Lembrei de você quando li esta citação de "Jogo Sujo: Cidade do Crime" de João MC Jr. -
". Somente com a participação de pessoas responsáveis por esta área os assaltos poderiam ser bem-sucedidos. Esse era seu ponto de vista e não podia externá-lo naquele momento. Por ironia do destino, o delegado também tinha certeza de que tais problemas estavam relacionados ao passado da cidade. Rio de Rosário teve uma de suas primeiras favelas originada logo após a libertação dos escravos, que logicamente não tinham para onde ir e formaram esses aglomerados de gente. Não receberam nenhum amparo na época para tocar suas vidas e, sem perspectivas nem ensino, ficaram entregues à própria sorte. Ademais, outras aglomerações surgiram por ocupação de soldados que não tinham moradias quando voltaram da guerra e se estabeleceram no morro, formando uma cabeça de porco ou cortiço como eram chamados naquela época. Em 1893 o prefeito demoliu os cortiços, mas deixou que os moradores levassem os restos de madeira da demolição para que fizessem barracos em lugares distantes do centro da cidade. Com tal atitude tomada no século XIX, já se mostrava que tipo de governante Rio de Rosário teria dali pra frente. De uma favela para mil favelas bastou somente um século. Hoje, em pleno ano de 2025, a polícia tenta recuperar do tráfico o domínio dos territórios abandonados por mais de um século. Era isso o que o delegado constatava naquele momento e que muito o preocupava. O trafico nas áreas carentes localizadas perto do bairro Azul atuava de forma discreta, mas nem na zona sul da cidade a violência estava sob controle. O número de assaltos a condomínios, a bares e a turistas só aumentava e isso fazia com que os bandidos mudassem só de endereço, mas o crime era igualmente perpetrado. Do ponto de vista do delegado, o que houve, na realidade, foi o deslocamento estratégico deste tipo de criminoso para a periferia, que hoje se encontra dominada pelo tráfico e relegada ao segundo plano do governo. O bairro Marrom havia se transformado no local perfeito para vários tipos de criminosos se agruparem, e ali, reunidos, eles se sentiam protegidos. Depois de restabelecida a ordem em alguns morros os moradores estavam sendo tratados quase como cidadão rio-rosarianos, mas havia um preço a pagar e eles tiveram de saldá-lo mediante serviços antes subsidiados e gratuitos. Impostos que nunca foram cobrados, por exemplo, passaram a ser. E os moradores que não conseguiam pagá-los tinham, com o tempo, seu imóvel penhorado pela prefeitura. Isso fez com que o custo de vida ficasse muito elevado, levando os moradores ao desespero. Como suas rendas não aumentavam, eles passaram a vender seus imóveis para investidores obscuros e isso deu chance ao governo de praticar seu plano de remoção. Alguma oferta irrecusável era feita então aos moradores, que, além dos impostos, também estavam endividados por serviços como os de internet, banda larga e tevê a cabo. E, com outra de suas ideias utópicas, o governo lançou títulos de capitalização com o intuito de angariar fundos e financiou a expansão imobiliária. Foram feitas ofertas de compra de casas a preços três vezes acima do valor de mercado mais o perdão das dívidas em troca de apartamentos no bairro Marrom. Os moradores não resistiram à oferta tentadora e a aceitaram, já que, além de ganharem um bom apartamento, eles ficariam, como prometia o governo, com algum dinheiro na mão. Contudo, por trás da oferta tentadora estava a máfia disfarçada de investidores imobiliários de grupos estrangeiros. O governo dava seu aval a esses grupos e fingia desconhecer a origem do dinheiro, pois ganharia muito com os impostos depois que os morros da zona sul fossem transformados em condomínios de luxo."
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#ESCRITOR#João MC.jr Arte e Vida# São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02)KindleJoão Manoel da Costa Junior. Edição do Kindle.
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