TRECHO DO LIVRO. JOGO SUJO CIDADE DO CRIME.

O raciocínio do delegado Malone não parecia em ordem como habitualmente se apresentava. Ele não confiava plenamente no secretário Adriano Torres, mas uma força estranha o empurrava para essa missão quase suicida. O delegado despede-se do chefe, sai do gabinete e cruza o corredor como se estivesse carregando um saco de batatas de cem quilos nas costas. Esse era o peso da responsabilidade que carregaria dali para a frente, pois as preocupações do secretário agora estavam em seus ombros e o oprimiam. Malone entra em seu gabinete e reúne a sua equipe de investigadores para se despedir. Logo se surpreende com um substituto nomeado às pressas, mais ainda por ser um velho conhecido. O substituto já estava no seu lugar e já comandava as investigações que ele havia iniciado, agora na iminência de se chegar aos responsáveis pelo roubo ao Museu Histórico Nacional. Malone ficou surpreso com a escolha tão rápida pelo comissário do seu substituto, pois aquele delegado tinha uma empresa de segurança que constava em suas investigações. Alguns seguranças da empresa eram suspeitos de facilitar roubos em museus, porém, como a empresa estava em nome de familiares do delegado naquele instante empossado, as investigações ainda não o apontavam como responsável pela organização. Ainda assim, Malone achava que era uma questão de tempo fazer as ligações dos elos perdidos – tal como ele anotava, em seu caderno, com um ponto de interrogação.