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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

domingo, 29 de janeiro de 2017

Book Trailer JOGO SUJO

Os grandes pensadores como Aristóteles já falavam da ética em sua Física, afirmando que a função natural do homem é raciocinar bem e raciocinar bem é raciocinar em consonância com a virtude. Portanto, a ética de Aristóteles se concentra no caráter do agente como aquele que é bom ou moralmente mau. Essa é a chamada ética da virtude.”  Muitos proeminentes cidadãos de Rio de Rosário se questionariam caso soubessem das intenções de Malone. As duas perguntas prováveis seriam estas: “Por que um delegado, bem-sucedido e no final de carreira, tem tais preocupações e seu conhecido pudor e idealismo com a ética? Por que ele coloca sua vida em risco quando mais fácil seria simplesmente aposentar-se e levar todas as suas condecorações por bons serviços prestados, usufruindo da natural tranquilidade do ócio sem os fantasmas dos inimigos seguindo seus passos?”.

     Na atual conjuntura é quase incompreensível tal posicionamento, talvez sendo mais fácil entender suas convicções se pudéssemos invadir seu cérebro e penetrar nas entranhas dos seus pensamentos. Assim poderíamos saber como se forma um caráter e conhecer seus conceitos, sua forte chama ética e, consequentemente, seus princípios morais e suas virtudes. Mas ao agir com sua sabedoria, senso de justiça, coragem, moderação e lucidez, isso permite a Malone avaliar e concluir que sua luta é inglória contra os valores pervertidos

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Trecho do livro Trapaças do Destino Causa e Efeito.

Lembrei de você quando li esta citação de "Trapaças do Destino: causa e efeito" de João MC Jr. - "Com o tempo, Helena passou a não levá-lo mais às festas da família. Justificava-se, dizendo que ele não gostava de sair de casa. Com o tempo, trocou o menino de escola, matriculando-o em outro bairro. Augusto voltara a beber e não conseguia impor a sua autoridade. Estava dominado por Helena, cada vez mais autoritária. Ela, quando estava aborrecida, jogava em sua cara a culpa de ter adotado o menino. Augusto simplesmente amenizava suas frustrações na bebida e levava o menino aos jogos do seu time no Maracanã, proporcionando a si e ao filho raros momentos de alegria." Comece a ler este livro gratuitamente: http://amz.onl/faFHcnQ

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Trecho do livro. TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO.

UM LUGAR CHAMADO MARAVILHA

João M. C. Jr

Um lugar chamado maravilha.
Nas asas da imaginação.
Contam os historiadores que os senhores da terra no passado tinham por hábito batizar as cidades fundadas por eles e as terras doadas pelo imperador com pompa e fanfarra. Gostavam de nomes compostos, eventualmente, por nomes indígenas nas terras menos produtivas, por serem excêntricos para eles, e de homenagear e agradar a igreja com nome de santos nas grandes capitais, ou quase sempre de pessoas importantes do império. Os desbravadores quando muito vaidosos seu próprio nome é de seus fundadores.
Mas, uma fazenda promissora surgiu no século XVII e teve supostamente seu batismo de forma inusitada, provavelmente por alguém deslumbrado por sua natureza.
Diz a lenda dos contadores de história que provavelmente seu proprietário, depois de vários dias de viagem, vindo de Minas Gerais, deslumbrou-se ao parar no Morro do Fama e admirar aquele vale. Ficou encantado ao olhar aquela paisagem verdejante repleta de pequenas flores vermelhas, azuis, e amarelas, e provavelmente exclamou a frase que daria o nome à sua fazenda.
O nome teria de ser sinônimo de quase tudo que é belo e se pode qualificar como algo além da sua expectativa, algo que o surpreendeu magnificamente, nesse cenário deslumbrante. O Alferes foi dominado por indescritível emoção, e, em estado de estupor, um largo sorriso brotou no sisudo homem do império. A alegria do momento o fez esquecer o cansaço da longa viagem que se arrastava a vários dias se transformou em euforia. Foi o que sentiu o Alferes, ao olhar para esse presente da natureza intocável. Só poderia fazê-lo vibrar com tamanha beleza e exclamar, em alto e bom som para todos que estavam em sua caravana ouvir: “Que maravilha esse lugar”. Depois desse dia, diz a lenda dos contadores de história de mula sem cabeça, saci-pererê, que todos que por ali passavam traziam consigo muitas lendas e histórias, de seus países de origem, e, ao partirem, depois de realizarem ou não seus sonhos, deixavam essa herança no imaginário popular. Essas lendas seguiam criando um folclórico festejo, dando vida e passado a esse lugar de encanto. Maravilha era emoldurada pela linda paisagem de montanhas, soberbamente coberta por nativas palmeiras.
Pati, cujo fruto as aves como juritis apreciavam e os nativos faziam seus brincos e colares, e existia uma vegetação rica, habitada por várias espécies de animais. As raras flores maravilha nativas da região, davam um colorido único, cobrindo todo o vale. As noites eram quase sempre claras, de um límpido céu azul, sem igual. Quando, no seu luminar, as estrelas brilhavam e pareciam cair sobre suas cabeças, aguçavam os desejos latentes de seus habitantes. Seus vales verdejantes nutriam os animais todos os dias do ano, e suas cachoeiras e rios, onde os índios se banharam por milhares de anos, ainda forneciam peixes em abundância. Todos que por ali passaram em busca de novos tempos ou habitaram através dos séculos nesse lugar ou que porventura exploraram suas riquezas foram acometidos de sonhos e quimeras. Isso porque nesse lugar habitavam os mais fortes desejos de voar nas mais altas nuvens, em busca de seus sonhos e realizações.
Desde quando se tornou o caminho do imperador na exploração do ouro, milhares de imigrantes chegaram a esta região em busca de riqueza, transformando suas florestas em pastos, e lavouras expulsando os nativos para longe. A pacata Maravilha e arredores, como Avelar e Paty do Alferes, acolhiam quase todas as etnias, de várias partes do mundo, como escravos oriundos da África para trabalhar no plantio da cana-de-açúcar e no plantio do café. Muitos migraram em busca de riquezas, outros chegavam contratados para gerenciar as fazendas dos alferes, homens ricos, donos das terras oriundas de doações do imperador. Eles mantinham a prosperidade do lugar e desenvolviam sua
cultura. Com isso, a cidade crescia, atraindo novos moradores. As estradas que levavam ao centro de Paty do Alferes viviam congestionadas de charretes, disputando espaço com as boiadas em direção à estação de trem, por onde escoavam a produção agrícola e desembarcavam e novos imigrantes.
A população crescia também com algumas famílias descendentes de sesmeiros, que se agruparam ao redor da cidade séculos antes, e antigos colonos viviam nesse recanto, usufruindo da magia e esplendor das fazendas de café. Terra de índios e caboclos”. Dessa mistura racial, só uma vontade permanecera latente: Alimentando seus sonhos de voar, para um mundo melhor, em busca de seus sonhos de liberdade e conquista.
Maravilha é o nome do lugar de sonhos dos imigrantes e pesadelos dos escravos que se rebelavam em busca da liberdade. Alimentou sonhos dos que por ali passaram na caminhada longínqua em busca do ouro em Minas Gerais, caminho desbravado pelo legendário caçador de esmeraldas Fernão Dias Pães Leme. Terra de Barões do café, berço de poetas e do autor da letra do hino nacional. Maravilha agora vivia das histórias do passado, sua herança maior.
A região progrediu e ajudou a concretizar sonhos, idealizados por aqueles que receberam benesses do imperador para cultivar as fazendas de café, que muita riqueza acumularam para suas famílias abastadas. Séculos depois, foi cenário de tentativas de vida melhor dos imigrantes japoneses, que fugiam da guerra e da fome e puderam desenvolver a cultura do tomate na região de terra fértil, mas que também cooperou para o contágio dos rios com agrotóxicos das lavouras, matando peixes e animais nativos. Refúgio espiritual e lugar de penitência de padres que saíam em romaria das igrejas locais, onde se açoitavam em procissão nas estradas da Fazenda maravilha rumo ao Morro do Fama em longos cortejos e atos solenes, querendo redimir-se dos seus pecados e do mundo pagando essa penitência.
Foi descanso de aventureiros regressados de outros cantos, como alguns caçadores de esmeraldas perdidos nas montanhas sem ter para onde ir, imbuídos do imenso desejo de voar para longe, de seus fracassos e sonhos desfeitos, serviu de exemplo para redenção daqueles que não conseguiram se beneficiar com a riqueza da extração mineral e só queriam uma vida melhor longe do garimpo, que só trazia riqueza para seus proprietários. Mas esse lugar tinha homens de olhar poético, sensibilidade latente, amor pela terra, paixão pela natureza. Contagiado por sua verve, o poeta caminhava por essas bandas, registrando no seu caderno. Ele versejava e deleitava-se encantado com a beleza no caminho para Avelar.

 “Nessa terra tem palmeiras, castanheira, imbuia e jacarandá, alamedas de ipê roxo e o florido jequitibá. Seus rios de águas límpidas alimentam o bisbilhar de riachos que embalam nossos sonhos ao anoitecer. Também tem aves de canto, como canta o sabia. Não há dia em que não me encante com o furor lírico do canário-da-terra e a sua perfeita sinfonia no ar. Enche-me de alegria o fugaz festim de andorinhas no céu a bailar. Nessa terra onde devagar vai-se longe, caminho feliz, lentamente percebo que o esse pássaro Vira Campo ajuda a semear o seu fruto, e, ainda que lentamente, percebo que há mais vida na imbaúba, onde a habita a preguiça desfrutando do seu banquete alimentar. Logo adiante, resistentes e imponentes, construídas sobre os galhos do pau-brasil, há casas de joão-de-barro perfeitas para morar. Em meu devaneio de tanta beleza fitar, fico envaidecido e mergulho no meu soberbo delírio, pois meu olhar deslumbra-se mais ainda com o vigor do vermelho-sangue, da flor do pé de Mulungu onde descansam as maitacas em algazarra, ao revoar.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Trecho do livro O MENINO que QUERIA VOAR.

Lembrei de você quando li esta citação de "O menino que queria voar" de João M.C. Jr. - "Os fatos ocorridos meses antes a fizeram passar por dois sustos, e isso a tornou mais alerta, sempre pronta a proteger seu pequeno tesouro. Um deles foi quando dona Candida viu seu filho sendo arrastado por uma porca que acabara de dar cria , abocanhando-o pela roupa no quintal e tentando levá-lo a todo custo para dentro do chiqueiro. Talvez, o animal quisesse servir o garoto de alimento aos porcos capados da raça White Chester, seus companheiros de chiqueiro , pai dos seus doze filhos suínos robustos. Eram todos animais introduzidos pelos ingleses na região no início do século. Porcos enormes criados para serem mortos e vendidos na cidade de Paty. Inutilmente, o menino franzino lutava e gritava por sua" Comece a ler este livro gratuitamente: http://amz

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segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

Fingindo ser seu amigo, mas com seu tom de voz alterado, ele a manteve sob pressão e a agredia com seus argumentos depreciativos.
– Você tem cara de meio bobinha, mas garanto que vai aprender
rapidinho como se vive na cidade grande, como tantas outras que eu conheço. E, lamento menina mas, foi uma pena você ter sido  tão ingênua e caído nas lábias do patrão, ti garanto que se você tivesse olhado um pouquinho pra mim ou escolhido alguém do seu nível como eu, por exemplo, não estaria nessa situação tão complicada. E complementou seu diálogo tentando passar a mão em sua perna. Mas, a jovem estava atenta e antes que ele alcançasse seu intento, ela numa reação espontânea, desferiu uma tapa em sua cara.
Em um movimento rápido, Jorge se esquivou da tapa desferido
pela jovem que ainda assim resvalou em seu rosto, deixando as marcas das suas unhas fazendo-o perder o controle do carro, que derrapou na curva, quase batendo no murro da casa na esquina. Irado com a reação da jovem tentando agredi-lo, a sua face ficou vermelha e ele soltou um palavrão, ameaçando bater em seu rosto. Ela se afastou no banco encostando-se à porta do carro e segurou sua saia plissada entre as pernas em posição de defesa, enquanto ele a ameaçava espanca-la caso  ela repetisse o seu ato. Depois de controlar seu estado de nervo e o carro, e demostrando que era realmente um aproveitador da fragilidade da jovem, ele se virou para ela, com um sorriso de canalha no rosto, e disse:
– Pode se fazer de difícil agora, menina, mas não se preocupe não. A vida pra você pode se tornar muito fácil, é só você querer.- Presta atenção no que eu vou lhe dizer, pode ser sua ultima chance na vida, não adianta esconder pois eu sei que você esta gravida

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

Fingindo ser seu amigo, mas com seu tom de voz alterado, ele a manteve sob pressão e a agredia com seus argumentos depreciativos.
– Você tem cara de meio bobinha, mas garanto que vai aprender

rapidinho como se vive na cidade grande, como tantas outras que eu conheço. E, lamento menina mas, foi uma pena você ter sido  tão ingênua e caído nas lábias do patrão, ti garanto que se você tivesse olhado um pouquinho pra mim ou escolhido alguém do seu nível como eu, por exemplo, não estaria nessa situação tão complicada. E complementou seu diálogo tentando passar a mão em sua perna. Mas, a jovem estava atenta e antes que ele alcançasse seu intento, ela numa reação espontânea, desferiu uma tapa em sua cara.
Em um movimento rápido, Jorge se esquivou da tapa desferido
pela jovem que ainda assim resvalou em seu rosto, deixando as marcas das suas unhas fazendo-o perder o controle do carro, que derrapou na curva, quase batendo no murro da casa na esquina. Irado com a reação da jovem tentando agredi-lo, a sua face ficou vermelha e ele soltou um palavrão, ameaçando bater em seu rosto. Ela se afastou no banco encostando-se à porta do carro e segurou sua saia plissada entre as pernas em posição de defesa, enquanto ele a ameaçava espanca-la caso  ela repetisse o seu ato. Depois de controlar seu estado de nervo e o carro, e demostrando que era realmente um aproveitador da fragilidade da jovem, ele se virou para ela, com um sorriso de canalha no rosto, e disse:
– Pode se fazer de difícil agora, menina, mas não se preocupe não. A vida pra você pode se tornar muito fácil, é só você querer

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Trecho do livro Trapaças do Destino Causa e Efeito

#kobo #readmore #quote #koboquote Veja o livro aqui: https://store.kobobooks.com/pt-BR/ebook/trapacas-do-destino-causa-e-efeito?utm_campaign=PhotoQuotesAdr&utm_medium=Social&utm_source=App_Acq

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

JOGO SUJO CIDADE DO CRIME

Nas ruas, por sua vez, a tranquilidade pode ser duradoura nas fortalezas das classes do poder, nos seus carros blindados e pela garantia dada por seguranças particulares.

    Esse antagonismo demonstra de forma desumana dois extremos vivendo na cidade e tal paradigma determina o modelo conceptual equivocado vivido e fora de controle. Extrapola-se o bom senso e algumas retaliações aos bandidos são proporcionadas, que excedem suas fronteiras e atacam pessoas ilustres em demonstração de força.

    A consequência é que o véu da beleza que cobre a bela cidade banhada pelo Atlântico Sul e de clima tropical, que contagia a todos que a visitam, às vezes cai. Em contrapartida, verifica-se uma realidade cruel do outro lado da cidade, longe dos holofotes da mídia e do olhar de muitos. Nas periferias do bairro Marrom as mazelas e a violência imperam, mesmo assim, tal como se propaga na mídia, Rio de Rosário ainda é considerada uma das melhores cidades do mundo e é uma cidade caliente e bonita por natureza. Mas a decadência moral e o declínio do poder estão favorecendo os criminosos mais astutos, que diversificam seus ganhos com o crime organizado. A união das forças do mal está ganhando terreno e o poder político local age de forma equivocada, pois estabelece políticas utópicas e proporciona oportunidades aos fora da lei.

    Os que deveriam zelar pela segurança da cidade estão se abastecendo na fonte inesgotável do submundo do crime e se associam e às vezes comandam as organizações criminosas de maneira sutil. As organizações os enriquecem de modo rápido e assustador para a elite dominante, que os vê cada vez mais próximos e vizinhos de seus condomínios de luxo.

    Um dia qualquer no bairro Marrom, Rua da Urtiga, às 17 horas

    O dia está chuvoso e com nuvens negras que cobrem o céu numa tarde sombria de ar fúnebre. Relâmpagos riscam o céu e trovoadas ecoam e provocam alteração ruidosa nas ruas do bairro Marrom, mas nem mesmo o alagamento provocado pela chuva dissipou o cheiro de pólvora nos guetos do bairro e tampouco lavou a rua do sangue escorrendo pelos ralos

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

JOGO SUJO CIDADE DO CRIME

Enquanto isso, na América do Sul...

     Em Rio de Rosário o calor é abrasador e dizem que é por causa da guerra climática denominada de HAARP – um projeto de estudos sobre a ionosfera terrestre usado, por certos países, como arma secreta contra os países concorrentes. Talvez fosse esta a razão de o verão torrar os miolos das pessoas durante o dia com a temperatura constante de 55Cº, pela qual os mananciais estão secando e as chuvas fortes, típicas de dilúvio, inundam as avenidas com seus bueiros entupidos no final das tardes. Isso causa tremendos transtornos, provoca doenças advindas dos ratos e grandes engarrafamentos, o que também proporciona, aos delinquentes, a oportunidade de saquear os motoristas presos no trânsito.

     Como várias cidades do extremo sul do planeta, Rio de Rosário também vive uma epidemia malévola e algo sinistro toma conta de tudo sutilmente, como sendo um poder paralelo. Percebe-se uma inércia no ar que favorece os bandidos e os conspiradores de plantão. Milhares de cruzes são fincadas quase todos os dias sobre rios de lágrimas, respingadas do sangue de inocentes vítimas de balas perdidas e de assaltos nas saídas de bancos, dentro dos ônibus, nos trens e nos metrôs. A violência não escolhe vítimas, pois crianças, velhos e policiais são todos vitimados por essa onda nefasta. Ademais, corriqueiramente algumas cidades são sitiadas por bandos armados que nos remetem ao passado, fazendo-nos relembrar o faroeste do tempo das diligências.

     Sul da cidade

     Em um shopping no bairro Dourado, o detetive Romão, lotado na Delegacia de Roubos e Furtos, passeia com sua namorada. Eles entram numa loja de roupas femininas da marca Lellis France e sua namorada escolhe cinco pares de sapatos importados de 500£ e bolsas de R$ 2.000,00. Romão está sentado bem relaxado numa poltrona de couro, parecendo mais um DJ bem-sucedido trajando uma calça jeans da grife DL. Ostentando um relógio Rolex de ouro no pulso e um cordão de ouro com uma cruz cravejada de brilhantes, Romão age como uma celebridade do mundo do showbiz. É bajulado pelas vendedoras que já o conhecem como um possível novo rico, alguém que gasta sem reclamar. Muito solícitas, elas o agradam servindo, numa bandeja de prata, drinques e petiscos. Enquanto ele degusta canapés, azeitonas, calabresas e toma reforçada dose de uísque, sua namorada marombada e loiríssima gasta a rodo. Minutos depois eles saem do shopping abarrotados de compras e ele, na garagem, entra na sua Lamborghini modelo 2025, depois seguem pelas ruas do bairro Dourado.

     O verão de 40°C aumenta o fluxo de turistas e a cidade se transforma, em boa parte do ano, quase numa Torre de Babel. No seu momento surreal, Rio de Rosário transmite seu calor humano através de suas festas monumentais, pois ela é, pode-se assim dizer, uma cidade cosmopolita.

     Mas o poder paralelo do crime organizado cresce sorrateiramente no submundo sombrio da cidade. Seus chefões, em alguns casos, são vistos como homens de negócios e seus frutíferos e colossais empreendimentos estão diversificados e crescem dispersados por todo lado. Estão camuflados em alguns bairros nas fachadas discretas de boates, bares e prostíbulos de luxo em prédios de sua propriedade, juntamente a clínicas de aborto que rendem milhões e a pequenos cassinos parceiros das máfias local e internacional. São oferecidas noites de orgias animadas por boa dose de drogas ao alcance de todos. Em alguns pontos, inclusive, a prostituição é livre e menores frequentam os locais sem nenhuma restrição nem combate dos órgãos competentes.

     Percebe-se que a cidade tem um toque de jogos vorazes em suas entranhas, em que a competição tem dono, não tem limites e ao vencedor é resguardado o direito de enriquecer rápido. Vive-se uma roleta russa na qual não é você quem puxa o gatilho. Explosões rotineiras dão o toque de guerra terrorista à cidade e estraçalham caixas eletrônicos, saqueados à luz do dia e nas madrugadas sombrias. Nas ações dos bandidos, civis são feitos reféns e viram escudos para os bandidos em fuga. Na mídia essas cenas banalizadas aparecem por segundos, como sendo reflexos de trailers de gângsteres em cartaz. Constata-se que há uma fonte inesgotável de fornecimento de explosivos e de armas aos bandidos e que também há um lado glamoroso nisso, pois vive-se um clima de grande festa nos bairros Dourado, Azul e Amarelo, onde se desfruta de certa tranquilidade, mesmo que passageira.

     Nas ruas, por sua vez, a tranquilidade pode ser duradoura nas fortalezas das classes do poder, nos seus carros blindados e pela garantia dada por seguranças particulares.

     Esse antagonismo demonstra de forma desumana dois extremos vivendo na cidade e tal paradigma determina o modelo conceptual equivocado vivido e fora de controle. Extrapola-se o bom senso e algumas retaliações aos bandidos são proporcionadas, que excedem suas fronteiras e atacam pessoas ilustres em demonstração de força.


     A consequência é que o véu da beleza que cobre a bela cidade banhada pelo Atlântico Sul e de clima tropical, que contagia a todos que a visitam, às vezes cai. Em contrapartida, verifica-se uma realidade cruel do outro lado da cidade, longe dos holofotes da mídia e do olhar de muitos. Nas periferias do bairro Marrom as mazelas e a violência imperam, mesmo assim, tal como se propaga na mídia, Rio de Rosário ainda é considerada uma das melhores cidades do mundo e é uma cidade caliente e bonita por natureza. Mas a decadência moral e o declínio do poder estão favorecendo os criminosos mais astutos, que diversificam seus ganhos com o crime organizado.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

JOGO SUJO CIDADE DO CRIME

Paris, ano 2025
Na Europa, há muitos dias longe do caos urbano de Rio de Rosário, Malone e
Olga usufruíam do seu último dia de férias.
A manhã agradável, o clima perfeito e o céu salpicado com poucas nuvens e de
um azul-turquesa ao fundo são uma aquarela a valorizar a paisagem e um convite para
se envolver e desfrutar da manhã. A temperatura de 15°C anima o casal, que acorda
cedo para aproveitar o penúltimo dia de férias na Cidade Luz.
Haviam deixado para esse dia o passeio que consideravam mais relevante. O
clima cooperava para a maratona cultural programada, já que era uma estação perfeita
para quem está de férias num país visto como símbolo da democracia no mundo.
O casal toma café no Pax Hotel e eles conversam bastante, enquanto fazem a
degustação do Pan au Chocolat.
Olga diz:
– Malone, meu querido, sempre que está em Paris você acorda disposto e está
com uma cara de felicidade esta manhã! Parece que há uma energia boa emanando de
você. Não vai me dizer que tudo isso é fruto da nossa noite de amor ou é só o passeio
que está mexendo com você?
– Sabe, Olga, você tem sempre razão. Os anos passam e tanto você quanto Paris
ainda me revigoram e me enchem de amor e desejo – respondeu Malone.
Depois, com um sorriso e um beijo na face delicada da esposa, Malone completa
dizendo:
– Você adora Paris, Olga, e eu adoro você! Também vejo que você está mais
saltitante e até parece uma bailarina do Bolshoi!
– Continue massageando o meu ego, quem sabe eu não o retribua mais tarde –
insinuou-se Olga.
Prosseguindo, continuou ela:
– Mas como não gostar, meu Don Juan? O clima desta cidade faz cócegas
também no seu ego e você fica parecendo um adolescente com toda essa energia que
chega a me assustar. Te pergunto: como evitar todo esse clima afrodisíaco se aqui se
come bem, se respira democracia, o ar está impregnado de cultura, há museus por toda
parte, o passado está presente e o futuro se concretiza dia após dia? A violência não está
presente no cotidiano desta cidade nem a corrupção não se estabelece como meio de
enriquecimento ilícito. Tudo isso nos deixa com certa leveza no ser

#FILHOS DO BEM FILHOS DO MAL#

FILHOS DO BEM FILHOS DO MAL. Vídeo Clipe! Criado por: João 07/04/2025 O mundo tem. Certos. Conceitos. Que precisam. Ser refeitos. ...