À noite.
Ao chegar em casa, Malone encontra Olga na sala lendo um livro com um título sugestivo: A Arte de Vencer o Medo. – Que título sugestivo, querida! Quem é o autor? – O livro é de um autor novo, Malone. Ele narra a experiência de adaptação numa cidade violenta, após sair do interior do país e vir para a capital tentar vencer o medo do mundo urbano. Para conquistar seu espaço como escritor, ele pretende terminar o livro sobre a vida de um policial infiltrado no mundo da máfia que tem de frequentar lugares perigosos, assim como seu personagem. Naquela hora, comunicar à esposa a sua transferência para a Delegacia de Roubos a Bancos passou a ser um desafio. O livro que Olga lia parecia mais um presságio na vida do delegado. Malone dá um tempo e caminha ao banheiro pensativo e, cantarolando uma música em italiano, ele toma banho. Olga tira a lasanha de vegetais do formo, a preferida de Malone, arruma a salada com um quiche de aipo e diz: – Querido, vê se para de imitar o Pavarotti porque o jantar vai esfriar. O jantar já está na mesa! – grita a esposa. Malone se senta à mesa e diz para Olga: – Que cheirinho bom, Olga, é receita da Magela? – Não se iluda, essa daí é comprada mesmo, a única diferença é que é importada, meu carcamano. O delegado sorri e responde: – Mesmo assim foi uma boa escolha. Por alguns minutos, Malone parece sair do ar e come calado. Olga percebe que não é o comportamento habitual do esposo e pergunta: – O que você quer me contar? Pode falar, querido. Nada mais me assusta neste país. O que roubaram desta vez? O retrato do governador pintado por Van Gogh no gabinete do Palácio Laranja? – dispara ironicamente Olga, para descontrair e não pensar que poderia ser algo pior
Ao chegar em casa, Malone encontra Olga na sala lendo um livro com um título sugestivo: A Arte de Vencer o Medo. – Que título sugestivo, querida! Quem é o autor? – O livro é de um autor novo, Malone. Ele narra a experiência de adaptação numa cidade violenta, após sair do interior do país e vir para a capital tentar vencer o medo do mundo urbano. Para conquistar seu espaço como escritor, ele pretende terminar o livro sobre a vida de um policial infiltrado no mundo da máfia que tem de frequentar lugares perigosos, assim como seu personagem. Naquela hora, comunicar à esposa a sua transferência para a Delegacia de Roubos a Bancos passou a ser um desafio. O livro que Olga lia parecia mais um presságio na vida do delegado. Malone dá um tempo e caminha ao banheiro pensativo e, cantarolando uma música em italiano, ele toma banho. Olga tira a lasanha de vegetais do formo, a preferida de Malone, arruma a salada com um quiche de aipo e diz: – Querido, vê se para de imitar o Pavarotti porque o jantar vai esfriar. O jantar já está na mesa! – grita a esposa. Malone se senta à mesa e diz para Olga: – Que cheirinho bom, Olga, é receita da Magela? – Não se iluda, essa daí é comprada mesmo, a única diferença é que é importada, meu carcamano. O delegado sorri e responde: – Mesmo assim foi uma boa escolha. Por alguns minutos, Malone parece sair do ar e come calado. Olga percebe que não é o comportamento habitual do esposo e pergunta: – O que você quer me contar? Pode falar, querido. Nada mais me assusta neste país. O que roubaram desta vez? O retrato do governador pintado por Van Gogh no gabinete do Palácio Laranja? – dispara ironicamente Olga, para descontrair e não pensar que poderia ser algo pior
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