#ESCRITOR#João MC.jr Arte e Vida# São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02)KindleJoão Manoel da Costa Junior. Edição do Kindle.
Quem sou eu

- #ESCRITOR#João.mc.jr arte e vida#
- São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.
sábado, 6 de fevereiro de 2016
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
O MENINO QUE QUERIA VOAR
O menino sempre ouviu com atenção as histórias
que seu irmão contava de um menino sonhador, de nome Zé Polin, o pequeno
inventor. Ele morava do outro lado do Morro do Fama e tinha um sonho equidistante
do seu mundo real: queria ser aviador. De tanto ouvir lendas de homens que
voavam em máquinas voadoras, o menino sonhador, um dia, por acaso, viu bater à
sua porta em uma tarde de vento forte, prenúncio de tempestade. Curioso com a
batida insistente, pensou que era gente. Correu para a porta apressado, abaixou
a tramela, e, ansioso, foi logo abrindo a porta da sala para ver quem batia
insistente; assustou-se por não ver ninguém. Com seu olhar de menino desolado, deparou-se
somente com um vento forte e gelado. Era o mau tempo, vindo ao seu encontro. O
vento trazia consigo uma folha de jornal que agarrou em seu rosto. Surpreso
pelo ataque da folha de papel, o menino sonhador pensou em rasgá-lo, mas, ao
retirar o incômodo da sua face, uma ideia aflorou, pois um recorte de jornal
impresso em francês, escrita que ele não entendia, nenhuma relevância tinha
naquele momento. Porém, seus olhos vidrados se mantinham em uma imagem, e no brilho do seu olhar de menino
sonhador pôde se ver alegria. Seu sorriso tomou conta do seu rosto, seus olhos
amendoados arregalaram-se ao se deparar com a imagem dos seus sonhos em um
velho e sujo recorte de jornal, provavelmente, deixado no Morro do Fama por um
passante da cidade grande, que visitou aquelas bandas, e desfez-se da
aquisição. A foto do velho jornal mostrava o avião 14-bis e foi isso que despertou
o desejo do
menino Zé Polin, aguçando sua mente de inventor. Ele passou a viver e a sonhar
com essa foto debaixo do seu travesseiro. Dias depois, colocou em prática seu
projeto, dando asas à sua imaginação. Durante meses, trancado no celeiro,
trabalhou duro com o material de que dispunha e, depois de muito esforço, erros
e acertos, ele construiu uma suposta réplica, sem motor, da sua aeronave. Ele
se sentiu um menino inventor e não via a hora de experimentar seu invento. Esperava
ansioso. Manteve o segredo escondido dos seus pais no celeiro, abandonado por
algum tempo, embaixo de um monte de feno. A engenhoca era constituída de uma
asa com armação de madeira, varas de bambu e pano de linho velho, sobras do
armazém do João Gouvêa, que ficava perto de sua casa, na estrada da Maravilha.
O armazém será o único que vendia retalhos, secos e molhados
na região. Como bom artesão, o menino sonhador teceu a sua invenção usando uma
agulha de sapateiro do seu pai, costurando com barbantes e correias - tiradas
das celas do seu cavalo – a fim de amarrar, ao seu corpo, sua invenção
tecnológica com mais segurança. Na confecção da asa, usou também corda de sisal,
que era usada para fechar os sacos de cereais. Zé Polin esperava seus pais
saírem para trabalhar na lavoura. Quando estava só em casa, subia o Morro do
Fama e, de cima de um tronco de árvore caído à beira do precipício, soltava-se,
tentando voar, em direção ao vale da fazenda Maravilha. Depois de várias
tentativas infrutíferas e alguns ossos quebrados, sua mãe descobriu sua arte, e
achou por bem trancá-lo em casa, para que não morresse, tentando alcançar o seu
sonho, que se transformara em seu pesadelo.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
JOGO SUJO CIDADE DO CRIME
TRECHOS DO LIVRO
Secretaria de Segurança de Rosário
A delegacia onde Malone trabalha é especializada em investigações a roubos de
obras de arte e está no centro da cidade, no bairro Amarelo. As investigações para
prender o chefe da quadrilha de roubos a obras de arte estava deixando o delegado de
cabelo em pé. Quanto mais Malone investigava, mais ele descobria pessoas importantes
dentro do esquema. Até os agentes da companhia de seguros estavam no esquema que
rendia milhões para a quadrilha. No mais, havia um esquema criminoso bem estruturado
e difícil de penetrar e tudo isso estava tirando o sono do delegado.
Antes de começar a trabalhar o delegado Malone sempre gosta de tomar
cafezinho, o qual está, quase sempre, frio. Folhear o jornal também faz parte do seu
ritual matinal, para saber como anda a cidade e principalmente no que diz respeito às
ações do governo na área da segurança. O delegado gosta especialmente dos cadernos
de eventos culturais e o de economia, pois seu círculo de amizades é formado por
intelectuais amigos da sua esposa.
A diretora do Museu de Arte Contemporânea da cidade de Rio de Rosário
felizmente não havia registrado nenhum roubo, isso talvez pelos valores baixos das
obras que não despertavam o interesse da quadrilha criminosa.
Malone aprecia a leitura de matérias sobre as ações do governo no âmbito social,
o que, para ele, é um termômetro que aponta para onde está indo a sua cidade: se para o
céu ou para o inferno.
Também havia certa euforia, nos meios de comunicação, para se melhorar a
segurança pública. Depois de longos anos investindo na compra de tecnologias para
combater o narcotráfico, o uso da força ainda era o carro-chefe do governo, causando
um clima de guerra na cidade e aumentando o índice de mortes entre civis e policiais.
Os confrontos não tinham hora para acontecer, se davam à luz do dia e assustavam a
população de madrugada.
Mesmo com inúmeros confrontos, o número de traficantes presos era ridículo e a
maioria se evadia antes de a polícia chegar. Geralmente eram avisados antes das
operações acontecerem e isso deixava uma pergunta no ar: o governo realmente queria
reduzir o tráfico de drogas ou simplesmente queria os traficantes habitando outro lugar,
longe dos olhares da classe média, da elite e da mídia?
A mídia, tendenciosa, recebia alto valor investido pelo Estado em propagandas
de sua autopromoção e não dispensava esse valor mesmo que estivesse fazendo falta a
hospitais e a escolas públicas, tal como revelavam suas próprias reportagens.
O delegado se indignava com as filas dos doentes nos hospitais por escassez e
falta de remédios, leitos e médicos, e ficava horrorizado ao saber que escolas estavam
caindo aos pedaços por má conservação e supostamente por falta de verbas. Apesar
disso, a verba da mídia para manter o governo com uma boa imagem era considerada
legal por estar no orçamento dos gastos aprovados pelos deputados da base e era o único
dinheiro liberado integralmente pelo governo de Rosário. Ainda assim, às vezes a mídia
não tinha como esconder os fatos de tão visível que era a violência.
Secretaria de Segurança de Rosário
A delegacia onde Malone trabalha é especializada em investigações a roubos de
obras de arte e está no centro da cidade, no bairro Amarelo. As investigações para
prender o chefe da quadrilha de roubos a obras de arte estava deixando o delegado de
cabelo em pé. Quanto mais Malone investigava, mais ele descobria pessoas importantes
dentro do esquema. Até os agentes da companhia de seguros estavam no esquema que
rendia milhões para a quadrilha. No mais, havia um esquema criminoso bem estruturado
e difícil de penetrar e tudo isso estava tirando o sono do delegado.
Antes de começar a trabalhar o delegado Malone sempre gosta de tomar
cafezinho, o qual está, quase sempre, frio. Folhear o jornal também faz parte do seu
ritual matinal, para saber como anda a cidade e principalmente no que diz respeito às
ações do governo na área da segurança. O delegado gosta especialmente dos cadernos
de eventos culturais e o de economia, pois seu círculo de amizades é formado por
intelectuais amigos da sua esposa.
A diretora do Museu de Arte Contemporânea da cidade de Rio de Rosário
felizmente não havia registrado nenhum roubo, isso talvez pelos valores baixos das
obras que não despertavam o interesse da quadrilha criminosa.
Malone aprecia a leitura de matérias sobre as ações do governo no âmbito social,
o que, para ele, é um termômetro que aponta para onde está indo a sua cidade: se para o
céu ou para o inferno.
Também havia certa euforia, nos meios de comunicação, para se melhorar a
segurança pública. Depois de longos anos investindo na compra de tecnologias para
combater o narcotráfico, o uso da força ainda era o carro-chefe do governo, causando
um clima de guerra na cidade e aumentando o índice de mortes entre civis e policiais.
Os confrontos não tinham hora para acontecer, se davam à luz do dia e assustavam a
população de madrugada.
Mesmo com inúmeros confrontos, o número de traficantes presos era ridículo e a
maioria se evadia antes de a polícia chegar. Geralmente eram avisados antes das
operações acontecerem e isso deixava uma pergunta no ar: o governo realmente queria
reduzir o tráfico de drogas ou simplesmente queria os traficantes habitando outro lugar,
longe dos olhares da classe média, da elite e da mídia?
A mídia, tendenciosa, recebia alto valor investido pelo Estado em propagandas
de sua autopromoção e não dispensava esse valor mesmo que estivesse fazendo falta a
hospitais e a escolas públicas, tal como revelavam suas próprias reportagens.
O delegado se indignava com as filas dos doentes nos hospitais por escassez e
falta de remédios, leitos e médicos, e ficava horrorizado ao saber que escolas estavam
caindo aos pedaços por má conservação e supostamente por falta de verbas. Apesar
disso, a verba da mídia para manter o governo com uma boa imagem era considerada
legal por estar no orçamento dos gastos aprovados pelos deputados da base e era o único
dinheiro liberado integralmente pelo governo de Rosário. Ainda assim, às vezes a mídia
não tinha como esconder os fatos de tão visível que era a violência.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
sábado, 23 de janeiro de 2016
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
terça-feira, 12 de janeiro de 2016
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
sábado, 9 de janeiro de 2016
quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA EFEFITO
Capítulo 2
Segunda-feira, 23 de dezembro de 1963,
Segunda-feira, 23 de dezembro, 16 hs
No centro da cidade do Rio de Janeiro, o povo vivia a expectativa de novos tempos com a proximidade do ano novo. A política no país capengava com incertezas e rumores, mas o povo mantinha as esperanças em dias vindouros. Era a semana do Natal, e o espírito cristão e natalino ainda predominava sobre a maioria das pessoas, fazendo com que esquecessem, por alguns instantes, da acidez do mundo. As lojas estavam enfeitadas,com presépios retratando o nascimento do menino Jesus. Nas vitrines das lojas, bolas coloridas e luzes piscavam em ritmo cadenciado nas árvores natalinas, iluminando o Papai Noel e suas renas em cenários com neve, montados dentro das lojas, aguçando os sonhos das crianças. As cores vivas encantavam os passantes, vidrados em seu efeito mágico. Nessa época de festa, todos se mantinham centrados em seus afazeres. O som das músicas ecoava nas ruas, vindo das lojas de nome como Rei da Voz e dava o clima festivo do mês de dezembro. “Jingle Bells” era a melodia que tocava na maioria dos estabelecimentos comerciais. A multidão, aglomerada em busca de novidades, se acotovelava nas lojas de discos, pois as vendas de músicas natalinas aumentava com novos lançamentos. A preferida era “Noite Feliz”, escrita em 1818 pelo padre Joseph Mohr e musicada por Franz Gruber.
O clima era contagiante nas ruas da Alfândega e Sete de Setembro, que estavam cheias de homens, mulheres e crianças aparentemente felizes. Eram os consumidores em busca de presentes. Muita gente se amontoava em frente às vitrines de joalherias e a jovem ficava de olhos bem abertos, vidrados e arregalados, admirando os homens comprando colares para suas mulheres ou amantes. Proeminentes senhoras da alta sociedade, ávidas por novidades, enchiam os magazines do centro da cidade e levavam a tiracolo suas empregadas
Segunda-feira, 23 de dezembro de 1963,
Segunda-feira, 23 de dezembro, 16 hs
No centro da cidade do Rio de Janeiro, o povo vivia a expectativa de novos tempos com a proximidade do ano novo. A política no país capengava com incertezas e rumores, mas o povo mantinha as esperanças em dias vindouros. Era a semana do Natal, e o espírito cristão e natalino ainda predominava sobre a maioria das pessoas, fazendo com que esquecessem, por alguns instantes, da acidez do mundo. As lojas estavam enfeitadas,com presépios retratando o nascimento do menino Jesus. Nas vitrines das lojas, bolas coloridas e luzes piscavam em ritmo cadenciado nas árvores natalinas, iluminando o Papai Noel e suas renas em cenários com neve, montados dentro das lojas, aguçando os sonhos das crianças. As cores vivas encantavam os passantes, vidrados em seu efeito mágico. Nessa época de festa, todos se mantinham centrados em seus afazeres. O som das músicas ecoava nas ruas, vindo das lojas de nome como Rei da Voz e dava o clima festivo do mês de dezembro. “Jingle Bells” era a melodia que tocava na maioria dos estabelecimentos comerciais. A multidão, aglomerada em busca de novidades, se acotovelava nas lojas de discos, pois as vendas de músicas natalinas aumentava com novos lançamentos. A preferida era “Noite Feliz”, escrita em 1818 pelo padre Joseph Mohr e musicada por Franz Gruber.
O clima era contagiante nas ruas da Alfândega e Sete de Setembro, que estavam cheias de homens, mulheres e crianças aparentemente felizes. Eram os consumidores em busca de presentes. Muita gente se amontoava em frente às vitrines de joalherias e a jovem ficava de olhos bem abertos, vidrados e arregalados, admirando os homens comprando colares para suas mulheres ou amantes. Proeminentes senhoras da alta sociedade, ávidas por novidades, enchiam os magazines do centro da cidade e levavam a tiracolo suas empregadas
sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
TEMPOS DE TRAIÇÃO POSSUÍDOS POR AMBIÇÃO.
TRECHOS DO LIVRO.
Mercedes, filha de imigrante espanhol com
indígena, tinha uma história de luta. Foi criada em um convento até os dezoito
anos, teve sua prisão decretada porque ensinava história do seu povo para
crianças órfãs em um mosteiro em San Paranhos, foi salva da morte por milagre
quando um terremoto destruiu a prisão onde ela se encontrava encarcerada em 1942, e de onde provavelmente não sairia
com vida. Depois do acontecido, os corpos que eram achados sob os escombros
eram jogados em uma vala comum no cemitério de indigentes, seu corpo estava
entre os mortos, retirados à noite e transportados em caminhões. No outro dia
seriam enterrados e uma retroescavadeira jogaria terra sobre os corpos.
Mercedes por um milagre acordou no meio da noite com
a chuva molhando o seu rosto. Tossindo muito, ela respirava com dificuldade.
Seu rosto esta coberto de terra, e
embaixo dela uma pilha de corpos se amontoava, na mais horripilante cena de
terror. Mercedes sentiu pernas e braços entrelaçados aos seus; inicialmente
imaginou estar ainda na prisão, onde poucos segundos antes de desmoronar havia
sido comunicada da sua transferência - os soldados estavam começando a abrir a
cela quando o evento se deu. Cinco horas depois ela encontrava-se em cima de
uma pilha de corpos de militantes e dos próprios soldados que a levariam talvez
para morte.
Mercedes se levantou dos mortos como numa cena de
ressurreição e bateu a terra do seu uniforme de prisioneira. A lua voltava a
brilhar sobre sua face. Ela caminhou em passos firmes; nenhuma alma naquela
noite circulava pelas ruas de Talvegue, nem a milícia ousava vasculhar os
escombros da cidade abalada por um tremor da liberdade. Sua silhueta dobrou a
esquina da rua do cemitério e sumiu na noite
Nos anos setenta, as vésperas das eleições, os
jornais pertencentes à família Lancarto noticiavam grandes festas populares de
graça nas praias e nas praças; e na televisão, os programas enalteciam os
feitos do governo nas áreas econômicas.
Nas ruas de Talvegue, os dias se tornavam cheios de
armadilhas para os desavisados. A truculência da polícia se fazia cada vez mais
constante; era proibido discursos de opositores a Lancarto, os simpatizantes da
candidata Mercedes Dolores eram presos e os pequenos jornais que apoiavam a sua
candidatura eram fechados ou incendiados à noite – fato que ficou conhecido como
noites das chamas antidemocráticas. Mercedes não aparecia em público por
segurança, e ficava em San Mercedes, onde tinha a sua base eleitoral. Não havia
dinheiro para ela se locomover, suas viagens eram feitas em ônibus e caminhões.
Por precaução Lancarto tomava atitudes tipicas de politico que tinha muitos inimigos.e quase toda a família de Lancarto passava as
férias na Europa durante as eleições, exceto em Londres. Lancarto percorria San
José no seu avião particularsegunda-feira, 14 de dezembro de 2015
JOGO SUJO CIDADE DO CRIME.
AMAZON, KOBO.
TRECHO DO LIVRO
Europa, ano 2025.
O delegado Malone e sua esposa Olga fazem um tour pelo continente com seus dois filhos, que depois retornam para onde estudam, a Suíça. Eles estão na Itália em breve passagem e saem do hotel, às 19h45, para visitar os parentes que moram em Roma.
Caminham tranquilamente como um casal romântico e de vez quando se abraçam e se beijam para se aquecer, pois a noite está fria. Minutos depois Malone pisa em falso ao atravessar a rua e quase cai, mas por sorte ele está abraçado à sua esposa e ela o ampara. Com o movimento brusco do seu corpo, porém, sua carteira escapa do seu bolso sem que ambos percebam e eles continuam a caminhada descontraídos.
Um pouco adiante ele segue distraído e admira a sua obra de arte barroca preferida, agora um pouco afastados dos inúmeros turistas aglomerados em frente à Fontana di Trevi. Como a Fontana di Trevi é a maior e a mais ambiciosa construção de fontes barrocas da Itália, localizada na rione Trevi, em Roma, Malone pensa em jogar uma moeda e fazer um pedido de proteção contra os inimigos ocultos. Ele pede uma moeda para a esposa e faz menção de jogá-la, quando se assusta com o ronco de uma Scooter que freia bruscamente. Ele se volta para olhar e, nesse ínterim, alguém bate em suas costas. Ele dá de cara com um jovem cabeludo com jaqueta de couro e com um sorriso no rosto, que ostenta uma carteira na mão direita. O jovem italiano se dirige a ele e diz o seguinte em sua língua, que Malone domina muito bem por ser filho de italianos:
– Me dispiace, signore, che tu caduto il portafogli.
Em seguida o jovem lhe devolve a carteira e Malone, bastante surpreso, pega-a e coloca a mão no bolso da calça para certificar-se de que aquela era mesmo a sua. Depois, agradecido, ele segura a mão do jovem e diz:
– Molto grato, giovane.
O rapaz sorri para o delegado, sobe na sua Scooter 350 CL e sai cantando pneus e sumindo na esquina.
Malone olha para Olga, dá um sorriso maroto e, olhando a carteira intacta, diz para a esposa:
– Que sorte a minha! Além dos documentos, ainda tem aqui 700£.
Olga segura Malone pelos braços, vira-o de costas e enfia a mão no bolso da calça do seu marido para se certificar de que estava rasgado, depois diz:
– O bolso não está rasgado, querido, mas sua sorte é estar onde o rato não roeu a roupa do rei de Roma, e não lá, em Rosário, onde o corrupto ri à toa. Mas também pudera, Malone, o bolso da sua calça está muito raso. Quando voltarmos, vou escolher uma calça de bolsos fundos para você andar em Rosário.
Malone dá uma risada e diz:
– Esse seu trocadilho é bem antigo e infame, Olga, mas gostei. Confesso que foi bem repaginado e não deixou de ser engraçado.
TRECHO DO LIVRO
Europa, ano 2025.
O delegado Malone e sua esposa Olga fazem um tour pelo continente com seus dois filhos, que depois retornam para onde estudam, a Suíça. Eles estão na Itália em breve passagem e saem do hotel, às 19h45, para visitar os parentes que moram em Roma.
Caminham tranquilamente como um casal romântico e de vez quando se abraçam e se beijam para se aquecer, pois a noite está fria. Minutos depois Malone pisa em falso ao atravessar a rua e quase cai, mas por sorte ele está abraçado à sua esposa e ela o ampara. Com o movimento brusco do seu corpo, porém, sua carteira escapa do seu bolso sem que ambos percebam e eles continuam a caminhada descontraídos.
Um pouco adiante ele segue distraído e admira a sua obra de arte barroca preferida, agora um pouco afastados dos inúmeros turistas aglomerados em frente à Fontana di Trevi. Como a Fontana di Trevi é a maior e a mais ambiciosa construção de fontes barrocas da Itália, localizada na rione Trevi, em Roma, Malone pensa em jogar uma moeda e fazer um pedido de proteção contra os inimigos ocultos. Ele pede uma moeda para a esposa e faz menção de jogá-la, quando se assusta com o ronco de uma Scooter que freia bruscamente. Ele se volta para olhar e, nesse ínterim, alguém bate em suas costas. Ele dá de cara com um jovem cabeludo com jaqueta de couro e com um sorriso no rosto, que ostenta uma carteira na mão direita. O jovem italiano se dirige a ele e diz o seguinte em sua língua, que Malone domina muito bem por ser filho de italianos:
– Me dispiace, signore, che tu caduto il portafogli.
Em seguida o jovem lhe devolve a carteira e Malone, bastante surpreso, pega-a e coloca a mão no bolso da calça para certificar-se de que aquela era mesmo a sua. Depois, agradecido, ele segura a mão do jovem e diz:
– Molto grato, giovane.
O rapaz sorri para o delegado, sobe na sua Scooter 350 CL e sai cantando pneus e sumindo na esquina.
Malone olha para Olga, dá um sorriso maroto e, olhando a carteira intacta, diz para a esposa:
– Que sorte a minha! Além dos documentos, ainda tem aqui 700£.
Olga segura Malone pelos braços, vira-o de costas e enfia a mão no bolso da calça do seu marido para se certificar de que estava rasgado, depois diz:
– O bolso não está rasgado, querido, mas sua sorte é estar onde o rato não roeu a roupa do rei de Roma, e não lá, em Rosário, onde o corrupto ri à toa. Mas também pudera, Malone, o bolso da sua calça está muito raso. Quando voltarmos, vou escolher uma calça de bolsos fundos para você andar em Rosário.
Malone dá uma risada e diz:
– Esse seu trocadilho é bem antigo e infame, Olga, mas gostei. Confesso que foi bem repaginado e não deixou de ser engraçado.
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
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