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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

quinta-feira, 17 de maio de 2018

MEU PENSAR, CONTOS PROSAS E POEMAS.

UM CONTO DE AMOR EM UMA ESTRADA VAZIA

Estava perdido na estrada, estava ao sabor do vento, havia um vazio dentro de mim, estava só. Somente minha sombra caminhava ao meu lado. Não havia sombra no caminho, somente o vazio. Não sei até onde pretendia andar nem que distância percorrera, estava na estrada há tanto tempo que já me esquecera. De onde eu vim? Perguntava a mim mesmo e não encontrava as respostas, não sabia de onde vinha, só sei que corria contra o tempo, caminhava contra o vento. Ao amanhecer, mil perguntas eu fiz ao vento que por ali passava, trazendo o cheiro de maresia, quanta distância faltava, pro mar que pré-dizia. Nenhuma resposta me dava o vento e seu rumo seguia. Mil léguas talvez faltassem pro rumo que me levaria. Era o destino que me escolhera, não era eu que o conduzia. Não sei até onde pretendia andar nem que distância percorrera, estava na estrada há tanto tempo que já me esquecera. De onde eu vim? Perguntava a mim mesmo e não encontrava a resposta,não sabia de onde vinha, só sei que corria contra o tempo, andava contra o vento. Depois de léguas, encontrei uma fonte e parei, minha sede aplaquei e ali mesmo adormeci. A noite chegou, o frio me congelou e, logo que acordei  na madrugada mais longa que já conheci, muitos olhos espreitavam-me ao meu redor. Fitavam-me à distância, não queriam contato, sentiam-me pelo olfato. Ao amanhecer, mil perguntas eu fiz ao vento que por ali passava trazendo o cheiro  de maresia, quanta distância faltava pro mar que pré-dizia. Nenhuma resposta me dava o vento e seu rumo seguia.

terça-feira, 15 de maio de 2018

JOGO SUJO CIDADE DO CRIME.

A ave inclina a cabeça e olha o delegado, como se quisesse adverti-lo de alguma coisa. Embora as superstições não fizessem parte de sua vida, Malone pensa: “É apenas um bombo branco, representa a paz, não é um corvo, que dizem ser a ave do mau agouro”. Em seguida, conclui que aquela não era a sua manhã de sorte. O delegado caminha até o banheiro, tira a camisa, limpa o bombardeio do pombo, anda até sua mesa e percebe que tudo está desarrumado, provavelmente por obra de um bisbilhoteiro. Compreende que não poderia guardar nada de importante ali, nem deixar nada à mostra na delegacia. Afasta-se da mesa, pega o jornal e vai até a cafeteira automática, que havia semanas não funcionava bem. Apesar de suas várias reclamações, nada foi feito. Malone pega o café frio, folheia o jornal e vê que as primeiras manchetes são desanimadoras. O assalto a uma joalheria fere cinco pessoas no centro da cidade, há registro de outro assalto a banco na periferia, pedófilo é linchado pela família da criança, entre outras matérias chocantes. O delegado muda a página tentando achar notícias melhores, abre os cadernos de Economia e de Política e as manchetes também não o agradam. Fala-se da crise mundial e de mais um escândalo de desvios de verba no país. Malone folheia o Caderno de Cinema buscando em achar um bom filme para se distrair e relaxar. Queria um filme preferencialmente de arte, para o qual pudesse convidar Olga para assistirem à noite. Contudo, todos os filmes em cartaz abordam violência ou política. Alguns, financiados por políticos, enalteciam suas figuras como homens do povo. Havia virado moda fazer filmes de políticos bancados por amigos empresários, como uma forma de agradecer aos benefícios vindos de obras sem licitação.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

TEMPOS DE TRAIÇÃO POSSUÍDOS POA AMBIÇÃO

EM TEMPOS DE DISPUTA HÁ ALGUÉM TRAVANDO LUTA,.
UM CONTRA TEMPO TEMPO DA HISTÓRIA.

Na manhã seguinte, Venâncio acordou com seu café já servido em uma mesa lateral, as toalhas brancas de banho e de rosto estavam nos pés da cama. Eram exatamente nove horas, e alguém já havia entrado no quarto e ele não percebera; seu sono nunca fora tão pesado como naquela noite, ele nunca acordara tão tarde em toda a sua vida. Teve a sensação de que tivera um sonho macabro e ao mesmo tempo sentia-se bem de acordar naquele ambiente limpo e sofisticado. Pensou consigo mesmo: “Isto é o que eu quero para minha vida, não nasci para aquela pobreza.”
Seu corpo estava leve como uma pluma. Levantou-se e encaminhou-se até o banheiro. Um espelho estilo colonial tomava toda a parede acima da pia, e decorava suntuosamente o ambiente. Pela primeira vez ele se via em um espelho, pois sempre fizera sua barba usando como espelho seu reflexo na bacia d’água ou na beira do rio, usando seu recanto mais calmo sem correnteza onde o reflexo era possível. Nesse momento, sorriu para o espelho discretamente e esboçou uma leve careta, afinal ele era um jovem encantado com o luxo que nunca conhecera. Olhou para o chuveiro, acariciou seus metais e sentiu a frieza em suas mãos, como se fossem joias. O que era ainda melhor era a luz elétrica. Venâncio brincava com o interruptor como uma criança; era a primeira vez que ele tinha contato com a eletricidade, pois somente um por cento das casas de São Jose de Talvegue tinha luz elétrica. Depois de minutos de contemplação, resolveu abrir as torneiras e tomar seu primeiro banho de chuveiro na vida.
Vinte minutos depois, Lancarto bateu à porta. Venâncio estava tão fascinado com seu banho de chuveiro que não ouviu a batida. Lancarto, então, pegou a sua arma e bateu com a coronha, o que fez com que Venâncio ouvisse as batidas. Ele se enrolou na toalha, procurou suas roupas mas não as achou. Só depois de dois minutos abriu a porta e disse:
- Desculpe, estava no chuveiro e não ouvi o chefe bater.
- Já lhe disse, Venâncio, esqueça as formalidades e me chame de Lancarto, por favor. É uma ordem. Toma estas roupas, de hoje em diante o seu novo uniforme será este.
Venâncio pegou dois embrulhos e uma mala e os levou até a cama. Antes que ele se virasse, Lancarto falou: - Se arrume e desça, pois temos muito que conversar.
- E as minhas roupas antigas, onde estão?
- Não terão mais nenhuma serventia, por isso foram queimadas, assim como o seu passado.
Venâncio contraiu sua testa, pensando que o bilhete de seu pai estava no chapéu, e perguntou:
- Meu chapéu também foi queimado?
- Tudo, Venâncio, tudo.
- Mas ele era novinho, Lancarto.
- Não era de panamá, a partir de hoje você só usará chapéu de panamá, afinal de contas você será um novo homem. E tem mais, vamos da um sobrenome a você, pois não gosto do seu sobrenome: Chacon. Com ele você não tem futuro, você precisa de um nome republicano, talvez Almeida Ferraço lhe caia bem.
Venâncio ficou confuso, porque seu sobrenome nunca fora usado por ele ou por seus pais, que tinham trocado de nomes. Ficou pensando em como Lancarto saberia daquilo. Lancarto olhou bem nos olhos de Venâncio, que sentiu certo temor pelo que Lancarto diria a seguir.
- Pensei num sobrenome forte que imponha respeito, um novo batismo. Um nome de peso faz muita diferença na vida de um homem, e decidi que seu nome de guerra será Ferraço. É isso, você se chamara Venâncio Ferraço. Gostou? Ou melhor, use sempre Ferraço, é mais imponente, e, por favor, Venâncio, pode me chamar de chefe de agora em diante.
Venâncio respirou fundo, aliviado ao ouvir de Lancarto que deveria adotar outro nome. O seu temor não se concretizara e ele pela primeira vez ousou abraçar Lancarto, que afastou educadamente, sem empurrá-lo. Venâncio disse:
- Se você acha que faz diferença, chefe, tudo bem, estou de acordo



terça-feira, 8 de maio de 2018

Trecho do livro O MENINO QUE QUERIA VOAR.

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O MENINO QUE QUERIA VOAR.

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