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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

sábado, 19 de junho de 2021

CONTOS PROSAS E POEMAS 01.

CONTO UM LUGAR CHAMADO MARAVILHA Uma fazenda promissora surgiu no século XVII e teve, supostamente, seu batismo feito por alguém deslumbrado por sua natureza. Diz a lenda que um homem, futuro proprietário daquelas terras, depois de vários dias de viagem, vindo de Minas Gerais, deslumbrou-se ao parar no Morro do Fama e admirar aquele vale. Ficou encantado com a paisagem verdejante repleta de pequenas flores vermelhas, azuis e amarelas, e, provavelmente, exclamou a frase que daria o nome à sua fazenda. O nome era sinônimo de quase tudo que é belo e que se pode qualificar como algo além da expectativa, algo que o surpreendeu, magnificamente, nesse cenário estupendo. O Alferes foi dominado por indescritível emoção e, em estado de estupor, um largo sorriso brotou no sisudo homem do império. A alegria do momento o fez esquecer o cansaço da longa viagem, que se arrastava há vários dias, e se transformou em euforia. Foi o que sentiu o Alferes ao olhar para esse presente intocável da natureza. Só poderia fazê-lo vibrar com tamanha beleza e exclamar, em alto e bom som, para todos que estavam em sua caravana: “Que maravilha esse lugar”.Depois desse dia, todos que por ali passavam traziam consigo muitas lendas e histórias de seus países de origem e, ao partir, depois de realizarem ou não seus sonhos, deixavam essa herança no imagináriopopular. Essas lendas seguiam criando um folclórico festejo, dando vida e passado a esse local de encanto. Maravilha era emoldurada pela linda paisagem de montanhas, soberbamente cobertas por nativas palmeiras Pati, cujo fruto as aves e os juritis apreciavam. Os nativos faziam seus brincos e colares, e existia uma vegetação rica, habitada por várias espécies de animais. As raras flores, maravilha nativa da região, davam um colorido único, cobrindo todo o vale. As noites eram quase sempre claras, de um límpido céu azul, sem igual. Quando, no seu lumiar, as estrelas brilhavam e pareciam cair sobre suas cabeças, aguçavam os desejos latentes de seus habitantes. Seus vales verdejantes nutriam os animais todos os dias do ano, e suas cachoeiras e rios, onde os índios se banharam por milhares de anos, ainda forneciam peixes em abundância. Todos que por ali passaram em busca de novos tempos ou habitaram, através dos séculos, esse lugar, ou que porventura exploraram suas riquezas, foram acometidos de devaneios e quimeras. Isso porque nesse cenário povoaram os mais fortes desejos de voar nas mais altas nuvens, em busca de sonhos e realizações. Manoel da Costa Junior, João. MEU PENSAR: CONTOS PROSAS POEMAS (01) . Edição do Kindle.

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