Esse antagonismo demonstra de forma desumana dois extremos vivendo na cidade e tal paradigma determina o modelo conceptual equivocado vivido e fora de controle. Extrapola-se o bom senso e algumas retaliações aos bandidos são proporcionadas, que excedem suas fronteiras e atacam as pessoas ilustres em demonstração de força
O jovem italiano se dirige a ele e diz o seguinte em sua língua, que Malone domina muito bem por ser filho de italianos:
– Me dispiace, signore, che tu caduto il portafogli.
Em seguida o jovem lhe devolve a carteira e Malone, bastante surpreso, pega-a e coloca a mão no bolso da calça para certificar-se de que aquela era mesmo a sua. Depois, agradecido, ele segura a mão do jovem e diz:
– Molto grato, giovane.
O rapaz sorri para o delegado, sobe na sua Scooter 350 CL e sai cantando pneus e sumindo na esquina.
Malone olha para Olga, dá um sorriso maroto e, olhando a carteira intacta, diz para a esposa:
– Que sorte a minha! Além dos documentos, ainda tem aqui 700£.
Olga segura Malone pelos braços, vira-o de costas e enfia a mão no bolso da calça do seu marido para se certificar de que estava rasgado, depois diz:
– O bolso não está rasgado, querido, mas sua sorte é estar onde o rato não roeu a roupa do rei de Roma, e não lá, em Rosário, onde o corrupto ri à toa. Mas também pudera, Malone, o bolso da sua calça está muito raso. Quando voltarmos, vou escolher uma calça de bolsos fundos para você andar em Rosário.
Malone dá uma risada e diz:
– Esse seu trocadilho é bem antigo e infame, Olga, mas gostei. Confesso que foi bem repaginado e não deixou de ser engraçado.
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