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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

sábado, 16 de junho de 2018

TRECHO DO LIVRO O MENINO QUE QUERIA VOAR.

A vida continuava na sua lentidão costumeira. A sua luta estava apenas começando rumo a um futuro incerto, como um barco na correnteza, sem leme ou vela, ao sabor do vento, sem destino. Dependia da sorte, como voar sem sonhos, sem o poder da sua imaginação tolhida. Para não cair do barco e se perder na correnteza da vida, para não ser levado por sua onda de devastação humana, muito costumeira com os jovens, como todos na naquela situação, perto do perigo poderia simplesmente ser mais uma vítima por falta de opção, de uma perspectiva de vida. Eles não tinham onde se agarrarem, e viviam ao sabor do vento e do cheiro da fumaça da marijuana. Viviam atormentados a caminho do abismo, consumidos por sonhos de prazer. Os incautos Deslumbravam-se com um mar de lama como se fossem rios de mel. Tonavam-se cegos em desatinos encobertos pela sombra da noite: não enxergam o abismo, as armadilhas das sombras. Solitários de alma vazia, perdidos, só o vício governa suas vidas, que de tão breve nada além das sombras terão. No inalar do pó, perdiam o seu ideal de vida e a noção do perigo, encurtando as suas existências. Vida que segue como uma onda no mar sem prancha para surfar. Pegar jacaré era a onda aos domingos no ônibus 616 usina forte Copacabana rumo ao posto seis em Copacabana. Na praia sem prancha o rala peito era pura curtição de pobres e remediados. Na volta pra casa de barriga fazia faziam uma vaquinha para comprar um pão com mortadela na padaria da esquina do morro. Era um manjar dos deuses.

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