#ESCRITOR#João MC.jr Arte e Vida# São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02)KindleJoão Manoel da Costa Junior. Edição do Kindle.
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- #ESCRITOR#João.mc.jr arte e vida#
- São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.
quinta-feira, 21 de julho de 2016
domingo, 17 de julho de 2016
O MENINO QUE QUERIA VOAR.
Maravilha. Cada prosador no
seu tempo tinha o direito de expor suas aventuras e Prosas sem interferência alheia,
pois haviam estabelecido um código de crendice entre eles, que se perpetuou desde o tempo do império, com o aval
auspicioso do João Gouvêa. Este creditava o sucesso das vendas do seu armazém à
magia do lugar. Os contadores de história ficavam envolvidos pelo público ávido
por novas fábulas. Eles se acotovelavam por um lugar na roda que se formava
pela plateia, em volta dos ilustres membros noctívagos, sentados em número de
doze, em uma grande mesa de madeira rústica. Como se fossem os cavaleiros da Távola
Redonda, os prosadores permaneciam por
horas a fio degustando linguiça torresmos, e chouriços, regados à cana-caiana e
pinga da roça. A plateia não arredava o pé do lugar, hipnotizado pelos relatos
mirabolantes. Envaidecidos, eles seguiam entusiasmados, contando suas fábulas e
suposta falácias e aventura. Zé Queiroga gostava de narrar a sua experiência
com os espíritos dos escravos da fazenda Maravilha, que durante um século
guardaram potes de ferro repletos de pepitas de ouro que eles achavam nos rios
da região e escondiam dos seus senhores engolindo-as. Posteriormente, eles as
defecavam em caldeirões de ferro e enterravam nos arredores da senzala,
pensando um dia poder usar a riqueza camuflada junto aos seus dejetos secos
para comprarem sua liberdade. No entanto, como a abolição chegou antes, eles
não puderam usar as pepitas, pois seriam acusados de roubo e voltariam para a
senzala. Sabiamente, eles mantiveram segredo por um século, e os caldeirões de
pepitas posteriormente passaram a ser protegidos por guardiões do além. Contava
Zé Queiroga com sua voz de trovão depois desta explanação.
Contou que, num belo dia, estava arando a terra da sua propriedade no final da
tarde, e tocou a enxada em uma borda de metal, que tilintou como um sino da
igreja local. Agachado, limpou as bordas, pensando ter achado um sino da corroa
imperial, como tantos outros perdidos na estrada do coqueiral, mas, para sua
surpresa, ao terminar a escavação, deparou-se com um caldeirão de ferro,
repleto de pepitas de ouro
O MENINO QUE QUERIA VOAR.
Maravilha. Cada prosador no
seu tempo tinha o direito de expor suas aventuras e Prosas sem interferência alheia,
pois haviam estabelecido um código de crendice entre eles, que se perpetuou desde o tempo do império, com o aval
auspicioso do João Gouvêa. Este creditava o sucesso das vendas do seu armazém à
magia do lugar. Os contadores de história ficavam envolvidos pelo público ávido
por novas fábulas. Eles se acotovelavam por um lugar na roda que se formava
pela plateia, em volta dos ilustres membros noctívagos, sentados em número de
doze, em uma grande mesa de madeira rústica. Como se fossem os cavaleiros da Távola
Redonda, os prosadores permaneciam por
horas a fio degustando linguiça torresmos, e chouriços, regados à cana-caiana e
pinga da roça. A plateia não arredava o pé do lugar, hipnotizado pelos relatos
mirabolantes. Envaidecidos, eles seguiam entusiasmados, contando suas fábulas e
suposta falácias e aventura. Zé Queiroga gostava de narrar a sua experiência
com os espíritos dos escravos da fazenda Maravilha, que durante um século
guardaram potes de ferro repletos de pepitas de ouro que eles achavam nos rios
da região e escondiam dos seus senhores engolindo-as. Posteriormente, eles as
defecavam em caldeirões de ferro e enterravam nos arredores da senzala,
pensando um dia poder usar a riqueza camuflada junto aos seus dejetos secos
para comprarem sua liberdade. No entanto, como a abolição chegou antes, eles
não puderam usar as pepitas, pois seriam acusados de roubo e voltariam para a
senzala. Sabiamente, eles mantiveram segredo por um século, e os caldeirões de
pepitas posteriormente passaram a ser protegidos por guardiões do além. Contava
Zé Queiroga com sua voz de trovão depois desta explanação.
Contou que, num belo dia, estava arando a terra da sua propriedade no final da
tarde, e tocou a enxada em uma borda de metal, que tilintou como um sino da
igreja local. Agachado, limpou as bordas, pensando ter achado um sino da corroa
imperial, como tantos outros perdidos na estrada do coqueiral, mas, para sua
surpresa, ao terminar a escavação, deparou-se com um caldeirão de ferro,
repleto de pepitas de ouro
O MENINO QUE QUERIA VOAR.
Maravilha. Cada prosador no
seu tempo tinha o direito de expor suas aventuras e Prosas sem interferência alheia,
pois haviam estabelecido um código de crendice entre eles, que se perpetuou desde o tempo do império, com o aval
auspicioso do João Gouvêa. Este creditava o sucesso das vendas do seu armazém à
magia do lugar. Os contadores de história ficavam envolvidos pelo público ávido
por novas fábulas. Eles se acotovelavam por um lugar na roda que se formava
pela plateia, em volta dos ilustres membros noctívagos, sentados em número de
doze, em uma grande mesa de madeira rústica. Como se fossem os cavaleiros da Távola
Redonda, os prosadores permaneciam por
horas a fio degustando linguiça torresmos, e chouriços, regados à cana-caiana e
pinga da roça. A plateia não arredava o pé do lugar, hipnotizado pelos relatos
mirabolantes. Envaidecidos, eles seguiam entusiasmados, contando suas fábulas e
suposta falácias e aventura. Zé Queiroga gostava de narrar a sua experiência
com os espíritos dos escravos da fazenda Maravilha, que durante um século
guardaram potes de ferro repletos de pepitas de ouro que eles achavam nos rios
da região e escondiam dos seus senhores engolindo-as. Posteriormente, eles as
defecavam em caldeirões de ferro e enterravam nos arredores da senzala,
pensando um dia poder usar a riqueza camuflada junto aos seus dejetos secos
para comprarem sua liberdade. No entanto, como a abolição chegou antes, eles
não puderam usar as pepitas, pois seriam acusados de roubo e voltariam para a
senzala. Sabiamente, eles mantiveram segredo por um século, e os caldeirões de
pepitas posteriormente passaram a ser protegidos por guardiões do além. Contava
Zé Queiroga com sua voz de trovão depois desta explanação.
Contou que, num belo dia, estava arando a terra da sua propriedade no final da
tarde, e tocou a enxada em uma borda de metal, que tilintou como um sino da
igreja local. Agachado, limpou as bordas, pensando ter achado um sino da corroa
imperial, como tantos outros perdidos na estrada do coqueiral, mas, para sua
surpresa, ao terminar a escavação, deparou-se com um caldeirão de ferro,
repleto de pepitas de ouro
quarta-feira, 13 de julho de 2016
TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO
“Hoje é o dia mais feliz da minha vida; resgatei uma vida
para me dedicar e amar”. Somente assim consegui superar a
humilhação e suplantei a dor; perdi a vergonha do passado
e
hoje pode ser o recomeço de uma nova vida. Acredito que o
destino me reservou algo melhor para superar o passado, e
essa criança resgatará algo de bom dentro de mim que
estava
perdido todos esses anos. Como se quisesse fazer uma meia
culpa Hortência escreveu em letras vermelhas em uma
pagina
separada e sublinhada a seguintes frases.” Sei que paguei
um
preço alto pelas injustiças às quais fui submetida e das
quais
possa ter cometido e por isso peço perdão a Deus, mas o
tempo é o senhor da razão e o destino a Deus pertence”.
Assim terminava o diário de Hortência Albuquerque.
Todas
essas descobertas não esclareceram muito para Marcos,
Augusto e sua esposa Helena dedicavam ao filho toda
atenção. Helena, por sua vez, apresentou-o sempre como
filho legítimo. Ela o matriculou na mesma escola em que
dava aula, José cresceu sadio e se mantiveram as
expectativas
deles com relação aos seus desejos de ter um filho
carinhoso,
inteligente, e bonito. É como se referiam ao filho em
conversas com os amigos e parentes quando falavam dele,
enaltecendo suas qualidades. Com o tempo, alguns sintomas
no seu aprendizado estavam deixando Helena um pouco
irritada. José às vezes necessitava de um pouco mais de
atenção da sua mãe para aprender a lição. Helena, por sua
vez, demostrava pouca paciência com a criança, enquanto
Augusto, que pouco ficava em casa, tentava amenizar as
suas
frustações, e sempre que podia levava o menino por longos
passeios pela cidade, ou em parques, mas do que o menino
mais gostava era visitar os museus, ou bibliotecas.
Apesar da
sua dificuldade no aprendizado, era fascinado por locais
do
conhecimento, como se soubesse que ali estaria a sua cura
para o mal que o
afligia sem um diagnóstico conclusivo.
Sua mãe o qualificava como desleixado e preguiçoso para o
estudo. Helena não sabia, ou não queria acreditar,
aceitar, que
seu filho pudesse ter algum problema. Ela rejeitava essa
ideia,
que ia contra a sua vaidade. Preferia não procurar um
médico
da neuropsicologia, que poderia explicar a ela que seu
filho
talvez fosse portador de uma doença chamada dislexia, que
afeta o aprendizado. Ela, sem procurar entender o dilema
de
José Francisco, lamentavelmente o tratava de forma
errônea,
aumentando o seu problema.
Com o tempo, Helena passou a não levá-lo mais às festas
da família.
Justificava-se dizendo que ele não gostava de sair de
casa.
Com o tempo, trocou o menino de escola, matriculando-o em
outro bairro. Augusto voltara a beber, e não conseguia
impor
a sua autoridade. Estava dominado por Helena, cada vez
mais
autoritária. Ela, quando estava aborrecida, jogava em sua
cara a culpa de ter adotado o menino. Augusto
simplesmente
amenizava suas frustrações na bebida e levava o menino
aos
jogos do seu time no Maracanã, proporcionando a si e ao
menino raros momentos de alegria.sábado, 9 de julho de 2016
TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO
TRECHO DO LIVRO
Ele já tinha sua própria casa e com trinta anos se casara
com uma mexicana, meio hippie, chamada Dolores Ortega.
Mas a alegria da sua mãe não foi completa. José estava
com
uma aparência que não a deixou feliz: barbudo, com cabelo
longo e dentes amarelados, sendo sintomas de certo
desleixo ou
de muita droga. Apesar de muito carinhoso e aparentemente
e Elena Temia pelo pior. A mãe não falou nada com ele
para
não estragar a sua alegria de revê-lo e simplesmente
pediu a
Augusto que procurasse conversar com ele, mas Elena sabia
que Augusto não seria bem-sucedido por admirá-lo muito e
por ter conseguido ser o roqueiro que ele não fora com
certeza
ele não tocaria no assunto das drogas, pois só se
interessava
pelas músicas do filho, em que se projetava e se via
realizado.
Depois de voltarem ao Brasil, alguns anos se passaram, e
eles ficaram sem contato pessoal com José, que
eventualmente
escrevia uma carta ou mandava um cartão de aniversário
para
ambos. Augusto e Elena tinham sempre notícias do filho,
mas já se passavam três meses sem que eles se falassem, e
seu
telefone não atendia, nem sua mulher mexicana estava em
casa quando ligavam. Muito preocupados, eles resolveram
viajar de volta aos Estados Unidos.
Ao chegarem à casa de José em São Francisco, na
Califórnia, encontram o lugar vazio. Por muito custo, o
localizaram em um hospital internado em estado
calamitoso,
pois ele sofrera uma overdose de L.S.D, e sua esposa o
abandonara sozinho no hospital.
Os médicos os aconselharam a trazê-lo de volta para o
Brasil, e imediatamente seus pais entram em contato com a
embaixada para saber se poderiam trazê-lo de volta e se
não
haveria nenhum empecilho político para sua pessoa que
estava exilada. Depois de regressar dos Estados Unidos,
José
recuperou-se após um ano de internação em uma clínica.
Meses depois, ele voltou a tocar, e agora, sem uma banda
própria, tocava em boates na zona sul. Entre altos e
baixos,
tentava viver cada dia como se fosse o último.
31/12/1996. Em uma clínica na zona oeste da cidade,
José Augusto, quarenta e cinco anos, está internado numa
clínica
de reabilitação
Pela vigésima vez, seu pai, Osvaldo, médico aposentado,
e sua mãe, Elena professora aposentada, tentaram
recuperá-lo
de uma overdose
de cocaína. Aquela internação estava
consumindo os últimos recursos financeiros dos seus pais,
que, aos setenta anos, já haviam vendido tudo o que
tinham
na tentativa de recuperar sua dignidade e salvar sua vida
antes
que eles se fossem deste mundo, pois sabiam que ninguém
ampararia José ou lhe daria um abrigo, sequer seus pais
não tinham mais nada o que deixar em termos de recursos
financeiro e todos seus esforços até aquele momento foram
em vão.
Ele às vezes sentia uma grande angústia, faltava-lhe um
pedaço de si. Tinha vontade de gritar para todo mundo
ouvir,
seu rock protesto falando antes de sucumbir. Escreveria suas
últimas linhas de seus pensamentos alucinados. “Vivo como
um retrato preso na parede, sou a imagens das mazelas de
vielas que frequento em busca do ópio, o desprezo da sua
própria alma, sou a sombra das guerras dos guetos pelo
poder,
prisioneiro das tardes no escuro fechado em quartos de
hotel.
Vagas lembranças surgiam amassadas em rolos de papel. Era
um pedaço podre que se despedaçava em vermelho sangue,
extraído das veias, perdido sem orgulho.
Suas alucinações ficavam bem claras ao escrever nas
paredes do quarto,
aparentemente sem
sentido . “Viajo em um mundo verde escuro,
como a selva, que
me suga, não faz mais sentido viver, pois farsas
montadas separam de mim meu outro ser.
“Sinto meu sangue correndo em outras veias longe de mim”.
Lamentavelmente
não foram muito longe suas ideias revolucionárias,
interrompidas e travadas pelos excessos. José Augusto,
tempos depois,
jogou a toalha e
despediu-se do mundo.
quarta-feira, 6 de julho de 2016
TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO
TRECHO DO LIVRO. E-BOOK AMAZON ,KOBO
Hortência não admitia que a jovem fosse capaz de
qualquer reação lógica e sentenciou, como se fosse uma
vidente, capaz de prever o futuro da jovem:
– Não acredito, pode escrever o que eu estou te dizendo.
O
destino dela é certo e com certeza será o mesmo que
acontece
com todas aquelas que se oferecem para homens achando
que estarão resolvendo suas vidas da maneira mais fácil.
Vida fácil, e, quando se veem na rua da amargura, acabam
para se prostituir para eles. Escreve o que estou te
falando
Jorge: você ainda vai da de cara com ela na Lapa rodando
a
bolsinha. E não se esqueça do nosso acordo: quando Roberto
voltar da Europa, a história você já sabe – ela pegou um
trem
e sumiu, não se sabe para onde, ninguém viu. Não esqueça
Jorge: mantenha a história e você será bem recompensado.
O motorista e voltou para seu quarto e tomou um comprimido para para dormir.
O motorista e voltou para seu quarto e tomou um comprimido para para dormir.
No centro da cidade na Cinelândia às 6h da manhã
A jovem reergueu a sua cabeça, enxugou suas lágrimas
e
suspirou fundo. Parecia estar olhando os monumentos ao redor ou talvez
esperando um aviso do além para tomar uma direção, pois não conhecia nada na
cidade, para ela um mundo estranho. No entanto, não tinha a sensação de estar sozinha
devido ao grande tráfego de carros e pessoas que começava a se aglutinar ao seu
redor, vindo de todos os lados. Esse movimento de pessoas a deixava, apesar da
sua situação pouco confortável, menos desprotegida. Horas depois, ela andou
alguns metros, sentou-se no meio fio da Rua 13 de maio e por ali ficou por
quase uma hora de cabeça baixa, chorando. Depois de algum tempo, recompôs-se,
levantou-se e caminhou até suas pernas não aguentarem mais de cansaço. Por dois
dias, ela andou a esmo de um lado para outro sem um destino lógico, até que visualizou duas jovens
trajando uniformes de trabalho verde oliva com cinto branco. Ela
ficou encantada ao ver as duas moças sorrindo e aparentemente transbordavam alegrias ao saírem de um hotel à sua
frente.Pensou que ali estivesse o seu destino como funcionária,
terça-feira, 5 de julho de 2016
TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO
Simultaneamente
Às 4h30 da manhã
No bairro da Glória um jardineiro chegou à Praça Paris
e começava seu trabalho preocupado com as nuvens negras
que cobriam a cidade, pois eram um mau sinal naquela
manhã de primavera e poderiam atrasar seu trabalho. Sua
responsabilidade era manter o jardim bem conservado e
preservar o traçado e a elegância daquela praça inspirada
em
um jardim parisiense. Ele, com sua habilidade de um
artista,
esculpia figuras de animais nas plantas ornamentais e nos
pés
de fícus, usando toda sua imaginação. Orgulho do bairro
da
Gloria, a Praça Paris era uma referência no bairro desde
a
sua inauguração em 1926, em que as flores nunca deixaram
que agregava valor ao espaço em conjunto com a exuberante
estátua equestre do Marechal Deodoro da Fonseca em
bronze,
onde pombos rebeldes defecavam manchando a imagem da
ilustre figura histórica, fazendo com que o fiel
jardineiro
madrugasse para limpá-la antes da vistoria do prefeito.
Ate as
hortênsias brotavam nesse jardim tropical bem cuidado por
ele, o jardineiro fiel. Todos os dias, às cinco horas da
manhã,
ele já iniciava as suas tarefas. Começava aparando a
grama,
esmerando-se para torná-las perfeitas. Enquanto cumpria
as
suas tarefas rotineiras, ele assoviava o trecho da música.
O barquinho,
[de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli] “Dia de luz festa de sol e o Barquinho
a deslizar no macio azul do mar”, alegrando os corações dos primeiros
passantes, que sorriam agradecidos pela qualidade da sonoridade harmônica. Nos canteiros
central da praça, as azaleias coloriam o inicio do dia, enquanto pássaros
bebiam água nos chafarizes. O jardineiro dava uma pausa ao seu trabalho para
apreciar o avião da Panair pousar no Aeroporto Santos Dumont, sonhando que um
dia iria embarcar em um deles e poder levantar voo rumo à sua cidade natal no
Nordeste, onde alguém o aguardava. Enquanto ele sonhava com o seu retorno,
seguia em frente assoviando as músicas de sua predileção, que alegravam seu
coração nostálgico. Nessa mesma manhã de primavera sobre o Morro do Pão de
Açúcar, um acanhado raio de sol surgia entre nuvens sobre a baía da Guanabara e
iluminava o bondinho do Pão de Açúcar parado entre as estações. Enquanto não
amanhecia o símbolo maior da cidade, era como uma miragem sobre a montanha. A
estátua do Cristo Redentor, vista de longe, devido à neblina, parecia fechar
seus braços sobre a cidade de tanto frio. No centro da cidade, o suntuoso
Palácio Monroe rivalizava em beleza e esplendor com o Teatro Municipal, dando
valor histórico e arquitetônico à Cinelândia, onde pombos revoavam com o
despertar da cidade. O trânsito começava a fluir lentamente em direção ao centro
financeiro. Na ainda silenciosa e adormecida Av. Rio Branco, em frente ao Cine
Odeon, repentinamente o silêncio da manhã era quebrado com uma freada brusca de
um carro modelo Aero Willys de cor marrom, assustando o pequeno jornaleiro, que
caminhava tranquilamente pela calçada com seus jornais a tiracolo, anunciando
as manchetes com seu chamado peculiar “EXTRA, EXTRA”. Surpreendido pela freada
brusca, ele interrompeu seu chamado para a manchete do dia, o susto o fez
engolir as palavras que davam ênfase à sua chamada “extra, extra, bandido da
luz vermelha ataca de novo’’, quase deixando seus jornais caírem no chão. A
fumaça tomou conta do ambiente e um cheiro de borracha queimada impregnou o ar,
fazendo tossir o pequeno jornaleiro. O carro parou enfrente ao cinema Odeon,
que exibia o filme 007 contra o Fantástico Dr. No. A
porta do carro se abriu e uma jovem foi empurrada para fora dele. Ela saiu
tropeçando na mala que fora jogada logo a seguir sobre ela e quase se chocou
com a foto do ator Sean Connery no cartaz que estava emoldurado na vitrine do
cinema com cara de agente com licença para matar.
domingo, 3 de julho de 2016
TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO
Trecho do livro.
Helena já de pé começou andar pelo quarto com o fio
do telefone enrolando em suas pernas, questionava
Augusto,
com um misto de satisfação e temor em sua voz alterada.
– Ninguém o viu pegar a criança. Pergunta Helena.
– Você tem certeza de que foi abandonada?
– Acho que sim, eu não vi a mãe, nem ninguém por
perto, o bebê estava numa cesta de vime enrolado num pano
encardido que já joguei fora e embrulhei em uma toalha de
mesa de linho branco.
– Você olhou bem a criança, não tem nenhum defeito
aparente; ela é branquinha. – Isso importa para você?
– Eu não gostaria que fosse muito moreninho; na nossa
família não tem ninguém de cor.
Augusto respira fundo e suspira.
– Ah, Helena Isso não é hora de pensar em cor da pele.
Esse é nosso sonho, mas fique tranquila: ele é branco de
cabelos negro e olhos de cor violeta.
– Tem certeza, Augusto? Nesse escuro você consegue ver
bem?
– Claro, Helena, estou com ele no colo.
– E como nós vamos fazer? Levar para o juizado?
– Você não quer o bebê?
– Quero muito, mas acho que corremos o risco de sermos
descobertos, Augusto.
– E se nos levássemos ele para o interior e arrumássemos
um documento? – sugeriu Augusto Rocha, sabendo que sua
mulher concordaria.
– Você acha isso possível? – perguntou Helena aceitando
a ideia.
– Lá é bem mais fácil. Na maternidade local da nossa
família, a gente dá um jeito, vai ser bom para ele. Nós
vamos
fazer um bem a um ser humano abandonado.
– Eu vou sair antes que chegue alguém. Passo agora
mesmo aí em casa e pego você.
Do outro lado da linha, Helena respondeu com um
sorriso, roendo as unhas:
– Tá bom, querido, você me convenceu. Só pode ser um
presente
de Deussábado, 2 de julho de 2016
sexta-feira, 1 de julho de 2016
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quarta-feira, 22 de junho de 2016
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