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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

domingo, 9 de abril de 2017

TEMPOS DE TRAIÇÃO POSSUÍDOS POR AMBIÇÃO

UM CONTRA TEMPO DENTRO DA HISTÓRIA.
Sinopse:
Tempos atrás, homens dignos, de ideais claros e objetivos, sucumbiram ao ousar defender e a amar um povo nativo que os acolhera com amor. Suas determinações por séculos os levaram a defender com galhardia esse mesmo povo de vários clãs e de novos exploradores ambiciosos, que visavam somente à exploração das suas riquezas naturais e espoliavam seus monumentos, seus tesouros históricos. Por séculos, esses clãs seguiram impondo um regime cruel nefasto, exterminador e escravocrata. A história não registra o nome desses homens idealistas em seus anais, para os historiadores eles não existiram, mas suas ideias germinaram, seus feitos não foram de bravura sanguinolenta ou heroísmo desvairado, e seus algozes os temiam por serem, semeadores de ideias. O último homem a tentar subverter tal ordem usou como arma seu espírito democrático e a perseverança. Mesmo perseguido, não mudou sua forma de luta.
Chacon era um homem pacífico, que adotara o lema da igualdade racial, da paz e da sabedoria para vencer seu inimigo ideológico e lutar contra seu próprio medo. Seus feitos são relatados por aqueles que viveram no seu tempo e leram seus manifestos, colados em muros, igrejas, bancos de espera de hospitais e de praças públicas. Os que compartilharam da sua luta de fé não se esqueceram jamais da sua determinação. Ele teve a coragem de desmistificar a histórias desses homens que se passavam por homens de bens, em nome de uma nova ordem mundial. Ao concluir seus estudos sobre a origem desses clãs, e sobre suas conquistas, ele deixou escrita sua teoria sobre eles, o que foi um alerta para os seus seguidores, e leais companheiros de luta;
-Desde os tempos remotos da civilização, alguns homens, com sua bravura e sabedoria, uniram aldeias e tornaram-se reis,  de vastas extensões de terras, criando um país. Expandiram seu reinado por vários continentes. Tornaram-se poderosos, criaram impérios de dimensões continentais. Para perpetuarem esses feitos históricos para eternidade, usaram povos, dominados por eles como mão de obra escrava, para construírem grandes monumentos em homenagem ás suas conquistas. Ao acumular grandes riquezas, se tornaram egoístas ambiciosos. Por ostentarem seus bens materiais, ornamentados em ouro e pedras preciosas, tornaram-se alvo da cobiça dos seus generais, de antes queridos e de outros povos. Com sua sabedoria ardilosa, souberam se defender contra intrigas e traições.
Por longo tempo, esses homens, vistos como heróis ou semideuses, delinearam o mapa do mundo comandando grandes exércitos, protegendo seu reinado dos agressores e se impondo como conquistadores. Constituíram famílias, criaram dinastias, ungiram herdeiros como deuses para substituí-los quando estivessem velhos para governar. Mas a cobiça entre seus herdeiros antecipava essas sucessões. Através de traições e possuídos pela cobiça, eliminavam todos aqueles que estivessem no seu caminho sucessório ao trono, inclusive o próprio rei, o seu próprio pai ou seu próprio irmão. Para sucedê-los, seriam capazes de envilecerem-se para atingir seus objetivos.
 Esses homens sem escrúpulos praticaram por décadas ardilosamente todo tido de traição. Chacon, líder dos camponeses de San José de Talvegue, alertava aos menos instruídos do povo nativo em seus discursos de esclarecimentos sobre seus deveres e seus valores, seus direitos legais e históricos; lutava por um povo que vivia pacificamente e que desconhecia a sua força. Eles foram excluídos desse processo por serem descendentes dos nativos que habitaram essas terras há milhares de anos. Eles desconheciam m que possuíam um legado, uma história milenar sobre aquele solo, sobreos verdadeiros donos das terras em que viviam.
Chacon por mais de uma década lutou contra a tirania de ocupação de um clã ambicioso. Ele mantinha as suas convicções de que para entender o presente, devemos pesquisar os anais da história para conhecer o legado e seus legatários.
A  forma como foram constituídos, idealizados e sacramentados em seus pergaminhos e seus monumentos foi relatado unicamente por seus escribas em seus livros e por toda a espécie de aventureiros que compartilharam esses momentos de conquista e povoaram regiões remotas deste planeta.
Chacon estudara com afinco a história o continente em que vivia e se tornara conhecedor de que, no passado não muito distante, certos clãs foram constituídos por esses aventureiros, que da mesma forma construíram grandes cidades, onde quase nada existia. Transformaram aldeias em países, e povos considerados primitivos, silvícolas, nômades foram domesticados, contra sua vontade os que tentavam resistir a essa nova ordem eram considerados transgressores das leis constituídas por eles,uma constituinte sem a participação dos nativos.Se reagiam contra os opressores em buscas de seus direitos, eram denominados como guerrilheiros, baderneiros. Quando escapavam das milícias, eram julgados a revelia e marginalizados. Conhecedores das fraquezas desses povos nativos, sabiamente catequizaram,doutrinaram, iludiram e escravizaram. Chacon conhecia as suas artimanhas e as suas pretensões expansionistas, sabia da sua capacidade de ludibria-los pois não tiveram as suas terras registradas nas leis, que os exploradores criaram para espoliá-los das suas riquezas e das suas terras- nunca houve na história desse povo a necessidade de tal lei.
Esse era o único e verdadeiro objetivo dos novos exploradores, que ao dominarem, para extinguir as aspirações dos povos, passariam a serem os únicos donos das terras.
Chacon dizia que ao conhecê-los melhor poderíamos reescrever a história, esse momento obscuro que vivemos e nos remete ao passado. De alguma forma, esses aventureiros nos fazem querer decifrar seus segredos, seus códigos de conduta, sua irmandade e os relatos dos seus feitos heróicos. Há no universo das pesquisas bons motivos.
Ao criar novos conceitos sobre as suas conquistas, descobriremos quem são os verdadeiros heróis da nossa história?Os que subjugam ou os subjugados? Podemos questionar sobre outros pontos de vista? Conhecer toda a espécie de homens que desbravaram essas terras desconhecidas, descobrindo novos mundos e novas civilizações, por séculos ajudaram seus sucessores a construir o seu próprio futuro e destruíram o presente de outros povos. Criaram histórias que foram escritas com sangue, por uma suposta bravura.
 Suas mentes maquiavélicas foram determinantes nesse processo de domínio, considerados por eles inteligência maior. Eles amaram, na mesma intensidade com que odiaram o seu semelhante, formando-se mestres em traições, em busca da riqueza e poder. Homens aventureiros, conquistadores, destemidos, ambiciosos, homens possuídos pela cobiça, almejam conquistar tudo que estiver ao seu alcance, não medem esforços para atingirem seus objetivos, comumente de forma ilícita. Para eles, o preço da traição só será pago com a morte dos oponentes, agem como se fossem juízes e carrascos, criam suas próprias leis para se protegerem e para justificarem seus atos de barbárie, estabelecem uma apartheid para manterem seu poder absoluto de conquista sobre os mais fracos, e dessa forma se enriquecem com bens alheio.
Através de rituais, manipulam seus seguidores, usam a força e o poder para subjugarem os mais fracos. Para eles, o dinheiro também compra o amor e sua suposta felicidade, mas quando matam por vingança e esquecem a sua origem, se perdem na sua busca incessante da riqueza e do poder. Mesmo que atinjam seus objetivos, soberbamente estarão possuídos pela cobiça. Praticam em rituais malignamente consolidados seus laços de fé obscura, que dão ênfase às suas iras, por sede de poder, e desgraçadamente negociam a sua alma. Talvez levem décadas para descobrirem que ao colocar a ambição acima de todas as coisas, suas conquistas não irão perdurar, e sua ruína não tardara.
Governantes oriundos de vários clãs, que se estabeleceram de forma obscura no poder por séculos, dizem que não se pode mudar a história já escrita e consolidada, que não há como mudar o destino de raças predestinadas a serem dominadas por outra raça supostamente superior, como se fosse o destino que estabelecera tal ordem ao universo da humanidade, e, portanto, se justificam, como se não houvesse injustiças cometidas por eles. Quando julgados, não sentem culpa pelos crimes praticados ao longo dos anos de opressão.e consideram que suas conquistas e suas riquezas tenham sido fruto da espoliação das riquezas desses povos. Não consideram crimes seus erros cometidos pela desumanidade, agem como bárbaros, déspotas, tiranos, ditadores e corruptos, que não podem reparar o passado para construir o
futuro, e devolver tudo que tiraram por séculos de povos oprimidos - como dignidade, perseverança e autoestima.

Mas sempre haverá homens como Chacon, que acreditam que se pode escrever uma nova história para o seu povo, fruto de uma luta democrática, de uma consciência plena sobre seus direitos universais, como seres iguais perante a lei, que um dia servirá para punir todos os tiranos, ditadores, corruptos. 

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