O SEGREDO A CURA.

De volta ao sítio arqueológico no Atacama, Dr. Jordan Divery continuava a comandar uma nova escavação no Vale de la Luna. Ele e sua equipe, composta de seis pessoas entre jovens arqueólogos e trabalhadores de auxílio logístico, estavam cobertos de poeira, pois um vento frio com flocos de neve soprou ao meio-dia intensamente, levando areia do deserto para o acampamento, quase cobrindo as barracas de lonas. Isso era algo inusitado naquela região. O vento sopra formando redemoinhos cada vez mais fortes, mas, em vez de atrapalhar, acaba ajudando a revelar mais alguns ossos que começavam a aparecer na superfície e também na fenda abaixo, a trinta e cinco metros de profundidade. O único inconveniente era que essa areia vermelha continuava sendo jogada em cima deles, de cor ocre com alguns tons de bege nesse cenário deslumbrante e inóspito do deserto.
Comer areia a trinta metros do solo não era nada agradável. Era a sensação do quase morrer de sede. Mas, para eles, estava valendo a pena, pois a cada milímetro escavado grandes revelações surgiam, o que fazia valer todo esse trabalho, de suma importância para revelar os segredos escondidos por milhares de anos. A verdadeira história da humanidade se revelava centímetro a centímetro em todo esse seu arquivo de verdades escondidas pelo tempo e que, de alguma forma, para Jordan, poderia ser o elo perdido que iria desmistificar algumas teses defendidas academicamente por séculos em algumas sociedades a fim de preservar interesses geopolíticos e financeiros.
Dr. Jordan foge um pouca dessa linha de pensamento e, nesse momento, defende sua própria tese sobre esses achados, tentando revelar o outro lado da moeda, como ele mesmo diz, repetindo um jargão antigo: “Há mais segredo de baixo da terra do que o nosso pobre conhecimento nós tenta incutir.” Bem, ele mesmo repaginou esse jargão para se adequar ao seu viés.
Muito diferente dos achados no deserto de Gobi, o qual ele percorrera por um bom tempo baseado em achados anteriores do renomado Jack Horner. O deserto de Gobi é conhecido no mundo, e o Dr. Jordan tinha o mesmo fascínio pela sua extraordinária beleza e riqueza preservada. Era a menina dos olhos da Paleontologia pela riqueza e qualidade das suas jazidas fósseis, descritas pela primeira vez com achados de muitas espécies de dinossauros. É considerado um dos maiores sítios paleontológicos do mundo, com fósseis humanos petrificados a céu aberto bem preservados.