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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

sábado, 27 de dezembro de 2014

O MENINO QUE QUERIA VOAR

O MENINO QUE QUERIA VOAR










Um ano depois,
O menino teve a graça de conhecer o Natal no seu esplendor, quando
algumas vezes no mês de dezembro, acompanhado de
sua irmã, foi até a cidade para ela fazer compras para seus
filhos antecipadamente, antes que os preços aumentassem.
Ele a acompanhava pelas ruas do centro, encantado
com as vitrines e lojas de brinquedos. Na véspera do
Natal, eles seriam colocados na janela à noite, junto aos
seus sapatos. Seus filhos acreditavam em Papai Noel e
aguardavam ansiosamente esta noite para vestirem as
roupas novas. o menino ficava deslumbrado com toda
aquele clima de festa e alegria envolvente e, mesmo não
ganhando nada, sentia-se feliz de participar e aceitava as
desculpas da sua irmã, que dizia que o dinheiro era pouco
e não dava para comprar nada para ele. Depois de tentar
sem sucesso vender limonada e engraxar sapatos para
arrumar um dinheirinho e assistir ao seu primeiro filme
no cinema Metro, que era mais caro que o Olinda,
 Nesse dia ele contou com a sorte. Descendo a ladeira,
 ele achou uma nota de dez cruzeiros. o inusitado aconteceu pela primeira vez:
achar dinheiro na rua na descida do morro, onde quase
todo mundo anda olhando para o chão, em pleno domingo,
em que todos se preparavam para ir ao cinema,
só poderia ser considerado um milagre. Seus irmãos não
tinham dinheiro para levá-lo ao cinema. Achar dinheiro
no morro era um verdadeiro golpe da sorte, pois poucos
tinham para gastar e nenhum para perder. o filme era de
fantasia, de Walt Disney, e o cinema Olinda era o maior
da praça. Ele perdeu mais tempo olhando as pilastras do
que o filme.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

Trapaças do Destino - Causa e Efeito
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TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO






Quarta feira 25 de dezembro de 1963
Ela amanheceu na mesma calçada, mas o bar onde o dono
lhe servia por caridade sua primeira refeição não abriu nesse
dia. Quando ela acordou. olhou para a porta do bar fechada e
ficou desolada, sem perceber que a seu lado havia uma cesta
repleta de bolos, castanhas e um recipiente com comida. Ao
olhar para aquela cesta de vime que havia surgido à sua frente
como um passe de mágica, ela sorriu e sentiu pela primeira
vez nessa cidade a emoção de ser lembrada por alguém. Com
um sorriso que não cabia em seu rosto, levantou-se e abraçou
aquela cesta, como se fosse ele que estivesse ali incorporado
aquele presente, e pulou como uma criança contente por
saber que aquela boa alma não a esqueceu.







TRECHOS DO LIVRO



Pensava em agradecer aquele presente de Natal, que
provavelmente fora deixada por ele, “a cesta recheada da
manhã do dia 25 de dezembro”, mas preferiu guardar em
seu coração toda a sua gratidão.


6 MESES DEPOIS.

Ele perguntou o nome dela para as enfermeiras, e essas
responderam:
– Não tivemos tempo de preencher a ficha de internação
e não sabemos o nome dela doutor. Não achamos nenhum
documento com ela que a identificasse.
Dr. Osvaldo dirigiu-se para a jovem mãe e lhe fez uma
pergunta:
– Qual é o seu nome, minha jovem?
Ela respondeu:
– Maria.
– E qual é a sua idade? perguntou o doutor.
– Dezesseis anos – responde Maria.
– Minha jovem, tem noção da sua responsabilidade
daqui por diante? Você sabe que terá de cuidar de trigêmeos
– enfatizou o doutor Osvaldo, esperando a reação da jovem
mãe, que respondeu, depois de suspirar fundo, demostrando
nervosismo e esfregando as mãos em seu rosto:
– Eu sei doutor, e estou desesperada, e sem saber pra
onde ir.
– Posso saber por quê?
– Eu não tenho ninguém doutor. Minha família não é
do Rio, não posso voltar para casa – disse Maria, começando
a chorar.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO.

Segunda feira 23 de Dezembro 4h da tarde
No centro da cidade do Rio de Janeiro, o povo vivia a
expectativa de novos tempos com a proximidade do ano
novo. A politica no país capengava com incertezas e rumores,
mas o povo mantinha as esperanças em dias melhores Pois
era a semana do Natal, e o espírito cristão e natalino ainda
predominava sobre a maioria das pessoas, fazendo com que
esquecessem por alguns instantes das agruras do mundo. As
lojas estavam enfeitadas para o Natal, com presépios retratando
o nascimento do menino Jesus.







TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO





 Nas vitrines das lojas, bolas
coloridas e luzes piscavam em ritmo cadenciado nas árvores
de natalinas, iluminando o Papai Noel e suas renas em
cenários com neve montados dentro das lojas, aguçando os
sonhos das crianças e suas cores vivas encantando os passantes
nas ruas, vidrados em seu efeito mágico. Nessa época de festa,
todos se mantinham centrados em seus afazeres. O som das
músicas de Natal ecoava nas ruas, vindo das lojas de nome
Rei da Voz e dava o clima festivo do mês de dezembro. “Jingle
Bells” era a música que tocava na maioria das lojas do centro
da cidade. A multidão aglomerada em busca de novidades
se acotovelava nas lojas de discos, pois as vendas de músicas
natalinas aumentavam com novos lançamentos e a maiorias
dessas pessoas preferia a “Noite Feliz”, escrita em 1818 pelo
padre Joseph Mohr e musicada por Franz Gruber”.
O clima era contagiante nas ruas da Alfândega e Sete de
setembro, que estavam cheias de homens mulheres e crianças
aparentemente felizes, na sua maioria consumidores em busca
de presentes. As pessoas se aglomeravam em frente às vitrines
de joalherias e a jovem ficava de olhos bem abertos, vidrados
e arregalados, admirando os homens comprando colares
para suas mulheres ou amantes.

















 Proeminentes senhoras da
alta sociedade avidas por novidades enchiam os magazines
do centro da cidade e carregavam a tiracolo suas empregadas
para carregarem suas compras. Na Rua Buenos Aires, as
crianças em algazarra entravam nas lojas de brinquedos
eufóricas. Do lado de fora da loja, a jovem humilde, enrolada
em um cobertor, observava o movimento dos consumidores
e sorria contagiada pelo clima festivo e admirada com suas
sacolas e embrulhos de presentes envolto em papel coloridos.
Minutos depois, essa mesma jovem estendeu a mão aos ilustres senhores que passavam por ela como se ela não existisse. 

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

TEMPOS DE TRAIÇÃO POSSUÍDOS POR AMBIÇÃO

 

TEMPOS DE TRAIÇÃO.

O homem de preto pegou os títulos de terras que completaria o pagamento das minas e coloca sobre a mesa .
por segundos ,a mente de Thomas ficou confusa; aquela voz lhe soava familiar mas sua lembrança o traia  









terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER

Ribeiro não queria acreditar. Estava demorando pra cair
a ficha. Não que ele fosse inocente ou tão idiota, longe disso,
ele mesmo já tinha se locupletado algumas vezes, mas não com
tanto risco, a ponto de dar cobertura a bandidos.
- Se for verdade, vai ser difícil. Como vamos resolver a
parada?
- É isso, Ribeiro. Você que viver como herói ou viver como
corrupto? Ser preso, sua família vai se envergonhar de você,
seu filho e sua mulher terão que mudar de endereço.
Ribeiro pensou várias situações em segundos, inclusive,
pouco se preocupava com sua mulher, mas seu filho estudava
em um bom colégio, custava caro. Ele e Juliana, sua amante,
não mereceriam. Até porque a sua amante era sobrinha de um
padre celebridade na cidade, com grande influência no governo
local e ele tinha planos. Ribeiro preferia pequenos delitos. Seu
lema? De grão em grão eu banco a Juliana.
- Taí, chefe. Tô dentro. Qual o plano? – Pergunta o detetive
como se fosse um lance pessoal e não uma operação policial.
- Você dirige e eu fotógrafo até onde der, sinto um cheiro
podre no ar e precisamos de provas. - Conclui o delegado,
pegando a máquina fotográfica.

sábado, 13 de dezembro de 2014

O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER


O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER












Malone convoca Osmar para ir a sua sala. E trava um
diálogo não muito conclusivo. O delegado dirige-se a ele:
- Sei que você é um crápula, mas o que me impressiona é a sua
frieza assassina e inescrupulosa. Você se revelou um grande
ator. Vamos tirar a máscara agora.
- Desculpe chefe, mas não há máscara. Somos o que somos,
não precisamos de máscara. O esquema já estava montado, se
você não gosta, não interfira e acaba tudo bem. Não me
preocupa se não vai querer a sua parte ou não, vai sobrar mais
pra mim. Quando você chegou, já imaginava a sua atitude.
Todos falam a mesma coisa no início, mas com o tempo, todos
entram no esquema. Esta é a minha maneira de trabalhar e não
existe volta. Se eu cair, cai muita gente comigo! - Ameaça o
detetive, aumentando a voz.
- Você pensa que me envolveu num esquema, no qual eu não
pedi para entrar. - Afirma o delegado com o dedo na cara do
detetive.
- Lamento, mas o esquema é este, delegado. Há mais gente do que
você pensa, e se mexer, será como efeito dominó, cai todo mundo..
- Sinto que você se sente dono da situação, Osmar. Você acha que
está acima da lei, tomou conta da delegacia aproveitando-se
desta doença endêmica e confiando na impunidade, mas
comigo será diferente, eu garanto. - E continua.- Vai à merda.
Eu não estou neste esquema, não entro neste esquema, não
quero este dinheiro sujo. Fui bem claro seu filho da...? - Corta a
frase, quase perdendo o controle da situação.