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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

TRECHOS DO LIVRO [ TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO]

Lamentavelmente para o público em busca de lazer e boêmios da noite carioca, os teatros e boates dos arredores estavam sob um toque de recolher. Artistas fechavam desiludidos seus camarins, enquanto músicos guardavam seus instrumentos desolados, prostitutas e gigolôs deixavam as ruas, recolhiam-se aos prostíbulos, à espera de clientes sigilosos. O céu se fechava com trovoadas e raios e ameaçadoras descargas elétricas: era prenúncio de tempestade. Como de costume nessa cidade, chuvas torrenciais e repentinas poderiam ocasionar enchentes e causar danos difíceis de reparar, deixando uma mácula na cidade e nas pessoas, e poderia deixar todos incautos presos nesse túnel do tempo nebuloso.

A jovem, extremamente cansada, procurava uma posição que não a deixasse comprimindo sua barriga protuberante e se ajeitou recostada à parede pichada em letras garrafais. Em seguida, cobriu-se com seu cobertor de listras azuis. Antes que o sono tomasse conta do seu corpo, uma luz se acendeu no prédio à sua frente, e seu olhar fixou-se nesse ponto de luz que emanava do último andar do prédio, onde visualizava um homem gesticular com uma arma na mão, parecendo interrogar outro que se encontrava sentado amarrado a uma cadeira, com os olhos vendados. Para não continuar visualizando essa cena que a amedrontava, ela puxou o cobertor até a altura do rosto, cobrindo seus olhos enquanto um estampido ecoou no ar. Curiosa, ela não resistiu e voltava a olhar para a janela. A cortina se fechou lentamente. O medo tomava conta da pobre jovem pelo trágico episódio visualizado e desconhecido desfecho. Seu estado de exaustão não a permitiu raciocinar a respeito e seus olhos se fecharam também. Em minutos, ela adormeceu enrolada em um cobertor de lã, sob gélida marquise que não a protegia do vento frio na esquina da rua Santa Luzia com a Primeiro de Março. Alguns mendigos dormiam ao redor; eles viviam ainda sob o impacto de boatos de supostos extermínio de alguns deles. Precavidos, revezavam-se na vigília à noite, temerosos por suas vidas.


quinta-feira, 22 de maio de 2014

João MC.jr arte e vida: O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER

João MC.jr arte e vida: O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER: TRECHOS DO LIVRO O GRANDE ASSALTO Depois de tomar o seu café, Malone pede licença E dirige-se ao banheiro para refletir por alguns min...

O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER


TRECHOS DO LIVRO O GRANDE ASSALTO


Depois de tomar o seu café, Malone pede licença E
dirige-se ao banheiro para refletir por alguns minutos. Pensa
nos prós e contras, os riscos serão enormes. Olga
provavelmente ia achar que ele estava ficando louco, mas
sentia que poderia fazer um favor a sociedade aceitando a
missão. Volta à sala dirige-se ao secretario:
- Certo. Seis meses e nem mais um dia. - Responde o delegado,
aceitando o apelo do Secretario de Segurança de Rosário.
- Obrigado, Malone, sabia que você não me deixaria na mão.
Tem mais um detalhe. Sua equipe não poderá ir com você,
escolha somente um detetive da sua equipe que você ache
imprescindível. Eles não seriam úteis a você naquela delegacia,
seriam corrompidos e as investigações por aqui ficariam
comprometidas. E o mais importante, tome cuidado com o
detetive de nome Osmar Canora. Ele é um agente duplo.
Trabalha tanto pra gente como para a AICD (Agência
Internacional de Combate às Drogas). Tem costas quentes. É
sem escrúpulos, escorregadio. Ninguém tem a coragem de
depor contra ele. Sobrevive graças as suas conexões
internacionais e o apoio do governo federal pelos seus
resultados obtidos no combate ao tráfico internacional.

terça-feira, 20 de maio de 2014

O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER


TRECHOS DO LIVRO.



Malone resiste e argumenta:
- Talvez eu não seja a pessoa indicada. Gosto de atuar em área
de menos confronto, não sou de jogar pesado. Não é o meu
estilo de trabalho.
- A sua eficiência não está em julgamento, muito pelo
contrário, é exatamente por isto que eu estou aqui. É por sua
capacidade de organização e honradez no seu cargo que eu
estou recorrendo a você. E afirma.
- Olha, Malone, não vejo outro com a sua capacidade para
colocar ordem na casa.
- Desculpe, secretário. Sinto uma grande preocupação nas suas
palavras, poderia ser mais claro?
- A situação é a seguinte. Tenho uma grande dor de cabeça com
a Delegacia de roubos a Bancos. Há um grupo de policiais que
tem me tirado do sério. Sei que eles estão envolvidos em
alguma falcatrua, porém, não consegui reunir provas concretas
contra eles.
- Opa! Espera um pouco. – Afirma Malone, interrompendo o
secretário. – O senhor não vai querer que eu assuma aquele
antro?
- Sei que você tem toda razão. É realmente um antro. Só este
mês, afastei dois delegados e cinco detetives foram presos, mas
não foi o suficiente para reduzir os assaltos a bancos, minhas
medidas não surtiram os efeitos desejados. Sinto que só você,
utilizando seu método, poderá desmantelar esta gangue que se
apoderou da delegacia.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODDER

  TRECHOS DO LIVRO O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER







comprimento por vinte de largura para que ela pudesse ser vista 

como um símbolo da cidade e talvez fosse vista até da lua. - 
dizia  o  deputado  euforicamente  aos  colegas  parlamentares 
várias  vezes  ao  dia.  A  ideia  da  cruz  foi  sugerida  pelo  padre 
Francesco Antonioni, conselheiro do governador e apoiado por 
todos  os  conselheiros  e  representantes  de  outros  seguimentos 
da  sociedade,  de  deputados  da  base  aliada  que  viam  no 
simbolismo da cruz e nas cores, um novo tempo de paz para 
Rosário. Todos os outros elementos simbólicos que há séculos 
representavam  RIO  DE  ROSÁRIO  perderam  seu  prestígio.
    
                                                                         
Divisão das cores      
                                                                                                                   
A cor dourada foi escolhida para um bairro da zona sul 
onde mora toda classe alta milionária; azul para classe média 
(entre a zona sul e o centro da cidade); amarelo para o centro 
financeiro, a região serrana e rural; a cor verde para as regiões 
do  subúrbio,  norte  do  município;  a  cor  marrom  onde  mora  a classe de baixa renda e se localizam as instalações de fábricas e lixões.  Lá,  as  inundações  eram  constantes.                                                            
Os moradores do bairro marrom que trabalhavam nos bairros 
de  classe  alta  e  média  agora  tinham  um  passaporte  que  lhes 
permitia  somente  circular  durante  o  horário  de  trabalho.                                              
Assim como os bairros, algumas ruas também levavam nomes 
de  cores  para  agradar  a  gregos  e  troianos.  A  rua  da  praia 
frequentada por gays, passou a se chamar avenida arco-íris, as 
faixas das ruas eram pintadas nas cores azul, verde, rosa e lilás, 
as  do  bairro  nobre  tinham  nomes  como  azul-turquesa,  verde 
imperial, amarelo nobre.                                                                    
Já  os  bairros  menos  privilegiados,  levavam  nomes  de 
frutas  como  Rua  do  Abacaxi,  Avenida  Maracujá,  Rua  da 
Carambola ou Praça do Pepino. Por ser um país tropical, estes 
nomes  não  soariam  tão  mal.  Achavam  os  reformistas  do governo,  nos  seus  sonhos  quiméricos  que,  com  passar  do 
tempo,  apagariam  da  memória  das  pessoas  as  referências  ao 
passado.                                                                                 

O PODER


Com  esta  ideia  mirabolante,  pensavam  as  autoridades, 

daria mais visibilidade à cidade das cores como eles passaram a 
chamá-la. Pensavam que a mudança transformaria a cidade na 
Meca  do  turismo,  ao  mesmo  tempo  uma  cidade  dos 
cosmopolitas  modernos  poderia  estar  nascendo.  Mas, 
lamentavelmente, o que se via era o alto índice de corrupção e 
criminalidade ali existente e coeso, não perdia sua força. Muito 
pelo contrário, aumentava o seu poder, pois já estava inserido 
no judiciário, na política e dominava boa parte da polícia de um 
modo geral. Como uma praga, tomava conta da cidade em alta 
velocidade, contaminando até o Bairro Azul e se aproximando 
da  elite  dominante  através  dos  novos  riscos  oriundos  da 
corrupção.

O DECLÍNIO


A  riqueza  oriunda  da  corrupção  era  fácil  de  detectar, 

pois pertencia  a parentes de políticos ou por fornecedores do 
estado  e  surgia  após  grandes  obras  que  sempre  eram 
superfaturadas, testas de ferro e também as máfias oriundas da 
Europa  e  Ásia,  que  chegavam  à  cidade  disfarçadas  de 
investidores  para  a  lavagem  de  dinheiro  do  narcotráfico  e 
contrabando  de  armas  que  entravam  na  cidade  pelo  cais 
abandonado e estradas mal policiadas. Os mafiosos compravam 
mansões, montavam escritórios de fachada, bares e boates no 
Bairro Dourado, investiam nos bancos multinacionais que não 
eram  investigados  para  não  atrapalhar  o  fluxo  de  capital  na 
bolsa de valores local.                                                                        

 INDIGNAÇÃO


O  delegado  Malone  se  perguntava:  -  Será  que  um  dia 

isto  terá  fim?  Será  que  o  poder  público  chegou  ao  fundo  do 
poço? 

sábado, 17 de maio de 2014

O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER

Trechos do livro O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER

Aos favelados, o governo prometia casas no Bairro
Marrom, para onde o tráfico já havia se transferido quando os
morros foram pacificados.
O governo juntou os moradores ao tráfico mais uma
vez, demonstrando a sua incapacidade de planejamento quando
se tratava de política social.
A educação de nível transformador não era prioridade,
só se ensinava o básico, o sistema de cotas só favorecia os
negros, os pobres de origem branca eram preteridos. A inclusão
social se dava através de programas de conteúdo primário, não
visava a ganhos futuro na área do conhecimento de nível
superior. A transformação por investimento em conhecimento e
domínio da tecnologia e cultura era aquém do esperado para
um estado que pretendesse sair do atraso nessas áreas.
Desta forma, os jovens moradores não foram incluídos
em nenhum programa de desenvolvimento educacional de
grande porte e voltaram a vender CDs piratas em novos
camelódromos no Bairro Marrom onde não eram incomodados
por negociarem suas mercadorias longe do centro de Rio de
Rosário, não interferindo assim no comércio da classe média.
Ser reféns do tráfico virou rotina para estes jovens. Os
traficantes se sentiam menos incomodados e continuavam
abastecendo com drogas de toda espécie a classe alta e média
da cidade. Aos pobres viciados em drogas só restava o crack, a
sub-droga que matava cada vez mais rápido em todo país, não
dando muito trabalho ao governo que considerava um caso
perdido investir na recuperação destas vítimas do tráfico.
Por este motivo, o governo de Rosário criou lugares na
periferia onde se permitia o uso indiscriminado da droga letal.
O governo também desenvolveu um sistema rápido de
remoção de corpos. Os cadáveres encontrados ao relento eram
retirados imediatamente e levados para o crematório municipal.
Um sistema ágil, não dando tempo à imprensa de fazer
qualquer reportagem a respeito das dezenas de corpos de
jovens abandonados. O procedimento não deixava pistas e só
aumentava a estatística de desaparecidos. As mães de Rosário
choravam o desaparecimento dos seus filhos, consumidos pelo
vício, sem uma “Praça de Maio” ou uma causa lógica,
choravam em qualquer canto da cidade e em qualquer beco do
Bairro Marrom.
Rio de Rosário vive um momento perigoso e decadente
na área social devido a má administração ao longo dos anos.
Em uma das manchetes do jornal, um juiz corajoso, parecendo
ser a única voz dissonante diz que a corrupção cresce por culpa
do judiciário e o dinheiro da área social some no ralo da
corrupção. Uma constatação que todos Sabiam, mas não se
tomava nenhuma providência.
O delegado Malone lia tudo isto nauseado e incrédulo.
Com tanta incompetência, o seu conceito de democracia e
conquistas sociais estava a léguas de distância do governo para
o qual ele trabalhava.

O Grande Assalto