já me esquecera. De onde
eu vim? Perguntava a mim mesmo e não encontrava a resposta,
não sabia de onde vinha, só sei que corria contra o tempo,

andava contra o vento’’


Em outra rua, em outro muro, ele dava sequência
as seus questionamento, e suas reflexões sobre dua vida.

“Depois de léguas, encontrei uma fonte e parei, minha
sede aplaquei e ali mesmo adormeci; a noite chegou, o frio me
congelou e logo que acordei na madrugada mais longa que já
conheci muitos olhos espreitavam-me ao meu redor. Fitavam-me
a distância, não queriam contato, sentiam-me pelo olfato.’’
Às vezes, José Francisco dava uma pausa de dias, trocava
de parede, escolha um novo pedaço de giz, em seguida dava
continuidade ao seu desabafo em forma de versos, sem perder

o ritmo ou o fio da meada





Agora ele direcionaria seus esforços para achar essa moça
chamada Maria, que sumira do diário dos empregados e que
não constava no diário da sua mãe. Ele se indagava o motivo
de terem apagado seu nome, e logo ela, sua mãe, que fazia
referência a outros empregados com elogios ou críticas, no
que ela era implacável com alguns por não admitir falhas, às
vezes os ofendendo no seu diário. Outras vezes, sem poder
guardar sua ira, falava diretamente como eles, atitude que ele
presenciara algumas vezes, deixando-o constrangido.
Marcos incumbiu seu secretário de confiança para
descobrir o paradeiro de Maria. Quem foi essa misteriosa
Maria que sumiu em 1963. Seu único medo era de que ela
fosse uma guerrilheira dos Palmares e que seu pai a tivesse
delatado por ser da esquerda e ele da extrema direita, coisa
que ele não escondia e tinha até orgulho, pois fora muito
bem-sucedido financeiramente com suas empresas, e, nesse
período, tinha pavor da reforma agrária, acreditando que ela
levaria o país à ruína.
Para Marcos, ele não foi uma influência política, pois não
vivenciou esses momentos, tendo crescido nos Estados Unidos
e, portanto, não precisou de qualquer engajamento político
para manter-se como empresário. O que mais o incomodava
era essa sua dúvida, a pergunta que ele fazia a si mesmo como
se fosse uma necessidade extrema que o perturbava,

domingo, 4 de janeiro de 2015

O GRANDE ASSALTO A DECLÍNIO DO PODER

Germano diz que não haverá dificuldade. Os guardas
não desconfiarão. Estão habituados à operações desse porte. O
dinheiro da máfia só é retirado durante a noite e levado em
aviões particulares para o exterior sempre na madrugada.
- Perfeito. Provoque os caras e eles vão te dar uma coronhada.
Eles adoram deixar suas marcas nas vítimas, não se assuste,
mas você precisa de um álibi forte, convincente, ficará preso no
cofre.
- Não pense que faço isso só por dinheiro. Você é meu irmão,
merece uma boa aposentadoria, uma vingança completa e um
prêmio.
Revelando o porquê do seu empenho, Germano sabe
que o irmão tem o intuito de matar três coelhos de uma só vez:
roubar o dinheiro da máfia; envolver os assaltantes; colocar
Osmar no esquema e deixar a máfia cassino cuidar de tudo pra
ele. - Pensa - Pode ser perfeito.
O delegado se despede com um brinde. - Boa noite e
boa sorte, Germano. Terça às 20h. - Germano lembra-se de um
detalhe importante e fundamental no plano do seu irmão. –
Opa, ia esquecendo o telefone do Monte Cassino que você me
pediu. É fundamental. - Boa sorte, Malone. Terça às 20hs



.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

COLETÂNEA 2014



















 O MENINO QUE
QUERIA VOAR

Zé Queiroga gostava de narrar a sua expe-
riência com os espíritos dos escravos da fazenda Mara-
vilha, que durante um século guardaram potes de ferro
repletos de pepitas de ouro que eles achavam nos rios da
região e escondiam dos seus senhores engolindo-as.
Posteriormente, eles as defecavam em caldeirões de ferro
e enterravam nos arredores da senzala, pensando um dia
poder usar a riqueza camuflada junto aos seus dejetos
secos para comprarem sua liberdade. No entanto, como
a abolição chegou antes, eles não puderam usar as
pepitas, pois seriam acusados de roubo e voltariam para
a senzala. Sabiamente, eles mantiveram segredo por um
século, e os caldeirões de pepitas posteriormente passa-
ram a ser protegidos por guardiões do além. Contava Zé
Queiroga com sua voz de trovão depois desta explanação.
Contou que, num belo dia, estava arando a terra da sua
propriedade no final da tarde, e tocou a enxada em uma
borda de metal, que tilintou como um sino da igreja local.
Agachado, limpou as bordas, pensando ter achado um
sino da corroa imperial, como tantos outros perdidos na
estrada do coqueiral, mas, para sua surpresa, ao terminar
a escavação, deparou-se com um caldeirão de ferro,
repleto de pepitas de ouro envolto em uma camada de
suposta cinza. Nervoso pelo achado de tamanho valor, já
pensava que, com aquele tesouro, poderia comprar terras
até onde alcançasse seus olhos, e seria possível realiza




GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER

Capítulo VI
O detetive Ribeiro pede ao delegado a quebra dos
sigilos nos telefones dos suspeitos. Estava difícil de localizar o
local de encontro dos aliciadores.
- Delegado Malone, tenho que colocar escutas. Os pedófilos
são pessoas de alto nível, não se expõem. Tem um agente que
leva as crianças até eles. Para descobrir o local, somente com
escutas.
O delegado encaminha o pedido de escuta.
Ribeiro pergunta: - E o Osmar, delegado. Tem alguma
parada? Tô precisando. Aquela grana tá acabando chefe.
- Cuidado, Ribeiro. Esse tipo de grana ainda pode acabar com
você.
- Discordo. Ficar duro acaba mais rápido. É só olhar os
políticos, quanto mais roubam, mais são eleitos.
- Dizem que roubam, mas fazem. - Comenta o delegado, com
um sorriso no canto da boca.
- Não sei o quê, delegado. Se o país crescesse como o
patrimônio deles, não haveria tanto pobre e tanto bandido.
- É o que você está mostrando com o seu desvio de conduta,
Ribeiro. Volte ao trabalho e vê se não se afunda mais na lama.
Ribeiro sai se perguntado se o delegado não teria levado
uma grana do detetive Osmar depois daquele dia. Era uma
dúvida que o martirizava.
Na delegacia chega a notícia de que Osmar quase foi
morto em um confronto; na perseguição e captura de
assaltantes na residência do Secretário de Finanças do Estado.
Os bandidos fizeram o secretário de refém e fugiram furando o
cerco da polícia no Bairro Azul, bairro nobre da cidade








TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO
Seu
raciocínio dizia a ele mesmo todos os dias: “Esta é sua vida.
Viva da melhor maneira possível, siga seu instinto, alimente
seu cérebro com coisas boas”. Por trinta e cinco anos, José
Francisco não pensou diferente: a rua era sua casa, sua mãe
biológica não existia, não tinha como encontrar seus parentes
biológicos, tarefa impossível para ele, não havia aquém recorrer
ou que ele conhecesse para buscar ajuda. Sem contar com
seus pais adotivos que o esquecera para sempre e ele passou
a aceitar placidamente resignado com seu destino. Depois de
um bom tempo nas ruas longe das pressões diárias da sua
mãe adotiva ele passou a sentir uma mudança repentina e
estava evoluindo mentalmente, e naquele momento tinha a
noção exata de que a vida estava lhe pregando uma peça. O
tempo passara e ele não havia encontrado a formula certa de
como reagir ou superar aquela situação adversa. Ele passava o
tempo escrevendo frases de desejos contidos, amores pedidos
que nunca tivera e sonhar passou a fazer parte da sua vida
como forma de sobreviver ao relento, sonhar de novo com
um lar e imaginar uma família, filhos para poder dar o que
não recebera. No entanto, tinha plena consciência de que era
um sonho quase impossível de realizar. Só uma reviravolta,
uma trapaça do destino o colocaria de volta em sincronia com
o mundo real e distante. Por esse motivo, ele escrevia como
se tivesse vivido um passado que não existiu, sentia falta de
um amor que perdeu, mas que não viveu.