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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Trecho do livro..TEMPOS DE TRAIÇÃO POSSUÍDOS POR AMBIÇÃO.

Cinco meses depois
Lancarto desembarcou em Londres com uma aparência de um homem de cinquenta anos, barbudo e bem mais magro. Com pouco dinheiro, ele se estabeleceu no subúrbio de Londres para não chamar atenção. Se misturou ao povo pobre, que ele chamava de ralé. Depois de cinco dias de investigações em Londres, já disfarçado de escocês vindo de Glashow, localizou seu ex-quinhoeiro, lorde Thomas Spider, em um banco negociando a venda das minas em um leilão. Thomas ostentava um relógio de ouro em uma corrente que cruzava todo seu peitoral. Lancarto reconheceu o seu relógio, esboçou um sorriso raivoso encoberto pela vasta barba; ele reconhecia todos aqueles pertences que foram seus.
Thomas, com seu título de conde dado pelo rei Gustavo, se gabava de ter achado a maior mina de ouro do Congo Belga. Lancarto ouviu todo seu discurso em um canto, discretamente. Ele estava irreconhecível, trajava uma roupa típica de escocês, e forçava um sotaque propositalmente para não ser reconhecido. O leilão estava no seu quarto lance, Thomas olhava em todas as direções esperando um lance maior. No fundo da sala, Lancarto levantou o braço fazendo uma oferta cobrindo o lance anterior. Como o pagamento não seria só em libras, o leiloeiro bateu o martelo dando a ele o direito de negociar diretamente com lorde Thomas. Lancarto se aproximou do seu ex-quinhoeiro, se apresenta como um comerciante escocês interessado em minas de ouro na África e fez uma oferta irrecusável. Lorde Thomas não teve outra oferta melhor, e sonhando com as terras na Escócia, terra dos seus ancestrais, aceitou, como um sinal um castelo do suposto comerciante que lhe apresentou os títulos.
De posse do título e das terras na Escócia, Thomas fechou o acordo e dirigiu-se para a taverna. O taberneiro lhes serviu cerveja em canecas de louça com o brasão de lorde Espencer. Thomas mandou servir a todos uma rodada. Depois de longo papo, Lancarto pagou outra rodada e tomaram mais algumas cervejas. Animadamente, eles contaram suas aventuras inventadas para aquele momento.
Thomas falava da sua belíssima esposa, filha do lorde Espencer, que era noiva do seu ex-sócio morto em uma explosão acidental nas minas no Congo Belga, e brincava dizendo que herdara as minas e a noiva, que já estava grávida do falecido. Lancarto reagiu a essa notícia com um ligeiro ranger dos dentes e um olhar misterioso que chegou a impressionar Thomas.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

TEMPOS DE TRAIÇÃO POSSUÍDOS POR AMBIÇÃO

Temendo por sua vida, padre Francesco sugeriu que ele mudasse seu nome, para sua sobrevivência e também porque o ajudaria a se infiltrar nas fazendas, aproveitando que sua aparência de maltrapilho e barbudo o ajudaria a se passar por moradores locais, que por motivo religioso cultivavam grandes barbas.
Os paranaenses, moradores daquele vilarejo, apesar de serem descendente de imigrantes europeus, levavam uma vida simples baseada na agricultura familiar; não visavam o lucro nem exploravam a mão de obra escrava, e eram considerados os mais pobres naquela região; eles não tinham conhecimento das lutas e não se envolviam com os revolucionários de San José.
A família passou duas noites se revezando de esconderijo: durante o dia permaneciam na igreja, e à noite dormiam no estábulo. Com a mesma aparência dos locais, eles conseguiriam sair de San Paranhos nas caravanas. Antes de Chacon partir, o padre Francesco tentara convencê-lo a deixar seu filho no mosteiro para que eles cuidassem e o educassem. Chacon relutou por um instante e consultou sua mulher Mercedes, que estava apreensiva e temerosa com a infiltração que teriam que fazer na caravana comandada por inimigos.
A ideia de abandonar o filho lhes cortava o coração. Sem coragem para tomar uma decisão, com a voz embargada e os olhos já lacrimejando, se fecharam para um momento de reflexão. Mercedes pediu a Chacon para pensar por alguns instantes. Agachou-se perto do seu filho e o acariciou. Seu rosto sofrido deixava transparecer a dor desse momento, mas seu instinto de preservação a levava a concorda com o padre Francesco; o medo de perder o filho era maior do que a vontade de tê-lo a seu lado. Aquela mulher tinha consciência do perigo constante, então tomou coragem e disse com a voz embargada a Chacon:
- Para protegê-lo, será melhor deixar o menino Venâncio com o padre Francesco, para ser educado, como fizera com você, que foi bem criado pelos jesuítas e franciscanos, tendo uma boa educação. Hoje, você é bem preparado para no futuro, quem sabe, poder assumir posição importante no país.
O padre Francesco lembrou a Chacon que seu filho teria a companhia de uma prima, pois havia no mosteiro uma sobrinha da sua esposa, chamada, como a tia, Mercedes, que estava sendo educada e criada por eles depois que seus pais desapareceram nas prisões de San José. Antes de Chacon e sua mulher responderem concordando com o padre Francesco, Venâncio se levantou chorando, agarrou-se nas pernas do pai, e disse que fugiria do mosteiro, que não queria ser padre. Chacon olhou para Francesco e balançou a cabeça negativamente, percebendo que seu filho não aceitaria.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

TRECHO DO LIVRO TEMPOS DE TRAIÇÃO POSSUÍDOS POR AMBIÇÃO.

SAN JOSÉ DE TALVEGUE estava sendo espoliado de suas riquezas por um sistemático processo de concessões fraudulentas instituídas por um clã conquistador e prepotente. Durante séculos de domínio, os nativos foram praticamente dizimados através de tiranias de ocupação e exploração de suas riquezas minerais. Os poucos nativos que ainda resistiram estavam começando a incomodar o governo, elegendo representantes de origem indígena e miscigenados para representá-los na assembleia constituinte do país. Esse movimento não poderia ser sufocado como tantos outros, que através de séculos foram reprimidos com violência e assassinatos.
Durante décadas, San José de Talvegue mergulhou no ostracismo, e num período de mercantilismo, instituído por um déspota, o direito à vida e à educação foi negada pelo clã. Não houve nenhum avanço na área social, econômica e tecnológica, e seus governantes enriqueceram-se astronomicamente por mais de meio século com o ciclo da cana açúcar, desmatamento indiscriminado e exploração da mão de obra escrava. O índice de analfabetismo era de noventa por cento, um dos maiores do mundo. Um clã sem escrúpulos sem ideal.
Em San José de Talvegue, um empresário ou investidor para ser bem-sucedido e lograr sucesso tinha que ceder um percentual do empreendimento à família Lancarto. Qualquer empresa só se estabelecia se estivesse de acordo com essa prática, somente estando ligadas a esse clã local, que dominava todo setor econômico de norte ao sul do país. Todas as condições impostas só favoreciam as oligarquias, como Ferraço, que teve a sua ascensão social galgando os degraus sustentados por laços de amizade e serventia ao governador local.
Décadas depois, uma família rica, mas em decadência, já não tinha as mesmas forças política de outrora no país; seu poder econômico estava se exaurindo gradativamente e as Forças Armadas contavam com novas lideranças, oriundas da etnia nativa e de jovens nacionalistas. Não sofria mais influência da família Lancarto, nem recebia o apoio político e financeiro externos, vindo de outros países, que outrora fizeram vista grossa ao regime autoritário, e que por décadas haviam apoiado financeiramente, com investimentos e parcerias comerciais na exploração de gás e petróleo.
Agora a família começava a mudar sua posição com relação à política interna, por não haver mais o perigo de uma guinada à esquerda. Ferraço, o braço direito por três décadas da família Lancarto, vinha de um passado que veio à tona através de uma descoberta feita por sua filha, que deu ênfase ao declínio moral e financeiro da família, desencadeando um processo de alta destruição coletiva.
Ferraço era filho de camponeses idealistas desaparecidos misteriosamente na década de quarenta. Ferraço teve sua careira impulsionada pela lealdade à família Lancarto. Para ficar milionário, bastou somente três décadas. Ferraço teve uma carreira meteórica na polícia militar de San José de Talvegue. De soldado a capitão bastaram somente dez anos. Como coronel, foi designado para o comando do presídio de extrema segurança na capital de San José. Sua lealdade ao governador Lancarto Aranha, do qual fora ajudante de ordem e chefe da segurança, lhe rendera prestígio e dinheiro

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

JOGO SUJO CIDADE DO CRIME.

Samenvatting
Em 2025, no hemisfério sul do planeta Terra, na cidade na cidade de Rio de Rosário, vivia-se a sombra do medo, o aumento da criminalidade abarrotava as prisões de criminosos. Nas ruas, havia um confronto diário que deixava rastros de sangue. Como um estranho no ninho, porem, um homem ainda resiste as tentações e a cobiça do enriquecimento ilícito.
BOL.COM
Jogo Sujo: Cidade do Crime. Em 2025, no hemisfério sul do planeta Terra, na cidade na cidade de Rio de Rosário, vivia-se a sombra do medo, o aumento da criminalidade abarrotava as prisões de criminosos. Nas ruas, havia um confronto diário que deixava rastros de sangue. Como um estranho no ninho, por...

O MENINO QUE QUERIA VOAR




Resenha
:Nas asas da imaginação, nasce um desejo prematuro, presságio de novos tempos. Diz a lenda que, nesse lugar de origem de histórias e magias, nunca houve limites nem idade para determinados sonhos. Esses nasceram de forma inusitada e perduraram por décadas, mas somente para alguns nativos tornaram-se verdadeiros e concretos. Comprovadamente, muitos desejos e sonhos sobreviveram ao tempo, ganhando vida ao serem alimentados ao longo dos anos por realidade ou fantasia. Não importa a fonte e não existe maneira de proibi-los. Sonhos são enigmas que regem a natureza humana; eles brotam em turbilhões, renascem das cinzas e se tornam reais, transcendem a fantasia e, com o tempo, ganham asas, alçam voos. O menino era alimentado na rica fonte do imaginário popular e, principalmente, das muitas lembranças do passado de uma criança que muito cedo aprendera a voar. Esse rico cenário tem como referência a cidade onde o menino nasceu. Ele ouvia, com a curiosidade de quem necessitava reviver seu passado, as histórias da sua família e relatos de lendas e magia que eram compartilhados com seus irmãos em noites de chuva, quando se reuniam na pequena sala, onde todos se agrupavam em volta do rádio para ouvir o programa Teatro de Mistério da Rádio Nacional, nos anos cinquenta. Como habitualmente ocorria nessa época, faltava luz, quase sempre no melhor da dramaturgia. Era nesse momento oportuno, que seu irmão mais velho, o contador de contos de terror, com seu acervo de histórias da região surgia no escuro para contar seus “causos” da infância, repletos de mistérios.
http://www.sgleituradigital.com.br/o-menino-que-queria-voar/produto/6372

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

TRECHO DO LIVRO.

Ela numa reação espontânea, desferiu uma tapa em sua cara. mas. motorista que estava atento em um movimento rápido, se esquivou da tapa desferido pela jovem que ainda assim resvalou em seu rosto, deixando as marcas das suas unhas fazendo-o perder o controle do carro, que derrapou na curva, quase batendo no murro da casa na esquina. Irado com a reação da jovem tentando agredi-lo, a sua face ficou vermelha e ele soltou um palavrão, ameaçando bater em seu rosto. Ela se afastou no banco encostando-se à porta do carro e segurou sua saia plissada entre as pernas em posição de defesa, enquanto ele a ameaçava espanca-la caso ela repetisse o seu ato. Depois de controlar seu estado de nervo e o carro, e demostrando que era realmente um aproveitador da fragilidade da jovem, ele se virou para ela, com um sorriso de canalha no rosto, e disse:

– Pode se fazer de difícil agora, menina, mas não se preocupe não. A vida pra você pode se tornar muito fácil, é só você querer.- Presta atenção no que eu vou lhe dizer, pode ser sua ultima chance na vida, não adianta esconder pois eu sei que você esta gravida, a madame Hortência me contou que você se ofereceu pro marido dela e ela pensou até em sumir com você ,mas eu fiz ela mudar de ideia. Enquanto isso a jovem tapava seus ouvidos pois não queria mais ouvir a voz do motorista. Mas ele continuou com seu argumento. – Olha eu posso de dar uma guarida e te tirar dessa, até ajudo você até a criança nascer, e só você ir morar comigo. Quanto mais Jorge falava mas a jovem apertava suas mãos em seus ouvidos estava determinada a não ouvir uma palavra daquele ser que a repugnava. Jorge olhava para ela como se fosse uma apetitosa presa e manteve sua proposta. -Pensa bem menina você tem poucas ou nenhuma opção, enquanto é tempo pois quando eu ti deixar na rua não tem mais volta e você vai se ferrar. A jovem pegou seu casaco e cobriu sua cabeça para não olhar na cara do motorista . Parecendo conformado ele diz em tom de deboche. Tudo bem Gostosinha não vou perder tempo tentando te ajudar, afinal de contas para uma garota bonita como você, com certeza não vai faltar marmanjo ou cafetão para te dar um abrigo nessa cidade, e provavelmente daqui a algum tempo tenho a certeza que nos encontraremos em um desses inferninhos da Lapa,