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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

O MENINO QUE QUERIA VOAR

Os contadores de história ficavam envolvidos pelo público, ávido por novas fábulas. Eles se acotovelavam por um lugar na roda que se formava pela plateia, em volta dos ilustres membros notívagos, sentados em número de doze, em uma grande mesa de madeira rústica. Como se fossem os cavaleiros da Távola Redonda, os prosadores permaneciam por horas a fio degustando linguiça, torresmos e chouriços, regados à cana-caiana e pinga da roça. A plateia não arredava o pé, hipnotizada pelos relatos mirabolantes. Envaidecidos, eles seguiam entusiasmados, contando suas fábulas e supostas falácias.









             
        Zé Queiroga gostava de narrar a sua experiência com os espíritos dos escravos da fazenda Maravilha que, durante um século, guardaram potes de ferro repletos de pepitas de ouro encontradas nos rios da região. Os escravos as escondiam dos seus senhores, engolindo-as. Posteriormente, eles as defecavam em caldeirões de ferro e as enterravam nos arredores da senzala, pensando, um dia, poder usar a riqueza camuflada junto aos seus dejetos secos para comprarem sua liberdade.

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