O início da nova jornada
Toca o despertador às 6h30. É quinta-feira de uma manhã chuvosa, um daqueles dias em que não se deve sair de casa. O delegado Antunes Malone acorda, beija a mulher e vai até a janela do quarto, que fica no segundo andar de sua casa no bairro Azul. Desloca ligeiramente a cortina e observa, por um instante, a chuva que cai. Em seguida, faz um breve alongamento na sala, vai para o banheiro e liga o chuveiro. Enquanto a água esquenta, olha-se no espelho e o que vê é um homem cansado. Sua viagem a Paris não fora suficiente para descansar seu corpo e sua mente. O dia a dia tem sido estressante nos últimos tempos, com noticiários divulgando ameaças de meteoros vindos contra a Terra.
A cobrança por resultados é também constante, mas Malone não o lamenta. Afinal, havia sido a vida que escolhera para si. Poderia ser economista como seu irmão, mas tinha lá suas razões quanto ao capitalismo selvagem contra seu país e supunha não dar certo em tal carreira. Talvez poderia seguir a medicina tal como seu pai, mas ele mesmo acabou morrendo por um erro médico e Malone pensava com seu botões: “Ainda bem que os meus dois filhos estudam no exterior e escolheram ser cientistas”. Para ele isso era um conforto, até porque havia muita violência em Rio de Rosário