Quem sou eu

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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

terça-feira, 16 de maio de 2017

VEM AI MEU PRÓXIMO LIVRO.





A fonte
 Bem antes de tomar consciência da minha existência na vida, o meu mundo era incompreensível, complexo e inconstante. E era nesse cotidiano em ebulição que eu me via como um ser vivendo preso em um quadro abstrato de cores fortes e pinceladas confusas e de difícil compreensão. Mas, com o passar do tempo, a arte da vida criou movimentos de expressões mais claras aos olhos de um observador atento ao seu cotidiano turvo e inexorável. Foi somente ao longo dos anos que esse labirinto de cores fortes e desconexas foi se dissipando e se revelando. Com o tempo descortinei que havia outro universo paralelo à minha espera, pois nada havia mudado nesse contexto existencial. O diferencial entre esses dois universos estava na mudança do meu modo de interagir, de ver e de pensar. Foi nesse ponto crucial que passei a sentir e compreender em minha mente de jovem, ainda imaturo, que essa era a realidade do mundo em que vivia. E foram esses mesmos borrões de cores e linhas, supostamente confusas, que, ao invés de me consumirem, se tornaram a minha fonte de experiências, me permitindo a formação de conceitos e alimentando o mote de possíveis inspirações. 






quarta-feira, 10 de maio de 2017

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO



O carro retorna uma hora depois à mansão do bairro
Santa Tereza
Na garagem, o motorista Jorge saltou do carro aflito e olhou para a varanda. Imediatamente, a mulher de robe azul de seda chinesa surgiu na sacada e fez um sinal para ele subir ao escritório.
No escritório diálogo se da de forma rápida, pois a patroa foi logo ao assunto e perguntou ao motorista:
– Como foi a missão Jorge, tudo bem? Ela esboçou alguma reação ou fez alguma ameaça? Não vai mentir pois estou vendo as marcas da onça em seu rosto.
Jorge coça a cabeça e prefere não relatar os seus contra tempos com a jovem pelo caminho ate a cidade e resume o seu relatório.
– Não, Madame Albuquerque, isso foi fazendo a barba no escuro que eu me aranhei com a navalha, mas esta tudo dentro do controle como a senhora recomendou. Eu a deixei bem no centro como combinamos. E ainda dei um tempo e fiquei por algum minutos observando sua reação e olhando, de longe para ver se ela chamaria alguém para ajudá-la ou a polícia, mas ela simplesmente ficou de cabeça baixa, chorando por algum tempo e depois seguiu a Rua Rio Branco em direção à Candelária em meio a multidão. Talvez ela tente retornar para casa.
Soltando uma risada de deboche- Disse Hortência, com ar de quiromante de ocasião.
– Isso é pouco improvável; eu conheço essa gente, Alfredo.
O que ela não consegue aqui em casa com certeza vai tentar com outro tolo como Marcos. que se encanta com essas carinhas bonitinhas e não resistem a tentação carnal, e idiotamente eles caem na cilada dessas diabinhas com cara de anjinhos. Além do mais Jorge, ela não tem dinheiro suficiente para viajar para terra dela, e não sabe nem onde fica no mapa, e burra de pai e mãe, e com certeza não tem coragem de se aventurar tentando achar o rumo da roça da onde veio. E ela sabe, ou pelo ao menos isso ela  tem consciência que por tradição que sua família não aceitaria ela grávida de volta , nem acreditaria na história dela. Parecendo exausta de tanto falar Hortência para de andar de um lado pro outro o que já estava deixando o motorista tonto de ter que acompanhar obrigatoriamente seus movimentos. Ela senta-se pela primeira vez desde que o carro saiu de sua casa e da uma pequena pausa no seu desabafo, ela pega sua carteira de cigarros dourada que esta em cima  de um livro na mesinha ao lado da cadeira de balanço. Por um instante ela pega o livro da autora Margaret Mitchell “E O Vento Levou” que tentava ler a messes,  ela olha sua capa franze sua testa e o coloca de volta na mesa . retira um cigarro da sua carteira dourada coloca na piteira de madrepérola e pontas douradas e pede ao motorista para acender. O motorista Jorge imediatamente acende seu cigarro e se afasta, ela da uma tragada bem profunda e solta uma baforada em direção ao motorista que prende a respiração . Enquanto a fumaça se dispersa Jorge se mantem em posição de prontidão, como um soldado torcendo pelo termino do discurso da madame  Albuquerque como ela gostava de ser chamada pelo motorista mas, infelizmente para Jorge ela não tocava no assunto do dinheiro o que o deixava desconcertado pois não ousaria tocar no assunto.







quinta-feira, 4 de maio de 2017

O MENINO QUE QUERIA VOAR

Os contadores de história ficavam envolvidos pelo público, ávido por novas fábulas. Eles se acotovelavam por um lugar na roda que se formava pela plateia, em volta dos ilustres membros notívagos, sentados em número de doze, em uma grande mesa de madeira rústica. Como se fossem os cavaleiros da Távola Redonda, os prosadores permaneciam por horas a fio degustando linguiça, torresmos e chouriços, regados à cana-caiana e pinga da roça. A plateia não arredava o pé, hipnotizada pelos relatos mirabolantes. Envaidecidos, eles seguiam entusiasmados, contando suas fábulas e supostas falácias.









             
        Zé Queiroga gostava de narrar a sua experiência com os espíritos dos escravos da fazenda Maravilha que, durante um século, guardaram potes de ferro repletos de pepitas de ouro encontradas nos rios da região. Os escravos as escondiam dos seus senhores, engolindo-as. Posteriormente, eles as defecavam em caldeirões de ferro e as enterravam nos arredores da senzala, pensando, um dia, poder usar a riqueza camuflada junto aos seus dejetos secos para comprarem sua liberdade.

O MENINO QUE QUERIA VOAR

Em um domingo alvissareiro de 1949, às sete horas da manhã, na estrada de Maravilha, as dormideiras acordavam com os primeiros raios de sol que penetravam entre os galhos do pé de mulungu, onde as maritacas faziam algazarra, acordando o dorminhoco tatu-canastra, que repousava em sua toca, abaixo do campo de cereais, aparentemente exausto, depois de uma cansativa noite de caça. Os gaviões faziam voos rasantes, tentando pegar calangos, que saíam das tocas em busca do calor do sol na pequena formação rochosa. Longe do perigo, em uma frondosa castanheira, a juriti-gemedeira ajeitava seus ovos no ninho, protegendo suas futuras crias. Um pouco mais acima do Morro do Fama, na mata fechada, com sua preguiça costumeira da manhã, a onça-pintada descia do tronco da peroba, afiando as suas garras e iniciava sua jornada de caça matutina às capivaras, à beira do rio. Como de costume, seus obstinados moradores já estavam na estradada ao alvorecer. Alguns recolhiam jenipapos, a fim de produzir licores fortificantes para ajudar aos menos afortunados no combate à tuberculose, que se alastrava na região. Os que se sentiam abençoados estavam arrumados com as suas melhores roupas e rumavam em direção ao lugarejo chamado Maravilha. Por esse motivo, o trânsito de charretes e cavalos, descendo o Morro do Fama, em direção a uma pequena igreja congestionava a precária estrada. Mesmo com todo cuidado, os hábeis condutores de charretes não evitavam alguns acidentes com seus cavalos, que deslizavam no barro vermelho. O estado calamitoso era devido à chuva da madrugada e aos sulcos deixados pelo intenso tráfego de carros de boi no dia anterior, transportando leguminosas e hortaliças em direção ao centro de Paty do Alferes. Tudo estava quase intransitável

segunda-feira, 1 de maio de 2017

TEMPOS DE TRAIÇÃO POSUÍDOS POR AMBIÇÃO

Em tempos de disputa há alguém travando luta.

Alguns clãs se estabeleceram nesses continentes, tamanha era facilidade de ludibriar povos no terceiro mundo que não tinham conhecimento das suas riquezas naturais e potencialidades. Esse fato aguçou a cobiça de aventureiros exploradores sem escrúpulos, que usavam a bandeira do seu país de origem, como símbolo do poder e da força, para dominá-los e escravizá-los.
Todos esses continentes foram explorados por novos conquistadores, ávidos por riquezas, que impunham com seu poderio bélico uma política de domínio. Alguns impérios por séculos impuseram tratados nocivos a países de vários continentes, que não tinham como se opor ao poderio belicoso dessas nações, que delegavam poder a aventureiros que se aproveitam da passividade desses povos, obrigando os nativos a cederem seu território para exploração, sem os beneficiarem diretamente com as riquezas geradas por produção extrativista do seu solo, rico em jazidas de minérios, pedras preciosas, uma flora exuberante e fauna rica em espécies.
Por mais de um século, esse clã seria o foco da aventura e da história que mostra que algo repetitivo e perverso aconteceu com povos que não conseguiram se estabelecer como nações soberanas, e aos nativos dessa região restaram poucas alternativas..





de Maio de 1925
Acima de seus interesses estavam seus ideais. Chacon angariava simpatias dos mais humildes e despertava o ódio dois mais abastados, por defender os menos favorecidos e lutar por justiça. Era uma tentativa democrática de estabelecer uma alternativa para todos. Reivindicava melhorias nas condições precárias de vida do seu povo, a quem amava como amava sua esposa. Mercedes, principalmente por ser de origem indígena, sempre se colocava à frente das passeatas com seu filho no colo, tentando mostrar ao seu povo a afirmação da união que deveria prevalecer para governar o país. Ela tinha a convicção de que seu povo não poderia estar a mercê de um único clã que discriminava outras etnias que não fosse as suas.
A Frente Democrática Revolucionária de Talvegue, como era chamada pelos camponeses, era composta por membros que preferiam a luta armada para estabelecer a democracia. Chacon era pacifista e preferia outros métodos, reivindicava melhores salários para os trabalhadores do campo, que faziam greves nos canaviais, nas usinas de açúcar, reivindicando direitos trabalhistas, direito ao voto e educação para todos os camponeses. Chacon tentava organizar os camponeses em pequenos sindicato



quarta-feira, 19 de abril de 2017

JOGO SUJO CIDADE DO CRIME

No dia seguinte
O delegado Antunes Malone chega a um dos prédios mais suntuosos de Rosário,
que só perdia para a sede do Bank Imperial Chang. Todos os que passam em frente aos
dois prédios os chamam de As Duas Torres, até porque Rio de Rosário tinha a mania de
copiar os monumentos dos outros países. Contudo, a população não se referia às torres
de Nova York. A conotação era com as torres do filme O Senhor dos Anéis, como se
fossem as torres do mal.
A sede da Secretaria de Segurança de Rosário está localizada na Rua Amarelo
Imperial, nº 100, e sua construção é futurista e em granito preto importado da África
Central. Possui acabamentos interno e externo nos seus oitenta andares em blindex e
aço escovado. Os elevadores têm comando de voz e só funcionam com a leitura da
impressão digital.

Decoram o hall de entrada pinturas futuristas de artistas internacionais, versando
a temática das pinturas sobre a colonização do Universo pela raça humana. Há
televisores de led de sessenta polegadas 10K em todos os andares, onde se passam
filmes policiais noir como Pacto de Sangue (Billy Wilder), A Marca da
Maldade (Orson Welles), O Terceiro Homem (Carol Reed), Embriaguez do
Sucesso (Alexander Mackendrick), Relíquia Macabra (John Huston), O Mensageiro
do Diabo (Charles Laughton), Uma Rua Chamada Pecado (Elia Kazan),
Interlúdio (Alfred Hitchcock), Fúria Sanguinária (Raoul Walsh) e Pacto
Sinistro. Quase todos os filmes se referem aos anos das décadas de 1930, 1940 e 1950 e
são filmes escolhidos por recomendação do secretário, que é um aficionado do gênero.
Grafado em letras douradas, identifica-se o local.
Secretaria de Segurança de Rosário
A delegacia onde Malone trabalha é especializada em investigações a roubos de
obras de arte e está no centro da cidade, no bairro Amarelo. As investigações para
prender o chefe da quadrilha de roubos a obras de arte estava deixando o delegado de
cabelo em pé. Quanto mais Malone investigava, mais ele descobria pessoas importantes
dentro do esquema. Até os agentes da companhia de seguros estavam no esquema que
rendia milhões para a quadrilha. No mais, havia um esquema criminoso bem estruturado
e difícil de penetrar e tudo isso estava tirando o sono do delegado.
Antes de começar a trabalhar o delegado Malone sempre gosta de tomar
cafezinho, o qual está, quase sempre, frio. Folhear o jornal também faz parte do seu
ritual matinal, para saber como anda a cidade e principalmente no que diz respeito às
ações do governo na área da segurança. O delegado gosta especialmente dos cadernos
de eventos culturais e o de economia, pois seu círculo de amizades é formado por
intelectuais amigos da sua esposa.
A diretora do Museu de Arte Contemporânea da cidade de Rio de Rosário
felizmente não havia registrado nenhum roubo, isso talvez pelos valores baixos das
obras que não despertavam o interesse da quadrilha criminosa.

domingo, 16 de abril de 2017

JOGO SUJO CIDADE DO CRIME



Na contramão dos avanços de ordem científica e punitiva, a queda das desigualdades sociais – sendo ambos fatores apontados como responsáveis pelo progresso nos países – no hemisfério sul, na cidade de Rio de Rosário, vive-se à sombra do medo. Com o aumento dos derivados de petróleo no mundo, devido à Guerra do Oriente o contrabando de gasolina enriquecia a máfia do petróleo. O aumento da criminalidade abarrotava as prisões de criminosos, as quais explodiam em violência com a superlotação. Muitos prisioneiros amotinados degolavam seus rivais para poder reduzir a população carcerária, que sem dúvida extrapolava o limite da tolerância humana. Nas ruas havia um confronto diário que deixava rastros de sangue nas esquinas e nos guetos.
Como um estranho no ninho, porém, um homem ainda resiste às tentações e à cobiça do enriquecimento ilícito. Esse homem se chama Malone, um delegado aparentemente acuado pelo sistema corrupto de sua cidade. Sua ética não lhe permite fugir de seus ideais e ele sempre recorda uma frase de Che Guevara para definir suas atitudes: “Retroceder sim, render-se jamais”. Consciente do perigo, Malone tenta resolver por conta própria todos os desafios. Assim, ele precisa mais do que certo idealismo e mais do que a coragem para encarar de frente o crime organizado. Não bastam os ideais éticos, já que a situação requer mais astúcia e sangue-frio. Não estamos mais na época das retóricas e o tempo, logicamente, agora é outro. De igual sorte, jamais se deve confiar no sistema. Então, somente Malone sabe de suas determinações.
Muitos proeminentes cidadãos de Rio de Rosário se questionariam caso soubessem das intenções de Malone. As duas perguntas prováveis seriam estas: “Por que um delegado, bem-sucedido e no final de carreira, tem tais preocupações e seu conhecido pudor e idealismo com a ética? Por que ele coloca sua vida em risco quando mais fácil seria simplesmente aposentar-se e levar todas as suas condecorações por bons serviços prestados, usufruindo da natural tranquilidade do ócio sem os fantasmas dos inimigos seguindo seus passos?”.
Na atual conjuntura é quase incompreensível tal posicionamento, talvez sendo mais fácil entender suas convicções se pudéssemos invadir seu cérebro e penetrar nas entranhas dos seus pensamentos. Assim poderíamos saber como se forma um caráter e conhecer seus conceitos, sua forte chama ética e, consequentemente, seus princípios morais e suas virtudes. Mas ao agir com sua sabedoria, senso de justiça, coragem, moderação e lucidez, isso permite a Malone avaliar e concluir que sua luta é inglória contra os valores pervertidos.
Em suas reflexões ele chega à conclusão de que, nos dias atuais, a chama ética da virtude se perde no universo nebuloso em que vivemos. Entre a percepção da realidade e o universo ficcional inserido no cotidiano desta cidade, tudo é possível e pode-se  afirmar que o princípio básico da ética está em um conceito que foi  deixado de lado: a vergonha. Desprovidas dessa moral, as pessoas não se deixam formar conceitos éticos dentro de si e, sem tal excelência, não se deixam inserir nos princípios básicos de outras virtudes. Os sem-vergonha não têm medo do malfeito nem da cretinice e os indignados da cidade, enquanto isso, ficam perplexos e não entendem por que os sem-vergonha são tratados com certa benevolência e até são classificados carinhosamente por seus pares e por parte da sociedade educada de caras de pau – e muitas vezes considerados, pelos intelectuais analistas do comedimento humano, meros doentes mentais portadores de desvios de condutas.
Como diz o delegado Malone: “Já presenciei muitos bandidos, assassinos e corruptos praticarem barbaridades e mudarem sua personalidade na frente do juiz, usando artimanhas e se passando por loucos ou paraplégicos para escaparem de sentenças maiores”. Seja de que forma sejam considerados, fica no ar esse sentimento profundo e desagradável da depreciação do juízo e percebe-se nestas pessoas que a falta do sentimento do medo, relacionado ao receio da desonra, foi perdido.
Tal deplorável constatação deixa-nos atônitos e conclui-se que a chama ética se apagou.














domingo, 9 de abril de 2017

TEMPOS DE TRAIÇÃO POSSUÍDOS POR AMBIÇÃO

UM CONTRA TEMPO DENTRO DA HISTÓRIA.
Sinopse:
Tempos atrás, homens dignos, de ideais claros e objetivos, sucumbiram ao ousar defender e a amar um povo nativo que os acolhera com amor. Suas determinações por séculos os levaram a defender com galhardia esse mesmo povo de vários clãs e de novos exploradores ambiciosos, que visavam somente à exploração das suas riquezas naturais e espoliavam seus monumentos, seus tesouros históricos. Por séculos, esses clãs seguiram impondo um regime cruel nefasto, exterminador e escravocrata. A história não registra o nome desses homens idealistas em seus anais, para os historiadores eles não existiram, mas suas ideias germinaram, seus feitos não foram de bravura sanguinolenta ou heroísmo desvairado, e seus algozes os temiam por serem, semeadores de ideias. O último homem a tentar subverter tal ordem usou como arma seu espírito democrático e a perseverança. Mesmo perseguido, não mudou sua forma de luta.
Chacon era um homem pacífico, que adotara o lema da igualdade racial, da paz e da sabedoria para vencer seu inimigo ideológico e lutar contra seu próprio medo. Seus feitos são relatados por aqueles que viveram no seu tempo e leram seus manifestos, colados em muros, igrejas, bancos de espera de hospitais e de praças públicas. Os que compartilharam da sua luta de fé não se esqueceram jamais da sua determinação. Ele teve a coragem de desmistificar a histórias desses homens que se passavam por homens de bens, em nome de uma nova ordem mundial. Ao concluir seus estudos sobre a origem desses clãs, e sobre suas conquistas, ele deixou escrita sua teoria sobre eles, o que foi um alerta para os seus seguidores, e leais companheiros de luta;
-Desde os tempos remotos da civilização, alguns homens, com sua bravura e sabedoria, uniram aldeias e tornaram-se reis,  de vastas extensões de terras, criando um país. Expandiram seu reinado por vários continentes. Tornaram-se poderosos, criaram impérios de dimensões continentais. Para perpetuarem esses feitos históricos para eternidade, usaram povos, dominados por eles como mão de obra escrava, para construírem grandes monumentos em homenagem ás suas conquistas. Ao acumular grandes riquezas, se tornaram egoístas ambiciosos. Por ostentarem seus bens materiais, ornamentados em ouro e pedras preciosas, tornaram-se alvo da cobiça dos seus generais, de antes queridos e de outros povos. Com sua sabedoria ardilosa, souberam se defender contra intrigas e traições.
Por longo tempo, esses homens, vistos como heróis ou semideuses, delinearam o mapa do mundo comandando grandes exércitos, protegendo seu reinado dos agressores e se impondo como conquistadores. Constituíram famílias, criaram dinastias, ungiram herdeiros como deuses para substituí-los quando estivessem velhos para governar. Mas a cobiça entre seus herdeiros antecipava essas sucessões. Através de traições e possuídos pela cobiça, eliminavam todos aqueles que estivessem no seu caminho sucessório ao trono, inclusive o próprio rei, o seu próprio pai ou seu próprio irmão. Para sucedê-los, seriam capazes de envilecerem-se para atingir seus objetivos.
 Esses homens sem escrúpulos praticaram por décadas ardilosamente todo tido de traição. Chacon, líder dos camponeses de San José de Talvegue, alertava aos menos instruídos do povo nativo em seus discursos de esclarecimentos sobre seus deveres e seus valores, seus direitos legais e históricos; lutava por um povo que vivia pacificamente e que desconhecia a sua força. Eles foram excluídos desse processo por serem descendentes dos nativos que habitaram essas terras há milhares de anos. Eles desconheciam m que possuíam um legado, uma história milenar sobre aquele solo, sobreos verdadeiros donos das terras em que viviam.
Chacon por mais de uma década lutou contra a tirania de ocupação de um clã ambicioso. Ele mantinha as suas convicções de que para entender o presente, devemos pesquisar os anais da história para conhecer o legado e seus legatários.
A  forma como foram constituídos, idealizados e sacramentados em seus pergaminhos e seus monumentos foi relatado unicamente por seus escribas em seus livros e por toda a espécie de aventureiros que compartilharam esses momentos de conquista e povoaram regiões remotas deste planeta.
Chacon estudara com afinco a história o continente em que vivia e se tornara conhecedor de que, no passado não muito distante, certos clãs foram constituídos por esses aventureiros, que da mesma forma construíram grandes cidades, onde quase nada existia. Transformaram aldeias em países, e povos considerados primitivos, silvícolas, nômades foram domesticados, contra sua vontade os que tentavam resistir a essa nova ordem eram considerados transgressores das leis constituídas por eles,uma constituinte sem a participação dos nativos.Se reagiam contra os opressores em buscas de seus direitos, eram denominados como guerrilheiros, baderneiros. Quando escapavam das milícias, eram julgados a revelia e marginalizados. Conhecedores das fraquezas desses povos nativos, sabiamente catequizaram,doutrinaram, iludiram e escravizaram. Chacon conhecia as suas artimanhas e as suas pretensões expansionistas, sabia da sua capacidade de ludibria-los pois não tiveram as suas terras registradas nas leis, que os exploradores criaram para espoliá-los das suas riquezas e das suas terras- nunca houve na história desse povo a necessidade de tal lei.
Esse era o único e verdadeiro objetivo dos novos exploradores, que ao dominarem, para extinguir as aspirações dos povos, passariam a serem os únicos donos das terras.
Chacon dizia que ao conhecê-los melhor poderíamos reescrever a história, esse momento obscuro que vivemos e nos remete ao passado. De alguma forma, esses aventureiros nos fazem querer decifrar seus segredos, seus códigos de conduta, sua irmandade e os relatos dos seus feitos heróicos. Há no universo das pesquisas bons motivos.
Ao criar novos conceitos sobre as suas conquistas, descobriremos quem são os verdadeiros heróis da nossa história?Os que subjugam ou os subjugados? Podemos questionar sobre outros pontos de vista? Conhecer toda a espécie de homens que desbravaram essas terras desconhecidas, descobrindo novos mundos e novas civilizações, por séculos ajudaram seus sucessores a construir o seu próprio futuro e destruíram o presente de outros povos. Criaram histórias que foram escritas com sangue, por uma suposta bravura.
 Suas mentes maquiavélicas foram determinantes nesse processo de domínio, considerados por eles inteligência maior. Eles amaram, na mesma intensidade com que odiaram o seu semelhante, formando-se mestres em traições, em busca da riqueza e poder. Homens aventureiros, conquistadores, destemidos, ambiciosos, homens possuídos pela cobiça, almejam conquistar tudo que estiver ao seu alcance, não medem esforços para atingirem seus objetivos, comumente de forma ilícita. Para eles, o preço da traição só será pago com a morte dos oponentes, agem como se fossem juízes e carrascos, criam suas próprias leis para se protegerem e para justificarem seus atos de barbárie, estabelecem uma apartheid para manterem seu poder absoluto de conquista sobre os mais fracos, e dessa forma se enriquecem com bens alheio.
Através de rituais, manipulam seus seguidores, usam a força e o poder para subjugarem os mais fracos. Para eles, o dinheiro também compra o amor e sua suposta felicidade, mas quando matam por vingança e esquecem a sua origem, se perdem na sua busca incessante da riqueza e do poder. Mesmo que atinjam seus objetivos, soberbamente estarão possuídos pela cobiça. Praticam em rituais malignamente consolidados seus laços de fé obscura, que dão ênfase às suas iras, por sede de poder, e desgraçadamente negociam a sua alma. Talvez levem décadas para descobrirem que ao colocar a ambição acima de todas as coisas, suas conquistas não irão perdurar, e sua ruína não tardara.
Governantes oriundos de vários clãs, que se estabeleceram de forma obscura no poder por séculos, dizem que não se pode mudar a história já escrita e consolidada, que não há como mudar o destino de raças predestinadas a serem dominadas por outra raça supostamente superior, como se fosse o destino que estabelecera tal ordem ao universo da humanidade, e, portanto, se justificam, como se não houvesse injustiças cometidas por eles. Quando julgados, não sentem culpa pelos crimes praticados ao longo dos anos de opressão.e consideram que suas conquistas e suas riquezas tenham sido fruto da espoliação das riquezas desses povos. Não consideram crimes seus erros cometidos pela desumanidade, agem como bárbaros, déspotas, tiranos, ditadores e corruptos, que não podem reparar o passado para construir o
futuro, e devolver tudo que tiraram por séculos de povos oprimidos - como dignidade, perseverança e autoestima.

Mas sempre haverá homens como Chacon, que acreditam que se pode escrever uma nova história para o seu povo, fruto de uma luta democrática, de uma consciência plena sobre seus direitos universais, como seres iguais perante a lei, que um dia servirá para punir todos os tiranos, ditadores, corruptos. 

sexta-feira, 7 de abril de 2017


O MENINO QUE QUERIA VOAR

Nas asas da imaginação, nasce um desejo prematuro, presságio de novos tempos. Diz a lenda que, nesse lugar de origem de histórias e magias, nunca houve limites nem idade para determinados sonhos. Esses nasceram de forma inusitada e perduraram por décadas, mas somente para alguns nativos tornaram-se verdadeiros e concretos. Comprovadamente, muitos desejos e sonhos sobreviveram ao tempo, ganhando vida ao serem alimentados ao longo dos anos por realidade ou fantasia. Não importa a fonte e não existe maneira de proibi-los. Sonhos são enigmas que regem a natureza humana; eles brotam em turbilhões, renascem das cinzas e se tornam reais, transcendem a fantasia e, com o tempo, ganham asas, alçam voos. O menino era alimentado na rica fonte do imaginário popular e, principalmente, das muitas lembranças do passado de uma criança que muito cedo aprendera a voar. Esse rico cenário tem como referência a cidade onde o menino nasceu. Ele ouvia, com a curiosidade de quem necessitava reviver seu passado, as histórias da sua família e relatos de lendas e magia que eram compartilhados com seus irmãos em noites de chuva, quando se reuniam na pequena sala, onde todos se agrupavam em volta do rádio para ouvir o programa Teatro de Mistério da Rádio Nacional, nos anos cinquenta. Como habitualmente ocorria nessa época, faltava luz, quase sempre no melhor da dramaturgia. Era nesse momento oportuno, que seu irmão mais velho, o contador de contos de terror, com seu acervo de histórias da região surgia no escuro para contar seus “causos” da infância, repletos de mistérios.

TEMPOS DE TRAIÇÃO POSSUÍDOS POR AMBIÇÃO

sábado, 1 de abril de 2017

TUDO TEM SEU TEMPO 
TEMPO DE PENSAR
                                POIS NEM TUDO O VENTO LEVA, PARA DISPERSAR                                                                                                                                                                                                        





#FILHOS DO BEM FILHOS DO MAL#

FILHOS DO BEM FILHOS DO MAL. Vídeo Clipe! Criado por: João 07/04/2025 O mundo tem. Certos. Conceitos. Que precisam. Ser refeitos. ...