TRECHOS DO LIVRO
Muitos dizem que o destino de certas pessoas já estaria
escrito nas estrelas, outros afirmam que nos traçamos o
nosso
destino. Há ainda os que acreditam que o destino a deus
pertence. Muitos estudiosos do assunto, desde os
primórdios
das civilizações, como cartomantes e suas bolas de
cristal,
supostamente podiam prever o futuro e os oráculos do passado
visionavam, nas chamas das piras dos templos, o destino
de
reis e o desfecho de suas batalhas.
Mais
adiante, a jovem estava
tentando
dormir, protegendo-se do frio com folhas de papelão,
recostada
na porta de entrada do ministério do trabalho.
Uma
hora depois, sem conseguir pegar no sono, ela acordou,
trêmula
e assustada com o intenso tráfego de caminhões e
tanques
de guerra, que trafegavam pela contramão, na rua
Primeiro
de Março. O forte pisar da tropa de soldados em
marcha
na cidade vazia ecoava de forma uníssona em seus
ouvidos.
Eles passavam olhando aquele ser envolto em folhas
de
papelão de listras amarelas e verdes. Seguiam uniformes,
empunhando
seus fuzis com baionetas que, de tão próximas
da
jovem, resvalavam em sua cabeça. Temerosa por sua vida
e
impressionada por tamanho aparato, ela permanecia inerte,
como
se morta estivesse. Olhares vindos de cima com pouca
capacidade
de avaliação avalizavam os riscos da sua presença,
temerosos
por qualquer reação contrária às suas ações, pois
parecia,
naquele momento, que todos eram inimigos antes de
provarem
ao contrário. Por isso, analisavam curiosos aquele
frágil ser, temendo uma possível reação
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