Ela seguiu arrastando-se, pelas ruas do centro da cidade, em busca de abrigo e de uma possível mão amiga que a socorresse naquele momento crucial da sua vida. Maria não precisava de esmolas, mas de compaixão, de amor do próximo, algo aparentemente inexistente no clima em volta dela, naqueles últimos dias de gestação. Nas paredes sobre sua cabeça pichações com letras garrafais de cor vermelha e desenhos de foice e martelo, com a frase “Abaixa a Ditadura”. Ela levantou-se e caminhava cabisbaixa por mais um quarteirão. Abalada com todo esse movimento a sua volta ela sentia os movimentos em seu ventre, estava consciente que nessa noite de inverno intenso, carregava consigo o fruto da maldade é a dor da incerteza. Nessa noite a temperatura provavelmente beirava a 15º, e parecia congelar seus pensamentos. Seu queixo batia debaixo do cobertor rasgado e gasto que ela achara na rua. Ela parecia desconexa vivendo nesse clima sombrio e tenso, que tomava conta da cidade e passava por momentos de grandes incertezas políticas. Ela estava alheia a tudo isto e há dias tentava somente ter direito à vida e sobreviver a esse momento crucial da sua gestação. Vagava a esmo, no burburinho da cidade. Seu lento deslocar era indício do que estava prestes a ocorrer. Com algumas contrações a incomodando, e com suas forças esvaindo-se, ela caminhava lentamente entre tanques de guerra e centenas de soldados que policiavam a cidade. Estava enfraquecida pela falta de alimentação regular e sua luta diária pela sobrevivência dela e da sua gravidez. A incansável jovem buscava forças na providencia divina, pois há dias deslocava-se lentamente, quase se arrastando pelas ruas do centro da cidade, em busca de abrigo e de uma possível mão amiga que a socorresse naquele momento crucial da sua vida. Não precisava de sorrisos falsos, mas de compaixão, de amor do próximo, algo aparentemente inexistente no clima em volta dela, naqueles últimos dias de gestação
#ESCRITOR#João MC.jr Arte e Vida# São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02)KindleJoão Manoel da Costa Junior. Edição do Kindle.
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