O Grande Assalto
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- Tivemos que nos certificar de que não estávamos sendo
monitorados, a tecnologia antifurto de obras de arte está muito
sofisticada. Alguns destes quadros costumam ter chips
escondidos nas molduras e são tão pequenos quanto um grão de
gergelim. Não podíamos correr nenhum risco. O senhor sabe
como. O tempo foi passando e as ofertas melhorando, mas sua
oferta venceu o nosso leilão.
O embaixador sorriu meio maroto.
- Concordo plenamente com vocês. No mercado atual a
paciência é inimiga da perfeição e nunca se sabe quando a
polícia está na pista certa.
- Exatamente. Todo cuidado é pouco. – Interfere o mais jovem
de cabelos estilo moicano.
- Vamos ao mais importante. Está com a grana? – Pergunta um
dos rapazes.
- Tudo como combinado. Dois milhões de euros como vocês
pediram, em pacotes de cinquenta mil. As encomendas estão
perfeitas? Tenho que checar se são autênticas antes de
fecharmos o negócio.
- Pode confiar, estão perfeitas, Embaixador. – Afirma um dos
rapazes. O outro conclui soltando uma gargalhada.
- Estão exatamente como saíram do museu ano passado.
O embaixador pega a sua lupa no bolso do paletó e diz:
- Vou fazer um exame rápido. Se não houver nenhum problema
com a mercadoria, fechamos o negócio. – Ele retira um líquido
de um pequeno recipiente que mais parecia um frasco de
rances com conta-gotas