Maravilha. Cada prosador no
seu tempo tinha o direito de expor suas aventuras e Prosas sem interferência alheia,
pois haviam estabelecido um código de crendice entre eles, que se perpetuou desde o tempo do império, com o aval
auspicioso do João Gouvêa. Este creditava o sucesso das vendas do seu armazém à
magia do lugar. Os contadores de história ficavam envolvidos pelo público ávido
por novas fábulas. Eles se acotovelavam por um lugar na roda que se formava
pela plateia, em volta dos ilustres membros noctívagos, sentados em número de
doze, em uma grande mesa de madeira rústica. Como se fossem os cavaleiros da Távola
Redonda, os prosadores permaneciam por
horas a fio degustando linguiça torresmos, e chouriços, regados à cana-caiana e
pinga da roça. A plateia não arredava o pé do lugar, hipnotizado pelos relatos
mirabolantes. Envaidecidos, eles seguiam entusiasmados, contando suas fábulas e
suposta falácias e aventura. Zé Queiroga gostava de narrar a sua experiência
com os espíritos dos escravos da fazenda Maravilha, que durante um século
guardaram potes de ferro repletos de pepitas de ouro que eles achavam nos rios
da região e escondiam dos seus senhores engolindo-as. Posteriormente, eles as
defecavam em caldeirões de ferro e enterravam nos arredores da senzala,
pensando um dia poder usar a riqueza camuflada junto aos seus dejetos secos
para comprarem sua liberdade. No entanto, como a abolição chegou antes, eles
não puderam usar as pepitas, pois seriam acusados de roubo e voltariam para a
senzala. Sabiamente, eles mantiveram segredo por um século, e os caldeirões de
pepitas posteriormente passaram a ser protegidos por guardiões do além. Contava
Zé Queiroga com sua voz de trovão depois desta explanação.
Contou que, num belo dia, estava arando a terra da sua propriedade no final da
tarde, e tocou a enxada em uma borda de metal, que tilintou como um sino da
igreja local. Agachado, limpou as bordas, pensando ter achado um sino da corroa
imperial, como tantos outros perdidos na estrada do coqueiral, mas, para sua
surpresa, ao terminar a escavação, deparou-se com um caldeirão de ferro,
repleto de pepitas de ouro
#ESCRITOR#João MC.jr Arte e Vida# São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02)KindleJoão Manoel da Costa Junior. Edição do Kindle.
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- São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.
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