MEU TEMPO.
Vi,
o tempo passar como água corrente;
Vi,
a vida fluir lentamente, como gotas de orvalho no campo, que vão dissipando ao
vento. Vi o mundo girando e o vento soprando e alguns sonhos sendo levados, para bem longe, carregando consigo as amarguras da vida. Vi, o tempo decompondo os
traços abstratos de quadros inacabados. Vi, o tempo refazendo os compassos, nas
trilhas tortuosas da partida. Vi, o tempo reescrevendo sobre as feridas
deixadas, nos sulcos das terras arrasadas, de cicatrizes esquecidas. Vi, o tempo através do espelho refletindo
pessoas aflitas, querendo ter a certeza que depois da morte, há vida. Vi, no
tempo e nas sombras da noite o ardil das incertezas, a rondar minha mente e
tentei me abrigar no refúgio da solidão, cercados de murros de lamentações. Vi,
o tempo em que acordei com a sutileza do som, de despertar para vida. Vivi
assombrado pelos medos de ser possuído pelos desejos que atormenta a mente da
gente, no apagar da luz dos sonhos presentes em nossas convictas incertezas.
Vi, no tempo o diluir da minha alma a procura do paraíso e da calmaria que
alimenta e verbera esse pensar. Vi, no tempo o soar da voz da razão, e segui
correndo contra os mistérios que ameaçava meu despertar. Mas, vi que a vida era
efêmera e segui procurando e não lutando contra o tempo, mas, lutando contra as
nuvens de tormenta para um novo tempo de luz da manhã de sol, que ilumina a
razão da vida no inusitado e feliz despertar.
AUTOR.
João M.C.Jr
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