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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

sábado, 27 de janeiro de 2018

Trecho do livro JOGO SUJO CIDADE DO CRIME

https://www.livrariacultura.com.br/p/livros/literatura-nacional/ficcao-cientifica/jogo-sujo-cidade-do-crime-

Lembrei de você quando li esta citação de "Jogo Sujo: Cidade do Crime" de João MC Jr. - "A recepcionista pega o telefone e avisa, bem discretamente, o embaixador. Os dois rapazes saem do elevador e olham para todas as direções, parecendo bastante desconfiados. Chegam ao apartamento 408 e um deles coloca o ouvido na porta, tentando ouvir alguma coisa. Esperam alguns segundos e batem. Germano abre a porta e os recepciona com um sorriso. – Até que enfim, chegaram! Faz um ano e três horas que espero ansiosamente por estas maravilhas. – Antes de mais nada, senhor, como devemos tratá-lo? De sua excelência ou embaixador? – Embaixador, cavalheiros. Mas me digam, rapazes, por que a demora? – Tivemos que nos certificar de que não estávamos sendo monitorados. O senhor, que é do ramo, sabe muito bem que a tecnologia antifurto das obras de arte está muito sofisticada. Alguns desses quadros costumam ter chips escondidos nas molduras e às vezes na própria tela, sendo tão pequeninos quanto um grão de gergelim. Não podíamos correr nenhum risco, o senhor bem sabe como funciona o mercado. Aliás, por sinal, o mercado anda bem ativo. Tivemos de ter paciência, pois o tempo foi passando e as ofertas melhoraram. Mas sua oferta, por fim, venceu o nosso leilão. O embaixador sorriu meio maroto e disse com ar irônico: – Vejo que são dois rapazes espertos e cautelosos e eu concordo plenamente com vocês. No mercado atual, a paciência é inimiga da perfeição e nunca se sabe quando a polícia está na pista certa. – Exatamente, embaixador. Todo cuidado é pouco – interfere o mais jovem, o de cabelos estilo moicano. – Antes de botar a mão nas mercadorias, vamos ao mais importante. Está com a grana, excelência? Ou embaixador, tanto faz, né? – pergunta o outro rapaz. – Tudo conforme o combinado, rapazes. Dois milhões de euros como vocês pediram, em pacotes de cinquenta mil. Antes, porém, tenho de verificar se as encomendas estão perfeitas. Antes de fecharmos negócio, tenho de checar se são autênticas. – Pode confiar, estão perfeitas, embaixador – garante um dos rapazes. – Estão exatamente como saíram, no ano passado, do museu – o outro conclui, soltando uma sonora gargalhada. O embaixador pega uma lupa no bolso do paletó e diz: – Vou fazer um exame rápido. Se não houver nenhum problema com as mercadorias, fechamos negócio. Antes, porém, me matem uma curiosidade. Vocês entendem de arte, sabem o valor de cada peça ou são simplesmente, me perdoem a expressão, ladrões? – Pois é, embaixador – respondem juntos os visitantes. – É isso aí, não sacamos nada de arte. Somos operários do crime, excelência – acrescenta o loiro. – Como vocês conseguiram penetrar em um museu cheio de seguranças e repleto de alarmes sem serem detectados pelos sistemas? – pergunta o embaixador. O mais exibido, com corte de cabelo moicano, responde: – Não costumamos falar desse esquema, mas, como vossa excelência é do ramo e pode estar interessado em futuras mercadorias, só posso dizer que nosso contato administra a área de segurança do museu. O esquema é todo dele e ele nos coloca lá dentro para fazermos o serviço, depois ele manda alguém pegar de volta e aí só voltamos a vê-las de novo na hora da venda para o receptador. Logicamente que o risco é todo nosso e, se algo sair errado e formos presos, ele dá um jeito para ficarmos pouco tempo em cana. Já houve casos em que tivemos de devolver as mercadorias porque a polícia estava perto demais, mas ele armou um esquema que deu certo. Nosso contato detonou dois otários viciados num casebre, colocou as peças perto deles, fotografou e ligou para imprensa local. Ele chegou a dizer que havia recuperado as telas e acabou recebendo até um prêmio do museu. Isso parece piada, mas é a realidade. A explicação é interrompida para que ambos gargalhem enlouquecidos, esperando a reação do embaixador que apenas sorri discretamente." Comece a ler este livro gratuitamente: http://amz.onl/b00zfJA

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