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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Trapaças do Destino Causa e Efeito

Trapaças do Destino
Causa e Efeito
Marcos tinha o dom da palavra. Sabia convencer
a todos da sua importância à frente das empresas, e algo que
ele aprendera com seu pai era ser otimista sempre, confiar em
si mesmo, pois ele já tinha passado outros momentos difíceis, mas mantinha uma boa posição ranking das empresas  no mercado de carnes e derivados, suas ações estavam na bolsa
de Nova York e subiam todos os dias, impulsionadas pelo
bom momento do mercado externo. Essa era a razão da sua força, ter superado uma crise,
como uma quase falência. Por isso tinha planejado em curto
prazo essa mudança na empresa. E por isso foi possível, com
sua habilidade, fazer uma grande reestruturação, a maior
daqueles últimos anos posta em prática. Com os resultados
positivos, as empresas iam de vento em popa como o jargão
do mercado, ou seja, já era a terceira empresa do seu seguimento e vivia.
Era  um momento excepcional na vida de Marcos Albuquerque Fernandes sua esposa Anne, para ele, era seu porto seguro, pois tratava-se de uma mulher inteligente que não interferia nas suas ideias.



TRECHOS DE TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO






 Elena o apoiava Jose e o estimulava e só o alertava sutilmente
Ela não gostaria de pensar que passaria a mesma angústia que passara com seu esposo até os dias de hoje, apesar de controlado. Osvaldo pensava ter mantido segredo e escondido de José o seu vício, mas tinha
suas recaídas, e ele não deixara totalmente o vício. Aquilo ainda o atrapalhava na profissão, sendo preterido nas promoções no hospital, em razão do vício.
Às vezes, descuidava-se e deixava a droga no banheiro, e a esposa já imaginara que
José poderia ter descoberto exatamente em umas daquelas ocasiões.
Depois de muito analisar aquela situação, ela resolveu chamar o
marido para uma conversa. Seus argumentos eram válidos. O
destino do menino poderia estar em risco, principalmente pela
profissão que escolhera, de roqueiro, o que provavelmente o
colocaria cada vez mais perto do perigoso vício e outras drogas
mais pesados poderiam surgir na sua vida. Nesse momento,
os jovens estavam em busca de liberdade, amor livre e
experimentos. Essa era a tônica do momento entre eles, mas seu pai, Osvaldo, achava tudo uma grande onda passageira, e ele não seria mais um viciado.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

Trapaças do Destino
Causa e Efeito.

O carro parou enfrente ao cinema Odeon, que exibia o filme 007
contra o Fantástico Dr. No. A porta do carro se abriu e uma
jovem foi empurrada para fora dele. Ela saiu tropeçando
na mala que fora jogada logo a seguir sobre ela e quase se
chocou com a foto do ator Sean Connery no cartaz que estava
emoldurado na vitrine do cinema com cara de agente secreto
e conquistador, mas “com licença para matar empunhando
sua arma em uma praia paradisíaca”. A jovem estava vestindo
uma saia plissada e blusa de cetim amarela, roupas simples,
mas de boa aparência, largada como um traste às 5 horas
da manhã no centro do Rio de Janeiro com uma pequena
mala de viagem surrada. Percebia-se que ela não tinha noção
de onde estava, pois olhava em todas as direções e não saía
do lugar. Na sua mão, uma nota de dez cruzeiros amassada
parecia ser seu único valor monetário. Por um bom tempo,
ela permaneceu inerte e não se dirigiu a nenhum passante
para pedir qualquer informação, demostrando não ter rumo.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O MENINO QUE QUERIA VOAR

Diz a lenda dos contadores de histórias e dos que afirmam terem vivenciado tais experiências supostamente alienígenas que, nas
noites de lua quarto crescente, na estrada para Coqueiral,
bolas de luzes surgiam do nada e perseguiam cavalheiros
solitários na madrugada, e, depois de paralisá-los sob seus feixes de luz, os sequestravam por dias ou horas,

deixando seus familiares em desatino. Na manhã seguinte,

seus filhos e mulheres deixavam de ir trabalhar
nas lavouras e saíam em pequenos grupos, procurando por eles nos varzeiros e nos riachos, acreditando que eles poderiam ter caído dos seus cavalos assustados pelo sobrenatural que rondava a região, ou devorados por alguma fera faminta na madrugada. 
Mas, para a felicidade das famílias, a maiorias deles sempre surgia dos encontros misteriosamente atordoados no meio das lavouras de café, que apresentavam no solo sinais estranhos
e enigmáticos. Eles eram reintroduzidos após esses
encontros seminus com suas roupas chamuscados e
descalços, e na pele lanhos profundos apresentavam
brilhos metálicos e pegajoso, e transparente como o do
mineral malacacheta encontrado a poucos metros dali na
beira do riacho, onde brotavam o junco e a tabatinga.
Porém, seus chapéus permaneciam misteriosamente em
suas cabeças. Em estado de turbidez, eles pareciam
acometidos de um sono profundo, pois permaneciam
deitados de bruços e pálidos, como se estivessem mortos
durante a madrugada.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

O MENINO QUE QUERIA VOAR

TRECHOS DO LIVRO.
O MENINO 
      QUE 
QUERIA VOAR

Vaidoso, ele gostava de ouvir os elogios dos parentes e membros da igreja à sua voz forte e afinada. Logo após o encerramento das pregações do seu tio Margarino, que dava ênfase ao pecado da gula do vício, e das mentiras que levaria o homem à ruína, ele pegava seu cavalo tinhoso e ia para o armazém do João Gouvêa, situado a menos de um quilômetro dali. Sua esposa, que todos chamavam de Dona Cândida, tinha as feições de uma pessoa bem mais jovem. Apesar dos seus quarenta anos, nove filhos e toda a dureza da vida, tinham seus cabelos negros, pele morena, sem nenhuma marca da vida dura que levava no campo, e duas lindas tranças grossas sobre os ombros, herança do seu sangue indígena. Transbordava alegria por estar servindo a este propósito. Seu vestido, com motivos florais confeccionados por ela, a deixava em sintonia com a natureza ao redor, e por hábito usava um véu branco, presente da sua sogra de origem [luso-alemã, casada com Messias, seu sogro, o artesão de colchões de origem cabocla]. Ela o mantinha cobrindo sua cabeça enquanto permanecesse no templo. Estava grávida de nove meses, e acompanhada por seus três filhos mais novos. Como fazia todos os domingos, ela repartiria entre os membros presentes o bolo de fubá e o café com leite que ainda se mantinha quente dentro de bules de ágata sobre o fogão a lenha na pequena e bem arrumada cozinha nos fundos da igreja. Os bolos de fubá ainda exalavam o cheirinho da erva doce, que perfumava o ambiente, deixando todos salivando, enquanto dona Candida orava, agradecendo o alimento que estava sobre uma mesa de Jacarandá, os bolos e pães estavam coberto por guardanapos de linho bege bordados com o tema que ela mais gostava: as flores Maravilha

terça-feira, 16 de setembro de 2014

O MENINO QUE QUERIA VOAR.

Um livro vai para além de um objeto. É um encontro entre duas pessoas
através da palavra escrita. É esse encontro entre autores e leitores que a
Chiado Editora procura todos os dias, trabalhando cada livro com a dedicação
de uma obra única e derradeira, seguindo a máxima pessoana “põe tudo
quanto és no mínimo que fazes”. Queremos que este livro seja um desafio
para si. O nosso desafio é merecer que este livro faça parte da sua vida.
chiadoeditora.com
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                                                                    Maravilha poderia ter sido um lugar comum, como
tantos outros situados na região serrana do Rio de
       Janeiro, se não tivesse proporcionado histórias incomuns
para aqueles que vivenciaram seus momentos mais
 derradeiros, desde a sua fundação aos dias em que se
    passaram esses fatos, inumeráveis e comprovadamente
extraordinários.
Tais fatos foram protagonizados por seus moradores
e eram perpetuados nas lembranças dos prosadores,
noctívagos e contadores de histórias desse passado
                                                                      inusitado.                                                                                                                                                        O MENINO                                                                                                       QUE
                                                                          QUERIA VOAR

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO.






Completavam a euforia das ruas foliões embriagados pelo som das bandas formado por multidões embalados com os Blocos de sujos
que tomavam conta das ruas da lapa. Nessa grande onda
humana eufórica, a pobre jovem não tinha motivos para
tamanha alegria e tentava caminhar comprimida entre eles,
tentando desvencilhar-se para poder descansar na Praça
Paris, onde provavelmente encontraria o amigo jardineiro
para conversar, a água do chafariz para beber e um banco da
praça desocupado para poder dormir. Mas, antes de atingir
seu objetivo, teria de vencer o cordão do bola preta e um
chuva de confetes entre colombinas e pierrôs. Depois dessa
batalha campal contra o festejo local, seguiu em frente para
atingir seu tão sonhado descanso. Finalmente como em um
sonho, na manhã seguinte, ela acordou com o jardineiro
cuidando dos seus afazeres e assoviando um trecho da música
“Manhã de carnaval”: “Manhã tão bonita manhã a vida e
uma eterna canção” de Luis Bonfá e Antônio Maria. A jovem
acordou feliz com o que ouvia, sorriu para o jardineiro, que
lhe desejou um bom dia com um sorriso largo, mas não lhe
pareceu correto continuar dormindo enquanto ele trabalhava.
Preocupada por estar dormindo na praça até às 8 horas da
manhã, ela se apressou em levantar-se, mas foi contida pelo
jardineiro, que lhe disse para não se preocupar, pois não estava
a atrapalhando. Ele procurou acalmá-la, e mostrou interesse
pela jovem grávida, pensando em ajudá-la.