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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

O MENINO QUE QUERIA VOAR

TRECHOS DO LIVRO.
O MENINO 
      QUE 
QUERIA VOAR

Vaidoso, ele gostava de ouvir os elogios dos parentes e membros da igreja à sua voz forte e afinada. Logo após o encerramento das pregações do seu tio Margarino, que dava ênfase ao pecado da gula do vício, e das mentiras que levaria o homem à ruína, ele pegava seu cavalo tinhoso e ia para o armazém do João Gouvêa, situado a menos de um quilômetro dali. Sua esposa, que todos chamavam de Dona Cândida, tinha as feições de uma pessoa bem mais jovem. Apesar dos seus quarenta anos, nove filhos e toda a dureza da vida, tinham seus cabelos negros, pele morena, sem nenhuma marca da vida dura que levava no campo, e duas lindas tranças grossas sobre os ombros, herança do seu sangue indígena. Transbordava alegria por estar servindo a este propósito. Seu vestido, com motivos florais confeccionados por ela, a deixava em sintonia com a natureza ao redor, e por hábito usava um véu branco, presente da sua sogra de origem [luso-alemã, casada com Messias, seu sogro, o artesão de colchões de origem cabocla]. Ela o mantinha cobrindo sua cabeça enquanto permanecesse no templo. Estava grávida de nove meses, e acompanhada por seus três filhos mais novos. Como fazia todos os domingos, ela repartiria entre os membros presentes o bolo de fubá e o café com leite que ainda se mantinha quente dentro de bules de ágata sobre o fogão a lenha na pequena e bem arrumada cozinha nos fundos da igreja. Os bolos de fubá ainda exalavam o cheirinho da erva doce, que perfumava o ambiente, deixando todos salivando, enquanto dona Candida orava, agradecendo o alimento que estava sobre uma mesa de Jacarandá, os bolos e pães estavam coberto por guardanapos de linho bege bordados com o tema que ela mais gostava: as flores Maravilha

terça-feira, 16 de setembro de 2014

O MENINO QUE QUERIA VOAR.

Um livro vai para além de um objeto. É um encontro entre duas pessoas
através da palavra escrita. É esse encontro entre autores e leitores que a
Chiado Editora procura todos os dias, trabalhando cada livro com a dedicação
de uma obra única e derradeira, seguindo a máxima pessoana “põe tudo
quanto és no mínimo que fazes”. Queremos que este livro seja um desafio
para si. O nosso desafio é merecer que este livro faça parte da sua vida.
chiadoeditora.com
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                                                                    Maravilha poderia ter sido um lugar comum, como
tantos outros situados na região serrana do Rio de
       Janeiro, se não tivesse proporcionado histórias incomuns
para aqueles que vivenciaram seus momentos mais
 derradeiros, desde a sua fundação aos dias em que se
    passaram esses fatos, inumeráveis e comprovadamente
extraordinários.
Tais fatos foram protagonizados por seus moradores
e eram perpetuados nas lembranças dos prosadores,
noctívagos e contadores de histórias desse passado
                                                                      inusitado.                                                                                                                                                        O MENINO                                                                                                       QUE
                                                                          QUERIA VOAR

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO.






Completavam a euforia das ruas foliões embriagados pelo som das bandas formado por multidões embalados com os Blocos de sujos
que tomavam conta das ruas da lapa. Nessa grande onda
humana eufórica, a pobre jovem não tinha motivos para
tamanha alegria e tentava caminhar comprimida entre eles,
tentando desvencilhar-se para poder descansar na Praça
Paris, onde provavelmente encontraria o amigo jardineiro
para conversar, a água do chafariz para beber e um banco da
praça desocupado para poder dormir. Mas, antes de atingir
seu objetivo, teria de vencer o cordão do bola preta e um
chuva de confetes entre colombinas e pierrôs. Depois dessa
batalha campal contra o festejo local, seguiu em frente para
atingir seu tão sonhado descanso. Finalmente como em um
sonho, na manhã seguinte, ela acordou com o jardineiro
cuidando dos seus afazeres e assoviando um trecho da música
“Manhã de carnaval”: “Manhã tão bonita manhã a vida e
uma eterna canção” de Luis Bonfá e Antônio Maria. A jovem
acordou feliz com o que ouvia, sorriu para o jardineiro, que
lhe desejou um bom dia com um sorriso largo, mas não lhe
pareceu correto continuar dormindo enquanto ele trabalhava.
Preocupada por estar dormindo na praça até às 8 horas da
manhã, ela se apressou em levantar-se, mas foi contida pelo
jardineiro, que lhe disse para não se preocupar, pois não estava
a atrapalhando. Ele procurou acalmá-la, e mostrou interesse
pela jovem grávida, pensando em ajudá-la.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O GRANDE ASSALTO O DECLÍNIO DO PODER

Mais isto era pouco para um governo que tentava a todo
custo encontrar uma fórmula mágica de reverter esta situação
caótica.
O delegado, quando voltou de suas férias, ficou sabendo
da mudança impensável feita pelo governo. Havia na câmara
um projeto – feito na calada da noite com uma só canetada –
que o delegado considerava uma utopia impensável e
impossível de ser aprovado pelos deputados, com o apoio de
parte da sociedade dominante.
Em mais um de seus devaneios, o governo numa
tentativa inusitada baixa um decreto, para uma mudança no
perfil da cidade. E faz uso da Utopia desvairada, baseado no
País imaginário idealizado por Thomas More* em seu livro,
onde um povo subordinado a um governo justo e igualitário,
leva uma vida equilibrada e feliz (concepção de um governo
ideal).
Esta nova e ambiciosa mudança utópica era a última
cartada antes das eleições. O governador apoiado pelos
deputados, muda todos os nomes antigos dos bairros de
Rosário. Os nomes são substituídos imediatamente por nomes
de cores.
O governo classifica através das cores, as classes
sociais e financeiras. A nova divisão dos bairros daria a
Rosário um novo traçado urbanístico. O mapa geográfico com
um formato de uma gigantesca cruz foi criado, passando a ser a
maior cruz do mundo, que poderia ser vista até da lua, como
enfatizava um deputado em seus discursos em defesa do
projeto.
O deputado, entusiasta da mudança e dono de uma
empresa de importação que fornece material de iluminação
comprado da china por centavos de dólar, revendia para o
estado com quatro mil por cento de lucro. Pedia, através de
discursos na câmara dos deputados, a colocação de lâmpadas
LEDs em toda a extensão da cruz de sessenta quilômetros

sábado, 6 de setembro de 2014


O Menino Que Queria Voar

O Menino Que Queria Voar

Preço: €10.00

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Autor: João M. C. Jr.Colecção: Viagens na Ficção
Páginas: 97
Data de publicação: Outubro de 2013
Género: Ficção
Preço: 10,00 €
ISBN: 978-989-51-0633-2

Nas asas da imaginação nasce um desejo prematuro, presságio de novos tempos. Diz a lenda que, nesse lugar de origem de histórias e magias, nunca houve limites nem idade para determinados sonhos. Esses nasceram de formas inusitadas e perduraram por décadas, mas somente para alguns nativos se tornaram verdadeiros e concretos. Poderemos comprovar que muitos desejos e sonhos sobrevivem ao tempo, ganhando vida ao serem alimentados, por realidade ou por fantasia, ao longo dos anos. Não importa a fonte e não existe maneira de proibi-los. Sonhos são enigmas que regem a natureza humana; eles brotam em turbilhões, renascem das cinzas e se tornam reais, transcendem a fantasia, e com o tempo ganham asas, alçam voos.