A
fonte
Bem antes de tomar
consciência da minha existência na vida, o meu mundo era incompreensível,
complexo e inconstante. E era nesse cotidiano em ebulição que eu me via como um
ser vivendo preso em um quadro abstrato de cores fortes e pinceladas confusas e
de difícil compreensão. Mas, com o passar do tempo, a arte da vida criou
movimentos de expressões mais claras aos olhos de um observador atento ao seu
cotidiano turvo e inexorável. Foi
somente ao longo dos anos que esse labirinto de cores fortes e desconexas foi se
dissipando e se revelando. Com o tempo descortinei que havia outro universo
paralelo à minha espera, pois nada havia mudado nesse contexto existencial. O
diferencial entre esses dois universos estava na mudança do meu modo de
interagir, de ver e de pensar. Foi nesse ponto crucial que passei a sentir e
compreender em minha mente de jovem, ainda imaturo, que essa era a realidade do
mundo em que vivia. E foram esses mesmos borrões de cores e linhas,
supostamente confusas, que, ao invés de me consumirem, se tornaram a minha
fonte de experiências, me permitindo a formação de conceitos e alimentando o
mote de possíveis inspirações.
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