ACASO DO DESTINO.
Hortência terminou o assunto, virou as costas para o motorista.
E ele discretamente não resistiu, se aproveitou para olhar seu
corpo desnudo por baixo do robe de seda, enquanto ela voltava
para seu quarto. Já dentro do seu quarto, jogou-se na cama, em seguida foi até sua mesinha de cabeceira, abriu a gaveta, pegou seu porta-comprimidos, tirou uma cartela de comprimidos, pegou uma pequena moringa de porcelana chinesa que continha água,
colocou no copo que estava sobre a mesinha e tomou o calmante. Tirou sua roupa e foi para o chuveiro. Ela levou alguns minutos se ensaboando e cantarolando uma música sem sentido, e minu-tos depois saiu do chuveiro, enrolou-se em uma toalha roxa, foi até o seu guarda-roupas, retirou um robe rosa estampado agora com hortênsias e deitou-se à espera do massagista Orlando, que a atendia todas as vezes que seu marido viajava. Enquanto isso Jorge, que sonhava que descansaria um pouco antes de levá-la para o cabeleireiro às 12 horas, no Copacabana Palace, na zona sul da cidade, como fazia duas vezes por semana, perdeu o sono pensando na sua nova moradia. Mas as ameaças da patroa com relação ao gato, tiraram mais ainda seu sono, ele ficou muito preocupado se alguém teria visto ele chutar o bichano, pois sabia que a madame Hortência sempre cumpria suas ameaças, e passou a se preocupar com o paradeiro do animal e suas consequências caso ele tivesse sumido de vez, depois que o chutou de madrugada. Mas, maquiavélico que era, ao mesmo tempo teve uma ideia que o deixou mais tranquilo, pois, além desse segredo que poderia ser uma moeda de troca, havia também essas visitas do massagista, que ele sabia que não eram somente massagens profissionais, e sim um serviço extra que Orlando, “o massagista”, prestava à madame toda vez que o marido viajava, e, como bom bisbilhoteiro que era, Jorge já havia se inteirado do caso extraconjugal da patroa.
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