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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

terça-feira, 30 de abril de 2019

TEMPOS DE TRAIÇÃO POSSUÍDOS POR AMBIÇÃO.

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Em 1919, aos vinte e quatro anos, Chacon casou-se com Mercedes Dolores, filha de indígenas. Um ano depois nasceu seu único filho, batizado como Venâncio Chacon. Nos anos vinte, ele descobriu a importância da floresta nativa como potencial econômico, constituída em grande parte por seringueiras. Com o advento da borracha no mundo, eles começaram a explorar a floresta. Aos trinta anos, Chacon havia se tornado líder entre os seringueiros. Se tornara um homem forte, habituado ao trabalho pesado e estafante de um agricultor e às intempéries da vida. Mantinha sua pequena propriedade na zona rural abaixo do Vale Talvegue, na cidade de Santa Mercedes; estavam quase isolados do mundo. Uma montanha separava a cidade mais perto de Santa Mercedes, que se situava a cem quilômetro de distância, de nome São Paranhos.
Chacon, idealista por natureza, sempre que podia viajava ao centro da capital de San José, que ficava a exatamente duzentos quilômetros de onde viviam, onde havia o único mercado para negociar e vender seus produtos, como os artesanatos confeccionados por sua mulher, cestas de vime, redes e mantas de lã. Também podia negociar sua pequena produção de laticínios e o látex, da pequena cooperativa fundada por ele em santa Mercedes, com os comerciantes locais.
Chacon era encarregado da negociação com os compradores de Don Lancarto, os únicos intermediários da exportação do látex da região. Chacon não poderia deixar que soubessem que toda a produção era proveniente do pequeno seringal explorado por sua família e pelos nativos da floresta ao norte de San José. Essa exploração ia de encontro aos interesses dos latifundiários comandados pela família Lancarto, que permitia a devastação das florestas, a exploração das madeiras nobres da região. Muitas vezes as áreas ficavam tal qual um deserto, outras vezes eles as transformavam em pastos para suas fazendas, não se importando com a subsistência do povo local. Isso criou um estado de guerra entre os nativos e os novos latifundiários, que sempre levavam a melhor nessa guerra suja; eles criavam milícias com a finalidade de expulsar os nativos, os verdadeiros donos das florestas.
Na capital, Ernesto Chacon aproveitava para comprar utensílios e ferramentas, e quase sempre o sistema de troca era o que prevalecia nas negociações; o dinheiro era escasso. Na sua carroça, as mercadorias dividiam espaço com a sua mulher Mercedes, seu filho Venâncio e seu cão Mocho. Sempre choroso,

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